quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CANDIDA E CANDIDÍASE

CANDIDA E CANDIDÍASE

Autor do texto: Pedro Pinheiro - 27 de novembro de 2012 | 21:55

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Candidíase é o nome que se dá à infecção fúngica (micose) causada pelas espécies do fungo Candida. O acometimento mais conhecido é a infecção vaginal, chamada de vulvovaginite por cândida.

Neste artigo abordaremos os seguintes pontos sobre a Candida e a candidíase:
  • O que é a Candida.
  • O que é Candidíase.
  • Por que surge a candidíase.
  • Fatores de risco para candidíase vaginal
  • Sintomas da candidíase vaginal
  • Candidíase oral
Neste texto abordaremos a Candida e a candidíase de forma mais abrangente. Nas próximas semanas escreveremos artigos mais específicos sobre a candidíase vaginal e candidíase oral.

O que é a Candida?

A espécie mais comum do fungo Candida é a Candida albicans, considerada um membro normal da flora gastrointestinal e geniturinária dos seres humanos. A maioria das pessoas são colonizadas por Candida e nenhum sintoma apresentam. Porém, qualquer desequilíbrio na flora local ou no estado imunológico do paciente pode levar esse fungo a se proliferar e invadir tecidos, causando, assim, a doença candidíase. Portanto, ter Candida é diferente de ter candidíase. Até 50% das pessoas saudáveis têm o fungo Candida na cavidade oral sem que isso represente qualquer problema. A Candida albicans é um germe oportunista, pois vive silenciosamente em nosso corpo durante anos, somente à espera de uma queda no nosso sistema imunológico para nos atacar.

Para reforçar o conceito, podemos comparar a colonização da vagina pela Candida com a colonização da pele por bactérias. Todo mundo consegue entender que o fato de termos milhões e milhões de bactérias na nossa pele não significa que tenhamos alguma doença na mesma. Para ter doença não basta ter os germes, é preciso que eles ataquem o nosso organismo.

Candidíase oral
Candidíase oral
Como surge a candidíase?

A candidíase não surge somente em pessoas com sistema imunológico fraco. Outros fatores podem levar ao aparecimento da mesma. Uma exemplo clássico é o uso de antibióticos por tempo prolongado. Os antibióticos matam as bactérias, mas poupam os fungos. Deste modo, ele reduz a competição por alimentos, facilitando a vida dos fungos que colonizam o organismo. A proliferação de Candida na vagina é uma consequência da diminuição da flora normal de bactérias na vagina, levando à candidíase vaginal.

A candidíase oral, conhecida como sapinho, também pode ocorrer em pessoas sem doenças do sistema imunológico, principalmente em crianças pequenas. Cabe ressaltar que neste caso, a candidíase é restrita e provoca poucos sintomas. Quando a candidíase oral é mais severa, como na candidíase oral da foto ao lado, isso nos leva a pensar em um estado de imunossupressão (baixa do sistema imune).

Doentes imunossuprimidos, como nos pacientes com SIDA (AIDS) (leia: SINTOMAS DO HIV E AIDS), câncer (leia: CÂNCER | SINTOMAS E DEFINIÇÕES), uso de quimioterapia, transplantantes de órgãos, uso crônico de corticoides, doentes graves internados em CTIs, etc., podem apresentar infecção fúngica generalizada, chamada de candidemia.

Nos pacientes imunossuprimidos, a cândida pode causar, por exemplo:

- Pneumonia (leia: PNEUMONIA | Sintomas e tratamento).
Candidíase do esôfago
Candidíase do esôfago
- Endocardite (infecção das válvulas do coração) (leia: ENDOCARDITE | Sintomas e tratamento).
- Meningite (leia: MENINGITE | Sintomas, Transmissão e Vacina).
- Infecção urinaria (leia: INFECÇÃO URINÁRIA | CISTITE | Sintomas e Tratamento).
- Esofagite (infecção do esôfago).
- Peritonite (infecção do peritônio).
- Artrite infecciosa (leia: ARTRITE e ARTROSE).

Mais dos 90% dos pacientes HIV positivo, com critérios para AIDS, possuem alguma infeção por Candida (leia: SINTOMAS DO HIV E AIDS (SIDA)), normalmente candidíase oral e de esôfago.

Feitas as devidas explicações, voltemos aos pacientes imunocompetentes (sem alterações do sistema imunológico).

Candidíase vaginal

Aos 25 anos de idade metade das mulheres já apresentaram pelo menos um episódio de vaginite por cândida. A infecção é comum em mulheres em idade fértil, tornando-se menos frequente após a menopausa. A Candida albicans é responsável por até 90% dos casos de candidíase vaginal.

A candidíase é comum, mas alguns fatores favorecem seu aparecimento:

a) Uso de antibióticos

Pelo menos 1/3 dos casos de candidíase vaginal ocorrem após um curso de antibiótico.

b) Diabetes (leia: O QUE É DIABETES MELLITUS)

O diabetes é um conhecido fator de risco para candidíase, principalmente se a glicemia (taxa de glicose) não estiver sendo bem controlada.

c) Níveis elevados de estrogênio

Uso de anticoncepcionais com doses elevadas de estrogênio, reposição hormonal ou gravidez favorecem o aparecimento da candidíase vaginal. Como já mencionado, a incidência de candidíase cai após a menopausa.

d) Comportamento sexual

A candidíase vulvovaginal não é considerada uma DST (doença sexualmente transmissível), uma vez que o fungo Candida faz parte da flora natural de germes da vagina e pode ocorrer em mulheres que nunca tiveram relações sexuais. Isto não significa, porém, que a transmissão sexual de Candida não possa ocorrer. Há sabidamente um aumento na frequência de candidíase vaginal na maioria das mulheres após começarem atividade sexual regular. Parceiros de mulheres infectadas são quatro vezes mais propensos a serem colonizados pela Candida do que parceiros de mulheres não infectadas. Os episódios de candidíase vaginal parecem estar mais relacionados a prática de sexo oral.

e) Genética

Algumas mulheres apresentam alterações genéticas e da mucosa vaginal que predispõem a infecção fúngica, independente de outros fatores de risco. Algumas mulheres têm Candida sem nenhum motivo aparente.

f) Imunossupressão

Como já explicado anteriormente, a imunossupressão favorece não só a candidíase vaginal, como também a candidíase em outros órgãos do corpo. O uso de drogas imunossupressoras, como os corticoides é um importante fator de risco (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | Indicações e efeitos colaterais).

Sintomas da candidíase vaginal

O quadro clínico típico da candidíase é a coceira vaginal. O corrimento vaginal da candidíase é normalmente brancacento, sem odor e de pequeno volume (leia: CORRIMENTO VAGINAL | VAGINITE). Dor local e/ou durante o ato sexual também são comuns. A vulva e a vagina podem apresentar vermelhidão e edema.

A disúria (ardência ao urinar) costuma ocorrer, podendo confundir o quadro com uma infecção urinária (cistite). A diferença está na localização da dor. Na candidíase, a dor é mais localizada na vulva enquanto que na cistite é na saída da uretra.

O diagnóstico é feito no exame ginecológico, através da identificação do fungo nas secreções vaginais.

Tratamento da candidíase vaginal

O tratamento está indicado nos casos sintomáticos. Mulheres assintomáticas e parceiros sexuais não precisam ser tratados (este último caso ainda é controverso).

O tratamento é simples e consiste em uma dose oral de antifúngico como o Fluconazol em dose única, ou creme vaginal, que deve ser indicada pelo ginecologista. Em pacientes com imunossupressão ou infecção mais grave, o tratamento deve ser por pelo menos 7 dias.

Candidíase oral

Exceto em crianças, a candidíase oral costuma indicar algum grau de imunossupressão ou distúrbio na flora de germes normal da boca. Entre os fatores de risco estão os diabetes, uso de dentadura, doenças que causam diminuição na salivação (xerostomia) e imunossupressão, seja por doenças, drogas ou quimioterapia.

A candidíase oral associada a candidíase do esôfago é sempre um sinal de imunossupressão e deve ser investigada se a causa ainda não for conhecida.

Sintomas da candidíase oral

A candidíase oral se manifesta como lesões brancas de aspecto cremoso, na língua, parede interna das bochechas e no palato (céu da boca). O paciente se queixa de ardência, diminuição do paladar e sensação de ter algodão na boca. Quando o esôfago é acometido, o paciente se queixa de dificuldade e dor para engolir.

Para ver mais imagens de candidíase oral: CANDIDÍASE ORAL | FOTOS





Leia o texto original no site MD.Saúde: CANDIDA E CANDIDÍASE http://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-e-candidiase.html#ixzz2DW5S641p

GENE QUE PODE COMBATER UM GRANDE NUMERO DE DOENÇAS

Gene que pode combater um grande número de doenças

ARIH2 actua como um interruptor
apagando e acendendo o sistema imunitário

2012-11-27
Marc Pellegrini, do Instituto de Investigação Médica Walter & Eliza Hall (Austrália)
Marc Pellegrini, do Instituto de Investigação Médica Walter & Eliza Hall (Austrália)
O gene ARIH2, que mantém vivos os embriões, controla o sistema imunitário e determina como este luta contra doenças crónicas como a hepatite ou o HIV e auto-imunes como a artrite reumatóide. Apesar dos especialistas só terem realizado estudos sobre o gene em ratinhos, esperam que este possa utilizar-se em terapias que combatam um grande número de doenças 'incuráveis'.
O principal autor do estudo publicado na «Nature Immunology», Marc Pellegrini, do Instituto de Investigação Médica Walter & Eliza Hall (Austrália), diz que o gene parece actuar como um interruptor, apagando e acendendo o sistema imunitário.
Se o gene está ligado, suprime a resposta imunitária; se estiver apagado reforça enormemente estas respostas. ARIH2 foi identificado por outro grupo de cientistas na mosca da fruta, mas conseguiu a atenção da equipa de Pellegrini pelos seus possíveis vínculos ao sistema imunitário.
No artigo agora publicado, os investigadores descrevem como os embriões dos ratinhos morreram quando o gene foi extraído.
O gene foi também extraído de ratos adultos. Estes sobreviveram bastante bem durante seis semanas. Depois, começaram a desenvolver respostas imunitárias que começaram a reagir contra o próprio corpo.
Os investigadores esperam agora que este gene seja estudo para uma utilização com finalidades medicinais, combatendo um grande número de doenças.
Para combater as doenças infecciosas, trava-se a acção do gene, para lutar contra as auto-imunes, carrega-se no acelerador para fazer o difícil trabalho de parar a resposta imunológica, explicam.