segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

FOTOS DO MOSQUITO DO DENGUE

Autor do texto: Pedro Pinheiro - 25 de abril de 2012 | 12:43

)




O dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus. Sua transmissão se dá através da picada de mosquitos contaminados. Duas espécies de mosquito são responsáveis pela propagação do dengue: Aedes aegypti e Aedes albopictus. Estes dois mosquitos podem receber a alcunha de "mosquito da dengue", apesar do Aedes aegypti ser a espécie mais famosa e com maior capacidade de transmitir a doença.

Neste texto vamos mostrar fotos do mosquito da dengue para que a população leiga seja capaz de identificá-lo.

Se você está procurando informações detalhadas sobre o dengue, não deixe de ler nosso artigo sobre a doença: DENGUE | Sintomas e tratamento.

Fotos do mosquito do dengue: Aedes aegypti e Aedes albopictus:

Fotos do mosquito da dengue - Aedes aegypti

O Aedes aegypti é um mosquito que costuma medir menos de 1 cm de diâmetro, é de cor preta ou marrom e apresenta listras brancas distribuídas pelo corpo e patas. Ao contrário dos mosquitos comuns, que costumam estar mais ativos no final do dia e início da noite, o mosquito do dengue tem hábitos diurnos; o Aedes aegypti costuma voar baixo, geralmente abaixo de meio metro, picando preferencialmente os pés, tornozelos e as pernas. O mosquito do dengue não gosta de calor, por isso é mais ativo nas primeiras horas da manhã e no final da tarde.

Mosquito da dengue
Aedes albopictus e Aedes aegypti

O mosquito que pica o ser humano e transmite o dengue é a fêmea. O macho não se alimenta de sangue, pois não tem capacidade de picar outros mamíferos. A fêmea é maior que o macho e apresenta tanto a boca quanto as antenas diferentes.

Mosquito da dengue macho e fêmea
Aedes aegypti macho e fêmea

Os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus são muito parecidos. A diferença está no tórax. O Aedes aegypti apresenta 4 linhas, duas delas retas no centro e duas curvas na periferia. Já o Aedes albopictus apresenta apenas uma única linha reta no centro do tórax. De resto, são semelhantes.

Diferenças ente o Aedes aegypti e o Aedes albopictus

Tanto o Aedes aegypti quanto o Aedes albopictus existem no Brasil, porém, as epidemias de dengue só são causadas pelo Aedes aegypti, que apresenta uma capacidade maior de transmitir o vírus.


Leia o texto original no site MD.Saúde: FOTOS DO MOSQUITO DO DENGUE http://www.mdsaude.com/2012/04/fotos-mosquito-dengue.html#ixzz2Icg0x9fO

DENGUE | Sintomas e tratamento


O dengue é uma doença febril causado por uma infecção viral. Existem 4 sorotipos do vírus do dengue, DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um sorotipo só confere imunização contra o próprio, podendo o indivíduo ter dengue novamente se for exposto a outro subtipo.

Estima-se em 100 milhões de pessoas infectadas anualmente em todo mundo. A maioria dos casos ocorre na América Latina, Ásia e África, locais onde há grande concentração do Aedes aegypti. Em Portugal, o mosquito pode ser encontrado na ilha da Madeira. 

Neste texto abordaremos os seguintes pontos sobre o dengue:
  • Características do mosquito do dengue.
  • Transmissão do dengue.
  • Sintomas do dengue.
  • Dengue hemorrágico.
  • Sinais de gravidade do dengue.
  • Diagnóstico do dengue.
  • Tratamento do dengue.
Mosquito do dengue

O vírus do dengue pode ser transmitido por duas espécies de mosquito: Aedes aegypti e Aedes albopictus. Vamos falar um pouquinho sobre cada um deles:

1. Aedes aegypti

O Aedes aegypti é um mosquito de aproximadamente 1 cm, preto com listras brancas distribuídas pelo corpo e patas (veja foto abaixo). Ao contrário dos mosquitos comuns, o mosquito do dengue tem hábitos diurnos e costuma voar baixo, picando preferencialmente os pés, tornozelos e as pernas. O Aedes aegypti não gosta de calor, por isso é mais ativo nas primeiras horas da manhã e no final da tarde. 

Foto do mosquito da dengue - Aedes aegypti
Características do Aedes aegypti, mosquito do dengue
Para ver mais fotos do mosquito do dengue, acesse: FOTOS DO MOSQUITO DO DENGUE. 

O Aedes aegypti vive e reproduz-se em áreas próximas a domicílios, onde haja água relativamente limpa e parada (pneus, vasos, latas, caixas d'água e até em bromélias). O mosquito geralmente deposita seus ovos em áreas úmidas, como paredes de pneus ao ar livre ou caixas d'águas abertas. Quando chove, o ovo depositado volta a se molhar, podendo completar seu ciclo de desenvolvimento.

O Aedes aegypti é um mosquito muito difícil de ser controlado, seus ovos são muito resistentes e podem sobreviver no meio ambiente durante meses à espera de água da chuva para completar seu ciclo de desenvolvimento. Após o contato com água, o ovo depositado dá origem a uma larva, e posteriormente a um mosquito, em menos de 10 dias, o que torna o Aedes aegypti uma espécie de reprodução muito rápida. Isto significa que mesmo que as equipes de saúde de uma região consigam eliminar todos os mosquitos e larvas, se houver ovos no ambiente, basta uma chuva para a população de mosquitos voltar a crescer. Portanto, a colaboração da população é imprescindível, evitando deixar recipientes que possam acumular água ao ar livre.

O Aedes aegypti também é responsável pela transmissão da febre amarela (leia: FEBRE AMARELA | Vacina e sintomas).

2. Aedes albopictus

O principal agente transmissor do dengue é mosquito Aedes aegypti, mas o dengue também pode ser transmitido pelo mosquito Aedes albopictus. Este mosquito, entretanto, parece não ter a mesma capacidade de transmissão do Aedes aegypti.

Não está bem esclarecido o motivo, mas a taxa de Aedes albopictus no ambiente contaminados pelo vírus do dengue é muito mais baixa do que do Aedes aegypti. Imagina-se que uma das causas seja o fato deste mosquito picar preferencialmente outros animais mamíferos que não costumam estar infectados com o vírus do dengue, ao contrário do Aedes aegypti, que prefere se alimentar de sangue humano.

O fato é que são raras as epidemias de dengue em áreas onde só exista o Aedes albopictus. Portanto, sabemos hoje que esta espécie pode transmitir o vírus do dengue, mas não parece ter, no momento, as características necessárias para provocar epidemias como faz o Aedes aegypti.

A aparência do Aedes albopictus é muito semelhante ao do Aedes aegypti, sendo muito difícil distingui-los, se a pessoa não tiver algum grau de conhecimento das espécies. 

Transmissão do dengue

Quem pica os seres humanos é fêmea do mosquito do dengue. Para haver transmissão da doença, o mosquito precisa estar contaminado com vírus. Isto significa que nem todo Aedes aegypti transmite o dengue. Portanto, se você foi picado por um Aedes aegypti, só haverá risco de desenvolver dengue se este mosquito estiver transportando o vírus consigo.

Além de estar contaminado pelo vírus, o mosquito do dengue só transmite a doença se tiver contraído o vírus há mais de duas semanas. Isto porque o vírus do dengue precisa de 10 a 14 dias dentro do mosquito para se tornar viável para transmissão. Portanto, se você está visitando um paciente com dengue no hospital, ou no seu domicilio, e entra pela janela um mosquito Aedes aegypti que pica o doente e logo depois você, ao não ser que o mosquito já esteja previamente contaminado, ele não ainda terá condições  de transmitir a dengue.

O dengue não é transmitido diretamente de humano para humano. Familiares de um paciente com dengue não precisam de nenhum tipo de cuidado. Dengue não se transmite pelo beijo, abraço, aperto de mãos, talheres, toalhas, etc.

Como existem 4 sorotipos do vírus da dengue, é possível se contaminar 4 vezes. O paciente que já teve dengue 1, pode voltar a ter a doença se o Aedes aegypti que o picar estiver contaminado com o tipo 2,3 ou 4.

Leia também: PICADA DE MOSQUITO | Tratamento e prevenção 

Sintomas do dengue

Uma vez picado pelo mosquito carreador do vírus, o tempo de incubação é em média de 4 a 7 dias. Os 4 sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente pelo quadro clínico.

O espectro de manifestações do dengue varia desde um quadro assintomático, ou com mínimos sintomas, até a temida dengue hemorrágica. Sim, você leu corretamente, é perfeitamente possível se contaminar com um dos tipos de vírus do dengue e nada apresentar; isso é particularmente verdadeiro em adolescentes e crianças.

Nos pacientes que desenvolvem sintomas, temos duas apresentações típicas: o dengue clássico e o dengue hemorrágico.

Sintomas do dengue clássico

O dengue clássico se manifesta como um quadro de febre alta, acompanhado de cefaleias (dores de cabeça), dores nos olhos, fadiga e intensa dor muscular e óssea, o que justifica a alcunha de "febre quebra-ossos". Outro sintoma comum é o rash, manchas avermelhadas predominantes no tórax e membros superiores, que desaparecem momentaneamente a digito pressão. O rash normalmente surge no 2º ou 3º dia de febre.

Rash do dengue

Atenção agora: Alguns pacientes com dengue clássica podem apresentar pequenos sangramentos no nariz, na gengiva e até nas fezes. A presença de sangramentos não indica obrigatoriamente o diagnóstico de dengue hemorrágico (explico mais à frente). 

Outras manifestações como diarreia, vômitos, tosse e congestão nasal são comuns e podem levar à confusão com outras viroses.

O quadro de dengue clássico dura de 5 a 7 dias e desaparece espontaneamente. O paciente costuma curar-se sem sequelas.

Sintomas do dengue hemorrágico

O dengue hemorrágico é a manifestação mais grave da doença. Caracteriza-se por alterações na coagulação do sangue e por inflamação difusa dos vasos sanguíneos, nomeadamente dos capilares (menores vasos do corpo). Como resultado, temos as seguintes manifestações:

1.) Aumento da permeabilidade dos vasos. A inflamação dos capilares (capilarite) faz com que haja extravasamento de líquido para os tecidos, podendo causar derrame pleural (água na pleura do pulmão, leia: DERRAME PLEURAL - Tratamento, sintomas e causas) e ascite (água dentro da cavidade abdominal, leia: O QUE É ASCITE?). O extravasamento pode ser tão intenso que o doente pode evoluir para choque circulatório (leia: CHOQUE CIRCULATÓRIO ).

2.) Trombocitopenia (queda do número de plaquetas). As plaquetas são células que fazem parte do sistema de coagulação. São a primeira linha de defesa contra sangramentos. Indivíduos normais apresentam uma contagem entre 150.000 e 400.000 plaquetas. Na dengue hemorrágica esse número cai para menos de 100.000, às vezes menos que 10.000 (trombocitopenia grave). Leia: ENTENDA OS RESULTADOS DO SEU HEMOGRAMA para saber mais sobre a contagem de plaquetas.

Devido à queda das plaquetas e à inflamação dos vasos, os pacientes apresentam tendência a sangramentos. Mais uma vez, a presença de sangramentos sem evidências de capilarite e plaquetas abaixo de 100.000 não caracteriza o dengue hemorrágico. Entretanto, como o dengue hemorrágico evoluiu em horas, na dúvida, é melhor sempre levar o paciente para ser avaliado por um médico.

Um sintoma muito comum na dengue hemorrágica é a dor abdominal. Também pode ocorrer hepatite pelo dengue (leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES).

A ocorrência da forma hemorrágica parece ser mais comum em pacientes que apresentam um segundo episódio de dengue, causado por um sorotipo diferente do primeiro caso.

Sinais de gravidade do dengue
  • Dor abdominal intensa e contínua.
  • Pele fria, úmida e pegajosa.
  • Hipotensão (choque).
  • Sangramentos que não cessam espontaneamente.
  • Letargia.
  • Dificuldade respiratória.
Diagnóstico do dengue

O diagnóstico do dengue clássico é clínico. As sorologias só ficam positivas vários dias depois do início do quadro, normalmente quando o paciente já se recuperou. Por isso, têm valor apenas como documentação.

No dengue hemorrágico, a queda das plaquetas e a elevação do hematócrito, que reflete o extravasamento de líquidos para fora dos vasos, fazem parte do critérios diagnósticos.

Tratamento do dengue

Não existe tratamento específico para dengue. O indicado é repouso e ingestão generosa de líquidos.

O mais importante é descartar doenças com apresentações semelhantes e que possuem tratamento específico, como malária, leptospirose (leia: SINTOMAS DA LEPTOSPIROSE) e meningite (leia: MENINGITE).

A aspirina, (ácido acetilsalicílico (AAS)) é contraindicada no dengue por ser uma droga que diminui a função das plaquetas. Como o doente com dengue já apresenta tendências hemorrágicas e um número reduzido de plaquetas, inibir a função das remanescentes não será nada interessante (leia: ASPIRINA | AAS | Indicações e efeitos colaterais). Para aliviar as dores e a febre os mais indicados são a Dipirona (Metimazol em Portugal) e o Paracetamol.

Doentes com sinais de gravidade devem ser internados e tratados agressivamente para evitar progressão do choque circulatório.

Ainda não existe vacina para o dengue, apesar de já existirem algumas em fase de testes.

Prevenção do dengue


A medida mais importante na prevenção do dengue é combater o mosquito, suas larvas e ovos. Para isso, é importante não deixar recipientes que possam acumulas água ao ar livre. Isto inclui, latas, pneus, baldes, vasos de plantas, garrafas, etc.


Tanques de água que fiquem ao ar livre devem ser lavados semanalmente para se retirar os ovos que possam estar grudados nas suas laterias. Os pratos dos vasos de plantas devem receber terra para evitar acumular água parada. Não deixe água sobre a laje e retire folhas das calhas para que a água possa fluir. 


O uso de carros "fumacê" só está indicado nos períodos de epidemia, pois ele só mata o mosquito, não interferindo nas larvas e ovos. O fumacê, portanto, não impede o surgimento das epidemias, mas ajuda a controlar temporariamente a população de mosquitos durante uma.



Leia o texto original no site MD.Saúde: DENGUE | Sintomas e tratamento http://www.mdsaude.com/2009/02/dengue-sintomas.html#ixzz2IcdZusdv

PICADA DE MOSQUITO | Tratamento e prevenção

Autor do texto: Pedro Pinheiro - 2 de julho de 2011 | 16:21




O mosquito, também chamado de pernilongo, muriçoca, carapanã ou melga, é um inseto voador que se alimenta de sangue de animais vertebrados, incluindo o ser humano. Existem centenas de espécies de mosquitos, algumas delas capazes de transmitir doenças para o homem.

Doenças transmitidas por mosquitos

a.) Existentes no Brasil
- Dengue (leia: DENGUE | Sintomas e tratamento)
- Malária
- Febre Amarela (leia: FEBRE AMARELA | Vacina e sintomas).
- Leishmaniose (leia: LEISHMANIOSE | Sintomas e tratamento)
- Filariose (elefantíase)

Mosquitob.) Não existentes no Brasil
- Febre do Nilo Ocidental
- Febre de Rift Valley
- Febre de Ross River
- Encefalite japonesa
- Encefalite de St. Louis
- Encefalite La Crosse

Picada de mosquito 

Os mosquitos alimentam-se basicamente do néctar das plantas, mas a fêmeas da espécie podem também alimentar-se de sangue de animais. Os mosquitos não dependem de sangue para sobreviver, porém, o sangue é necessário na produção e desenvolvimento dos seus ovos. A maioria dos mosquitos é mais ativa nos períodos da manhã e no final da tarde, quando há menos calor, sendo estes horários os mais prováveis para se receber uma picada. 

Os mosquitos são capazes de reconhecer odores e apresentam predileção por alguns tipos de pessoas em relação a outras. Geralmente são substâncias presentes no suor e na pele que atraem os mosquitos. Uma substância já reconhecida é o dióxido de carbono. Não é impossível que duas pessoas permaneçam em um mesmo local povoado por mosquitos e apenas uma delas sofra picadas, ou ainda, uma sofra inúmeras picadas e a outra apenas uma ou duas. Não se sabe bem por que, mas os mosquitos têm predileção por homens, pessoas obesas, grávidas e pessoas com sangue tipo O. O corpo quente e suado também parece atrair mais os mosquitos.

Antes de sugar, os mosquitos injetam sua própria saliva, que apresenta propriedades anticoagulantes, impedindo a coagulação do sangue que será ingerido. É esta saliva que costuma causar as reações alérgicas típicas das picadas de mosquito. Na maioria dos casos, a reação à picada é pequena e localizada, sendo os sintomas da picada de mosquito apenas uma pequena elevação avermelhada na pele com intenso prurido (coceira). Os sintomas da picada costumam surgir dentro de 20 minutos e podem ficar causando coceira por até 2 dias. Quanto mais sensível a pessoa é à saliva do mosquito, mais extensa e mais intensa costuma ser a reação à picada. Ao longa da vida vamos ganhando resistência às picadas, fazendo com as reações tornem-se menos intensas. É nas crianças que as picadas de mosquito costumam causar mais sintomas.

Raramente uma picada de mosquito pode levar a quadros alérgicos mais graves como anafilaxia (leia: CHOQUE ANAFILÁTICO | Causas e sintomas).

Além das reações alérgicas e da possível transmissão de doenças por algumas espécies de mosquito, uma outra complicação passível da picada é a infecção secundária causada pelo ato de cocar as lesões. Se o indivíduo coçar a pele com muita força, pode causar lesões, abrindo portas de entrada para as bactérias da pele em direção ao interior do organismo. Diabéticos, por exemplo, são um grupo de risco para desenvolverem infecções de pele secundárias a picadas de mosquitos, como impetigo, celulite ou erisipela. (leia: IMPETIGO COMUM e IMPETIGO BOLHOSO | Sintomas e tratamento e ERISIPELA | CELULITE | Sintomas e tratamento).

Estrófulo
Estrófulo
Prurigo estrófulo (Alergia à picada de mosquito)

O prurigo estrófulo, também chamado de prurigo agudo simplex ou prurigo agudo infantil, é um processo alérgico da pele que surge geralmente após picadas de mosquitos em pessoas alérgicas. Comum em crianças, o estrófulo pode eventualmente surgir também em adultos. O quadro clínico é de várias lesões semelhantes às picadas comuns de mosquito, muito pruriginosas (coçam muito) e com o desenvolvimento de uma minúscula bolha em seu centro. Uma única picada é capaz de desencadear várias lesões, como se a criança tivesse recebido várias picadas. As lesões podem durar por até 1 mês.

Como evitar picadas de mosquito? 

É essencial reduzir a população e mosquitos ao seu redor. Jogue fora qualquer tipo de água parada que possa servir como reservatório para os ovos de mosquitos. Evite deixar as janelas abertas no início da manhã e no final da tarde. Se o calor for grande, use telas para evitar a entrada de mosquitos. Se a temperatura do ambiente permitir, evite andar com pouca roupa no final da tarde.

Os repelentes servem para diminuir a atração do mosquito pela sua pele. Dê preferência aos que possuem DEET em sua fórmula. O DEET já é usado há mais de 40 anos como repelente e ainda é o mais efetivo de todos. A fórmulas com DEET 10% podem ser usadas em crianças acima de 2 anos. Os repelentes podem ser aplicados na pele e na roupas. O DEET 10% confere proteção por cerca de 2h enquanto o DEET 30% o faz por até 5h. Este repelente não deve ser administrado mais do que 3x por dia e deve-se evitar uso diário e prolongado do mesmo.

Uma opção para quem prefere produtos naturais é o óleo de eucalipto limão, que apresenta eficácia semelhante ao DEET 10%.

Durante a década de 1960 um trabalho mostrou que o consumo de vitamina B1 poderia produzir odores na pele que manteriam as fêmeas do mosquito afastadas. Até hoje, entretanto, não foi publicado mais nenhum outro trabalho científico que confirmasse tal resultado, o que significa que não há evidências claras de que a vitamina B1 seja efetiva contra as picadas de mosquitos

Procutos eletrônicos e por ultrassom vendidos como repelentes não apresentam comprovação científica da sua eficácia. Apenas os aparelhos de tomada que liberam inseticida (líquido ou pastilha) são eficazes em ambientes fechados, mas devem ser evitados em quartos com bebês, devido ao risco de intoxicação.

Aparelhos elétricos que emitem luz ultravioleta e eletrocutam os insetos atraídos (exemplo na foto ao lado) também não funcionam, pois atraem muito mais insetos inofensivos do que propriamente os mosquitos, podendo causar desequilíbrios no ecossistema se usados em massa.

Como tratar as picadas de mosquito 

A picada de mosquito na imensa maioria dos casos não acarreta em maiores complicações, porém, pode ser muito incômoda, principalmente se forem múltiplas. O mais importante é evitar ficar coçando frequentemente, pois as unhas podem causar feridas na pele, facilitando a infecção secundária por bactérias.

Se a coceira estiver muito forte, tente colocar uma compressa de gelo no local. Se não for suficiente, é possível usar algumas substâncias tópicas que aliviam a coceira. Uma simples é a mistura de bicarbonato de sódio com água, de forma a criar uma pasta. Algumas alternativas incluem a solução de calamina ou o creme Caladril®. Pomadas com corticoides também podem ser usadas. Se as picadas forem múltiplas ou houver estrófulo, o uso de anti-histamínicos orais é uma solução.


Leia o texto original no site MD.Saúde: PICADA DE MOSQUITO | Tratamento e prevenção http://www.mdsaude.com/2011/07/picada-mosquito.html#ixzz2IcaYzmhg

BODY PIERCING = PERIGOS E COMPLICAÇÕES

BODY PIERCING | PERIGOS E COMPLICAÇÕES

Autor do texto: Pedro Pinheiro - 21 de outubro de 2008 | 19:26)





O uso de body piercing tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens. O que parece ser apenas um simples exercício de vaidade, pode se tornar um sério problema de saúde. A colocação de um piercing não é um processo inócuo. Saiba todos os riscos do procedimento.

A falta de controle sobre quem insere o piercing tem causado inúmeros casos de infecções graves. O piercing está longe de ser um procedimento sem riscos. Até 15% das pessoas apresentam algum tipo de complicação e 1% precisa de internação hospitalar.

A pele é o nosso maior órgão de defesa. Ela impede que as milhões de bactérias que vivem na nossa pele e as que diariamente entram em contato conosco, invadam nosso organismo. Quando furamos essa barreira através de um piercing, estamos expondo nosso interior à germes que causam doenças. Fazendo uma analogia, podemos dizer que um furo ou uma lesão na pele equivale a deixar sua porta aberta em uma vizinhança cheia de ladrões. Pode até não acontecer nada, mas o risco é muito maior do que se a porta estivesse trancada.

Alguns locais como a língua e orelha são mais susceptíveis a complicações. Reparem na figura abaixo como é a distribuição da cartilagem da orelha (clique para ampliar).
fotos piercing - cartilagem
Piercing e cartilagem da orelha (clique para ampliar)

Esta região de cartilagem apresenta uma vascularização sanguínea pobre. Qualquer infecção local pode ser difícil de ser tratada porque havendo pouco sangue, não há fluxo suficiente nem de anticorpos, nem dos antibióticos que possam ser prescritos. Mais uma vez, recorrendo a analogia da porta, a cartilagem seria a vizinhança cheia de ladrões e que a polícia não costuma passar.

fotos piercing - infecção
3 casos (antes e depois) de inflamação da orelha após implantação de piercing.
A foto acima mostra a evolução de 3 casos onde houve uma infecção da cartilagem da orelha provocada por piercing. Nestes casos os antibióticos funcionaram, mas no primeiro e no segundo, reparem que a orelha ficou deformada.

fotos piercing - abscesso
Abscesso na orelha
A infecção local da pele, que pode ser uma celulite ou erisipela, é a complicação mais comum do piercing (leia: ERISIPELA E CELULITE - Sintomas e tratamento). Em alguns casos a infeção pode evoluir com a formação de um abscesso, como na foto abaixo.

fotos piercing - quelóide
Quelóide
Outra complicação é a formação de queilóides, que são cicatrizes hipertrofiadas, que podem ocorrer após processos inflamatórios exuberantes. O quelóide pode ser deformante, como na foto à esquerda. Este quelóide pode ocorrer em qualquer sítio do corpo onde haja uma reação ao piercing.

A língua é outro local que costuma infectar. O problema é o oposto da cartilagem. Ela é um órgão extremamente vascularizado e localizado em uma região com elevada carga de bactérias, como é a cavidade oral. A boca é dos pontos do corpo humano com maior concentração de bactérias. Como há muito fluxo de sangue, qualquer infecção na língua pode facilmente atingir a circulação sistêmica e acometer outros órgãos distantes.

fotos piercing - abscesso cerebral
Paciente no pós-cirúrgico de abscesso cerebral
(clique p/ampliar. Atenção: A imagem acima  pode ser considerada forte para certas pessoas)

A foto ao lado é de uma adolescente que apresentou um quadro grave de infecção da língua e evoluiu com abscesso cerebral apenas 4 semanas após a colocação do piercing. A bactéria entrou pelo orifício do piercing, alcançou a circulação sanguínea e foi se alojar no cérebro.

Outro órgão distante que pode ser acometido são as válvulas cardíacas, causando uma grave infecção chamada de endocardite infecciosa (leia: ENDOCARDITE| Sintomas e tratamento)

Outras complicações do piercing que podem acontecer são:

- Alergia ao metal (aço cirúrgico, ouro 14K e titânio são os melhores metais para evitar alergias)
- Intensa dor local
- Sangramento incontrolável da língua
- Aspiração do piercing pelos pulmões
- Infecção por hepatite B, hepatite C ou HIV
- Infecções gengivais
- Parafimose, nos casos de colocação de piercings no pênis (leia: FIMOSE | PARAFIMOSE) 

Qualquer região do corpo pode apresentar infecções graves. Isso inclui genitais, umbigo, sobrancelhas, mamilos etc... Lembre-se, se a barreira da pele foi quebrada, há riscos de contaminação bacteriana.

Quanto menos cuidado com a assepsia houver no momento da inserção do piercing, maiores os risco de complicação. Nos EUA existem relatos de epidemias de infecções bacterianas relacionadas a alguns locais de tatuagem que realizam implantações de piercing sem os cuidados necessários.

A infecção da pele ao redor do piercing pode levar a quadros de sepse e, consequentemente, à morte (leia: O QUE É SEPSE E CHOQUE SÉPTICO ?)

Antes de se submeter a um piercing, procure informações do local. A implantação de qualquer objeto através de quebra da barreira da pele deve ser considerada como um procedimento cirúrgico e, como tal, deve estar submetida a criteriosos padrões de assepsia. As complicações podem além de colocar a vida em risco, ser deformantes em alguns casos.

Se você tem histórico de quelóides, procure antes a orientação de um dermatologista.


Leia o texto original no site MD.Saúde: BODY PIERCING | PERIGOS E COMPLICAÇÕES http://www.mdsaude.com/2008/10/piercing.html#ixzz2IcY8YacA

ERISIPELA | CELULITE | Sintomas e tratamento

Autor do texto: Pedro Pinheiro - 20 de março de 2010 | 11:15)





Erisipela e celulite são duas infecções com características semelhantes que se desenvolvem quando bactérias conseguem ultrapassar a barreira da pele, invadindo e infectando os tecidos subcutâneos.

O termo celulite causa alguma confusão por designar duas doenças diferentes. Aquelas irregularidades na pele por acúmulo de líquido e gordura, que tanto atormentam as mulheres, popularmente conhecida como celulite, é na verdade chamada em medicina de hidrolipodistrofia ginóide. Temos um texto específico sobre esse tipo de celulite (leia:CELULITE | Causas e Tratamento). 

Neste artigo vamos falar da celulite, infecção da pele, que é uma lesão semelhante à erisipela e que nada tem a ver a celulite da medicina estética.

Como ocorrem as infecções da pele?

A pele é o nosso principal órgão de defesa. É ela quem mantém nosso meio interior isolado e impede que germes do meio externo invadam nosso corpo.

Qualquer objeto ou ser da natureza encontra-se repleto de bactérias, vírus, fungos e outros germes em sua superfície. Se não tivéssemos pele, nossos órgãos entrariam em contato direto com esses germes e teríamos uma infecção atrás da outra. Morreríamos de sepse (leia: O QUE É SEPSE E CHOQUE SÉPTICO?) logo após o nascimento e já estaríamos extintos há milhares de anos. Não é a toa que todos os seres vivos apresentam algum tipo de tecido que faça o papel da pele.

Se por um lado o interior do corpo fica isolado dos germes, por outro nossa pele encontra-se repleta destes. Qualquer material, seja orgânico ou não, quando exposto ao ambiente, adquire a sua carga de micróbios. 

Quando abrimos uma ferida na pele, mesmo que muito pequena, ocorre uma quebra nessa barreira de proteção, expondo nosso interior aos germes do meio externo. As infecções mais comuns são aquelas que ocorrem por bactérias que vivem naturalmente na nossa pele e se aproveitam de qualquer lesão para invadir nossos tecidos subcutâneos.

A erisipela e a celulite são duas infecções de origem bacteriana que acometem as camadas interiores da pele, aproveitando-se de alguma lesão da mesma que sirva como porta de entrada.

Portanto, erisipela e celulite são infecções das camadas interiores da pele. Se não tratadas adequadamente, essas bactérias invasoras podem migrar para outras regiões do corpo, como a corrente sanguínea e órgãos internos.

Qual a diferença entre a erisipela e a celulite?

Camadas da pele
Camadas da pele
Reparem na figura abaixo que representa as camadas da nossa pele. A grande diferença entre a erisipela e a celulite é o local onde a bactéria se aloja e causa a infecção. Na erisipela a infecção se dá nas camadas mais próximas do exterior, acometendo a epiderme e a camada mais superficial da derme. Já a celulite é uma infecção mais profunda, infectando o tecido gorduroso na hipoderme e a camada profunda da derme.

Sintomas da erisipela e da celulite

Ambas lesões são muito semelhantes e, às vezes, difíceis de serem distinguidas. Tanto a erisipela quanto a celulite se apresentam clinicamente como uma infecção da pele, ou seja, com rubor (vermelhidão), calor local, intensa dor e edema (inchaço) no local acometido.

Como a erisipela é uma infecção mais superficial que a celulite, algumas características ajudam no diagnóstico diferencial. Na erisipela a lesão costuma apresentar um discreto relevo e suas bordas são muito nítidas. Ao se examinar a pele é fácil saber aonde começa e aonde termina a infecção. A delimitação entre pele doente e pele sã é clara.

Erisipela
Erisipela na coxa
Erisipela
Erisipela na face
A celulite, porque acomete tecidos mais profundos, não apresenta sinais tão claros na pele. A lesão costuma ser mais difusa e nem sempre é possível saber exatamente aonde começa e aonde termina a infecção. Repare na foto abaixo de uma celulite na perna como não é tão simples saber em que parte do pé já não há mais infecção.

Celulite
Celulite na perna
Celulite
Celulite no pé
Na erisipela os sintomas sistêmicos, como febre, suores e calafrios costumam aparecer precocemente, assim que surgem os primeiros sinais de infecção na pele. Na celulite o quadro costuma ser mais arrastado, primeiro aparecendo a lesão, e só depois de alguns dias é que surge a febre. Outros sintomas da infecção podem ser perda do apetite, náuseas, vômitos, mal estar, inapetência e dores de cabeça.

A erisipela costuma ocorrer mais em crianças e idosos, já a celulite é mais comuns em adultos acima dos 50 anos.

Os membros inferiores são os locais mais acometidos tanto na erisipela quanto na celulite. Todavia, qualquer área da pele pode ser acometida.

Curiosidade: a orelha é um local que não possui tecidos subcutâneos, portanto, uma infecção nesta região só pode ser erisipela.

Nos quadros mais graves, a infecção torna-se mais difusa e a distinção entre as duas doenças é mais difícil. Alguns sinais de gravidade incluem a formação de bolhas, úlceras e necrose da pele. Quadros graves, com infecções profundas, podem evoluir para osteomielite, que é a infecção do osso. Outra complicação é a endocardite, infecção das válvulas do coração pelas bactérias que migram pela corrente sanguínea (leia: ENDOCARDITE).

Se não tratadas, a celulite a erisipela podem evoluir para sepse com elevado risco de morte para o paciente.

Erisipela bolhosa
Erisipela bolhosa, uma forma grave de erisipela.

A erisipela costuma acometer os vasos linfáticos superficiais da pele podendo causar um edema linfático. Quando esta infecção ocorre cronicamente, a destruição destes vasos pode levar a um quadro de edema crônico semelhante ao que ocorre na elefantíase (filariose). É uma lesão muito comum em moradores de rua, principalmente os mais idosos. O edema linfático é uma complicação típica da erisipela de repetição, mas pode também ocorrer na celulite.

Edema linfático por erisipela
Edema linfático por erisipela recorrente

Fatores de risco para erisipela e celulite

Como já foi dito no início deste texto, qualquer lesão que sirva de porta de entrada para bactérias torna-se um fator de risco para o desenvolvimento de infecções na pele. Entre as mais comuns podemos citar:

- Cortes e feridas simples.
- Pé de atleta (frieira).
- Eczemas.
- Impetigo (leia: IMPETIGO COMUM e IMPETIGO BOLHOSO | Sintomas e tratamento).
- Varicela (catapora) ou outras erupções da pele (leia: CATAPORA ( VARICELA ) | Sintomas e tratamento).
- Espinhas (acne) (leia: ACNE | CRAVOS | ESPINHAS | Causas e tratamento).
- Picadas de mosquito (leia: PICADA DE MOSQUITO | Tratamento e prevenção).
- Unha encravada ou qualquer outra lesão da unha.
- Micose de unha (leia: MICOSE DE UNHA | Onicomicose). 
- Uso de drogas endovenosas.
- Queimaduras (leia: QUEIMADURAS SIMPLES | Tratamento e cuidados básicos).
- Mordidas de animais.
- Implantação de piercings (leia: PERIGOS E COMPLICAÇÕES DO PIERCING).

Além das lesões de pele, existem ainda outros fatores associados a um maior risco de erisipela e celulites:

- Obesidade (leia: OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA)
- Diabetes (leia: DIABETES MELLITUS - DIAGNÓSTICO E SINTOMAS)
- Uso de corticoides (leia: INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICÓIDES)
- Imunossupressão
- Pacientes com edema crônico (por qualquer causa) (leia: INCHAÇOS E EDEMAS | Causas e tratamento)

O que causa a erisipela e a celulite?

Duas bactérias que vivem em nossa pele são responsáveis por mais de 80% dos casos de celulite e erisipela. São elas o Streptococcus e o Staphylococcus . O Staphylococcus MRSA, uma forma multi-resistente desta bactéria, também pode causar infecções de pele (leia: STAPHYLOCOCCUS AUREUS | quais os riscos desta bactéria?). A erisipela costuma ser causada pelo Streptococcus, enquanto que a celulite pelo Staphylococcus. Isso, porém, não é uma regra. Várias outras bactérias podem ser responsáveis pelo quadro, incluindo Haemophilus influenzae, Yersinia enterocolitica, Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Pasteurella multocida, Pseudomonas aeruginosa e Clostridium 

Tratamento da erisipela e da celulite

Por se tratarem de uma infecção bacteriana, o tratamento para essas duas infecções deve ser feito com antibióticos. O esquema inicial deve incluir uma droga que tenha ação sobre o Streptococcus e o Staphylococcus

A escolha entre antibióticos por via oral ou por via venosa deve ser feita de acordo com a gravidade do caso. Lesões na face, lesões graves ou em pacientes com imunossupressão devem ser preferencialmente tratadas com drogas endovenosas.

O tempo de tratamento costuma ser de 14 dias.

As principais escolhas são as penicilinas e seus derivados. Algumas opções incluem a cefalexina, flucloxacilina, dicloxacilina, amoxacilina, oxacilina e cefalotina. Alérgicos a penicilina podem ser tratados com eritromicina ou clindamicina.

Nos casos suspeitos de Staphylococcus MRSA (Staphylococcus resistente), o tratamento deve ser feito com vancomicina por via venosa.

O antibiótico correto é uma escolha do seu médico e o esquema pode variar de região para região de acordo com o perfil de resistência das bactérias.

Além dos antibióticos, o repouso e a elevação do membro acometido são importantes pois ajudam a diminuir o edema e aliviam a dor.

Nos casos de erisipela recorrente em que não se consegue controlar os fatores de risco, pode ser indicado tratamento profilático com uma dose de penicilina benzatina (benzetacil) todo mês por vários meses.



Leia o texto original no site MD.Saúde: ERISIPELA | CELULITE | Sintomas e tratamento http://www.mdsaude.com/2010/03/erisipela-celulite.html#ixzz2IcW2Fet8

ACNE | CRAVOS | ESPINHAS | Causas e tratamento

Autor do texto: Pedro Pinheiro - 15 de setembro de 2009 | 03:39




Entenda como surge a acne, conhecida popularmente como cravos e espinhas (no Brasil) e borbulhas (em Portugal).

A acne vulgar ou juvenil é um das doenças de pele mais comuns no mundo. Estima-se que até 85% dos adolescentes apresentem acne em algum grau. Apesar de mais comum na adolescência, até 10% das pessoas com mais de 50 anos queixam-se da presença de cravos e espinhas.

Apesar de causar poucas complicações, a acne (principalmente a acne facial) nos casos mais graves, pode causar estragos na auto-estima e na vida social dos jovens. A falta de tratamento ou tratamentos inadequados, podem deixar manchas e cicatrizes inestéticas.

Como se forma a acne?

A acne vulgar é uma doença dos folículos pilo-sebáceos. Explico:

Unidade pilo-sebácea
Unidade pilo-sebácea
As unidades pilo-sebáceas encontram-se logo abaixo da superfície da pele, sendo numerosas na face, nas costas e no peito. São compostas por um folículo piloso, que é da onde nascem os pêlos, e por uma glândula sebácea, responsável pela produção de sebo, um substância gordurosa responsável pela hidratação da pele

O processo de formação da acne inicia-se quando há obstrução do canal do folículo, impedindo a drenagem do sebo para a pele. Normalmente essa obstrução se dá quando há uma grande produção de sebo associado a células mortas da pele. A junção desses dois forma uma espécie de rolha ou tampão chamado de comedão. Quando esprememos um cravo, aquela substância branca que sai com uma extremidade preta, nada mais é do que o comedão.

Durante a adolescência, o aumento dos hormônios sexuais estimula uma maior produção de sebo pelas glândulas sebáceas, favorecendo a formação de cravos.

Formação da espinha
Formação da espinha
Os comedões são excelentes meio de cultura para uma bactéria que costuma viver na superfície da nossa pele, chamada Propionibacterium acnes. A P.acne invade o folículo e se alimenta das gorduras do sebo, prolifera-se e causa infecção da unidade pilo-sebácea. A partir deste momento, não temos mais um cravo, e sim, uma espinha propriamente dita, composta pelo comedão e uma bolsa de pus ao redor.

Os pacientes com acne grave são aqueles que apresentam glândulas sebáceas hiper responsivas aos hormônios sexuais, principalmente à testosterona.

O que causa a acne?

Como já dito, alterações hormonais são responsáveis pela estimulação das glândulas sebáceas e pela formação do comedão. Fatores genéticos contribuem para definir aqueles que apresentam maior ou menor reação a esse estímulo hormonal.

Portanto, não é de se estranhar que adolescentes, grávidas, flutuações hormonais por alterações no anticoncepcional, mulheres com ovário policístico (leia: OVÁRIO POLICÍSTICO | Sintomas e tratamento) e usuários de esteróides anabolizantes (leia: EFEITOS COLATERAIS DOS ESTERÓIDES ANABOLIZANTES) tenham um risco maior de desenvolver acne.

Algumas drogas como corticóides (cortisona) são semelhantes estruturalmente aos hormônios sexuais, e por isso, também facilitam o aparecimento de espinhas e cravos.

Substâncias e cosméticos a base de óleo podem favorecer o aparecimento da acne. Dê preferência à produtos à base de água, denominados produtos não comedogênicos.

Apesar de ser um fato bastante difundido na população leiga, não há provas de que exista relação da acne com a alimentação.

Outro famoso mito é de que a acne é causada por falta de higiene da pele. Na verdade, lavar a pele com água e sabão realmente diminui a oleosidade, porém, não impede que a glândula sebácea continue a sua produção de sebo. Após algumas horas da limpeza, a pele já encontra oleosa novamente e esfregá-la insistentemente pode até piorar as lesões.

Isso de modo algum significa que não se deva tomar banhos com sabonete diariamente, apenas não se deve esperar que somente isto solucione o problema das espinhas.

Períodos de estresse psicológico parece colaborar para um agravamento das lesões.

Em mulheres com sobrepeso, distúrbios do ciclo menstrual, distribuição anormal de pelos e acne, deve-se pensar em síndrome dos ovários policísticos.

Classificação e apresentação da acne

A acne é mais comuns nas áreas onde há maior presença de glândulas sebáceas, nomeadamente na face, pescoço, costas, peito, ombros e região superior dos braços.

A gravidade da acne é graduada como:

Grau I - Presença majoritária de comedões e ocasionalmente algumas pústulas (espinhas).

Grau II - Comedões e pústulas em maior quantidade, principalmente na face, com possibilidade de formação de cicatriz.

Grau III - Numerosos comedões e pústulas difusos pela face, ombros e tronco. Pode haver formação de nódulos e cistos. A presença de cicatrizes é comum.

Grau IV - Numerosos cistos e nódulos e presença de cicatrizes graves.

Graus de acne

Existe ainda um forma mais grave e rara, chamada de acne fulminans que se apresenta com febre, lesões nos ossos, rins e sepse (leia: O QUE É SEPSE E CHOQUE SÉPTICO?).

Tratamento da acne

O tratamento da acne depende do grau da mesma.

a) Medidas gerais

- Evite espremer as espinhas e cravos.

- Lave o rosto diariamente, de preferência com produtos específicos para acne. Use sabonetes especiais para o rosto. Evite usar produtos que ajudam a esfregar.

- Evite exposição solar, principalmente se você estiver tratando a acne com medicamentos.

- Evite excesso de maquiagem e não durma sem antes retirá-la.

- Evite roupas apertadas ou muito quentes.

- Tome banho após exercícios físicos.

b) Acne grau I - Acne Comedônica.

O objetivo é diminuir a formação dos comedões. O tratamento pode ser feito com retinódes tópicos como o Tazaroteno, Adapaleno ou Ácido retinóico. Também podem ser usados sabonetes a base de ácido salicílico e ácido azelaico.

Em casos mais resistentes pode ser necessária a extração manual dos comedões por profissionais habilitados (limpeza de pele)

c) Acne moderada - grau II

Neste caso já há infecção pelo P. Acnes, sendo necessário drogas com atividade antibacteriana. O esquema mais usado inclui o Peróxido de benzoíla e um antibiótico, ambos tópicos.

d) Acne moderada a grave - grau III e IV

Além do tratamento tópico, antibióticos orais e Isotretinoína (Roacutan®) são necessários.

Nas mulheres, o uso de alguns tipos de anticoncepcionais podem ajudar muito.

Efeitos do Roacutan® (Isotretinoína)

O Roacutan® é uma poderosa droga para o tratamento da acne moderada a grave, porém apresenta uma gama de efeitos colaterais.

A Isotretinoína diminui o tamanho e a secreção de sebo das glândulas sebáceas e diminui a acumulo de células da pele dentro do canal. Deste modo ela age nos fatores que contribuem para a formação dos comedões.

O Roacutan® é contra-indicado na gravidez por causar mal formações graves no feto. Por isso, deve ser usada com cautela em mulheres em idade fértil. O ideal é associar a pílula e realizar testes de gravidez mensalmente.

A Isotretinoína também pode causar lesões de pele, principalmente se houver exposição solar. Como diminui a produção de sebo, pode cursar com secura da pele.

Outras complicações incluem: Dores articulares, redução da visão noturna, hepatite medicamentosa (leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES), supressão da medula óssea e aumentos dos triglicerídeos (leia: COLESTEROL BOM (HDL) E COLESTEROL RUIM (LDL)).

A famosa relação entre o Roacutan® e depressão/suicídios estabelecida nas décadas de 80/90, tem sido contestada pelos últimos trabalhos. Atualmente admite-se essa hipótese, porém essa relação não é tão certa como se achava.


Leia o texto original no site MD.Saúde: ACNE | CRAVOS | ESPINHAS | Causas e tratamento http://www.mdsaude.com/2009/09/acne-cravos-e-espinhas.html#ixzz2IcU8fqIq

ESCARBIOSE/SARNA HUMANA

ESCABIOSE | Sarna humana

Autor do texto: Pedro Pinheiro - 19 de janeiro de 2013 | 23:22





A escabiose, conhecida popularmente por sarna ou pereba, é uma doença de pele causada por um ácaro chamado Sarcoptes scabiei. A sarna é uma infecção contagiosa, que pode se espalhar rapidamente através de contato físico próximo, como ocorre entre pessoas quem moram na mesma casa ou crianças em creches.

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a escabiose:
  • Ácaro - Sarcoptes scabiei.
  • Transmissão da escabiose.
  • Sintomas da sarna.
  • Sarna crostosa (sarna norueguesa).
  • Tratamento da sarna.

Ácaro - Sarcoptes scabiei


Os ácaros são seres microscópicos de oito patas, da classe dos aracnídeos. O Sarcoptes scabiei tem um tamanho médio de 0,3 milímetros, que é basicamente o limite do que o olho humano nu consegue ver. 

O Sarcoptes scabiei é um parasita que vive, alimenta-se e reproduz-se em nossa pele. O ciclo de vida deste ácaro dura cerca de 30 dias. Após a cópula, o ácaro macho morre enquanto a fêmea penetra através das camadas superficiais da pele, criando um microscópico túnel, onde ela fica entocada, depositando os seus ovos durante toda sua vida, que dura cerca de 30 a 60 dias. A fêmea do Sarcoptes scabiei libera 2 a 3 ovos por dia. Os ovos eclodem em três ou quatro dias, e as larvas recém nascidas fazem o caminho de volta em direção à superfície da pele, onde amadurecem e podem se espalhar para outras áreas do corpo. 

Os ácaros Sarcoptes scabiei produzem enzimas que degradam as proteínas da pele, principalmente a queratina, que serve de alimento para os mesmos. Conforme eles se movem através da epiderme, vão deixando para trás as suas fezes, criando lesões lineares na pele. As lesões e a coceira da escabiose são resultados de uma reação alérgica da pele contra o próprio ácaro, seus ovos e fezes.

Transmissão da escabiose


Ter sarna não é necessariamente um sinal de má higiene. A escabiose é uma infecção transmitida entre pessoas através de contato próximo. Os casos mais habituais são entre familiares que vivem na mesma casa. A via sexual é outra maneira comum de se adquirir sarna. Exército, lares para idosos, creches e presídios são locais onde frequentemente há surtos de sarna.

O contato entre crianças e adolescentes na escola não costuma ser próximo o suficiente para causar a transmissão, o que de modo algum significa que não haja risco. Do mesmo modo, um simples aperto de mão ou um rápido abraço não costumam ser suficientes para haver transmissão. 

O ácaro Sarcoptes scabiei consegue sobreviver no ambiente por 24 a 48 horas, o que torna possível a transmissão através de roupas, lençóis ou toalhas, apesar desta via não ser a mais comum.

Animais, como cães e gatos, também podem ter sarna, mas o ácaro que os infecta é diferente, tornando a transmissão para humanos pouco comum. Quando ela ocorre é geralmente em animais realmente infestados de ácaro. Todavia, como o homem não é o hospedeiro habitual da sarna canina ou felina, o ácaro não se reproduz e a infecção dura apenas alguns dias (o tempo de vida do ácaro).

Sintomas da escabiose


O sintoma clássico da escabiose é uma coceira difusa pelo corpo, que costuma ser mais intensa à noite. 

O período médio de incubação da sarna é de cerca de 6 semanas. Porém, nos pacientes reinfectados, os sintomas podem surgir em apenas 24 horas. Uma pessoa contaminada é capaz de transmitir a sarna, mesmo que ainda esteja sem sintomas, no período de incubação.

As lesões típicas da escabiose são pequenas pápulas (pontinhos ou bolinhas com relevo) avermelhadas, de 1 a 3 mm de diâmetro. As lesões, às vezes, são tão pequenas que podem passar despercebidas ou camufladas pelos arranhões causados pela intensa coceira.

As lesões da sarna podem ser difusas. Os locais mais envolvidos são as mãos (principalmente entre os dedos), pulsos, cotovelos, axilas, mamilos (especialmente em mulheres), áreas ao redor do umbigo, genitália (especialmente em homens), joelhos, nádegas, coxas e pés. As costas são habitualmente poupadas e a cabeça, palmas e solas só costumam ser acometidas em crianças.

Os túneis produzido pelas fêmeas do Sarcoptes scabiei também podem ser visíveis, apesar de não serem tão comuns como as pápulas. Eles geralmente se apresentam como finos traçados na pele, discretamente elevados, que podem ter até 10mm de comprimento.

Fotos de sarna

Sarna crostosa (sarna norueguesa)


Na maioria dos pacientes com sarna, o número total de ácaros presentes não costuma ultrapassar uma centena. Após um aumento exponencial no início da doença, o sistema imunológico do paciente consegue frear a multiplicação do Sarcoptes scabiei, mantendo a sua população mais ou menos estável.

Em pacientes com alguma fraqueza do sistema imunológico, os ácaros podem conseguir se multiplicar indefinidamente, chegando a alcançar uma população de mais de um milhão em alguns casos. Esta super infestação de Sarcoptes scabiei é chamada de sarna crostosa ou sarna norueguesa, que é a forma mais grave da escabiose.

Os pacientes com maior risco são os idosos ou os portadores de problemas, como SIDA (AIDS), hanseníase, linfoma, síndrome de Down ou outras doenças que provoquem alterações do sistema imunológico.

A sarna crostosa provoca grandes crostas vermelhas na pele, que se espalham facilmente se não forem tratadas. O couro cabeludo, mãos e pés são frequentemente afetados, embora as manchas possam ocorrer em qualquer parte do corpo. As lesões da sarna crostosa geralmente não coçam e contêm um grande número de ácaros.

Tratamento da escabiose


As duas opções mais utilizadas para o tratamento da escabiose são a Permetrina 5% ou a Ivermectina em comprimidos.
  • A Permetrina 5% deve ser aplicada em todo corpo do pescoço para baixo (nas crianças pode ser aplicada no rosto, com cuidado para não atingir os olhos), sendo enxaguada no banho após 8 a 14 horas. Após 1 ou 2 semanas, o processo pode ser repetido.
  • A Ivermectina por via oral é usada em dose única, com repetição após 14 dias.
A taxa de sucesso dos dois tratamento é semelhantes, mas a Ivermectina é o tratamento mais adequado para surtos em lares de idosos, presídios ou domicílios com muitos moradores, pois tomar um comprimido é bem mais simples que aplicar um creme por todo o corpo.

A sarna crostosa é tratada com uma combinação dos dois medicamentos: Permetrina 5% aplicada diariamente por 7 dias mais Ivermectina, uma dose nos dias 1, 2, 8, 9 e 15

É importante lembrar a pessoa infectada com o ácaro da sarna costuma demorar até 6 semanas para apresentar sintomas. Por isso, o tratamento também é recomendado para os membros da família e contatos sexuais, mesmo que estes não estejam aprestando sintomas d escabiose.


Leia o texto original no site MD.Saúde: ESCABIOSE | Sarna humana http://www.mdsaude.com/2013/01/escabiose-sarna-humana.html#ixzz2IcSL4JQV