terça-feira, 7 de maio de 2013

EXAMES DA TIREOIDE / TSH e T4

Posted: 06 May 2013 08:32 AM PDT
As duas principais alterações da glândula tireoide (ou tiroide), o hipotireoidismo e o hipertireoidismo, são diagnosticados laboratorialmente através da coleta de sangue para medição dos níveis sanguíneos de, basicamente, dois hormônios, chamados T4 livre e TSH.

Neste artigo vamos explicar como se interpreta os resultados dos principais exames de sangue relacionados à tireoide. Ao longo do texto, abordaremos os seguintes pontos
  • Como funciona a tireoide.
  • Quais são os hormônios da tireoide.
  • O que são TSH, T3 e T4.
  • Importância do T4 livre. 
  • Valores normais de T4 livre e TSH.
  • Significado de um TSH alto.
  • Significado de um TSH baixo.

O que são hipotireoidismo e hipertireoidismo


De modo bem sucinto, hipotireoidismo é a doença provocada pela produção insuficiente de hormônios da tireoide, enquanto que hipertireoidismo é a doença provocada pelo excesso de produção de hormônios tireoidiano. Ambas as doenças podem ser diagnosticadas através da dosagem de hormônios tireoidianos circulantes no sangue. Porém, para entender o que significam siglas como TSH, T3 e T4 livre, é preciso primeiro compreender com funciona a tireoide.
Se você quiser saber mais sobre as doenças da tireoide, leia também os seguintes artigos:
SINTOMAS DO HIPOTIREOIDISMO
HIPOTIREOIDISMO (TIREOIDITE DE HASHIMOTO)
HIPERTIREOIDISMO E DOENÇA DE GRAVES
NÓDULO NA TIREOIDE
HIPOTIREOIDISMO | Perguntas e respostas

Como funciona a tireoide


A tireoide é uma glândula em forma de borboleta, que se localiza na base do pescoço. A tireoide capta o iodo consumido nos alimentos e o junta a um aminoácido chamado tirosina para criar dois hormônios, conhecidos como triiodotironina (T3) e tiroxina (T4).

O T3 e o T4 sintetizados pela tireoide são lançados na corrente sanguínea, onde irão atuar em todas as células do nosso organismo, regulando o metabolismo das mesmas, ou seja, ditando o modo como as células irão transformar oxigênio, glicose e calorias em energia. Quando a tireoide produz muito T3 e T4, nosso metabolismo acelera. Quando a tireoide produz pouco T3 e T4, o nosso metabolismo se torna mais lento.

Em geral, do total de hormônios produzidos pela tireoide, 80% são T4 e 20% são T3. Apesar de ser produzido em menor quantidade, o T3 é um hormônio muito mais potente que o T4, sendo a sua concentração sanguínea a responsável direta por ditar o ritmo do metabolismo do corpo.

O T4 é, na verdade, um pró-hormônio, ou seja, um precursor do T3. 80% do T4 lançado na corrente sanguínea, ao chegar em órgãos ou tecidos, como fígado, rins, baço, músculos ou gordura é transformado em T3 para utilização das células. Portanto, o T3 é efetivamente o hormônio tireoidiano que age no nosso organismo, tendo sua origem predominantemente no T4 circulante. Apenas uma pequena parcela do T3 atuante é diretamente produzida pela tireoide.

O que é o T4 livre


Mais de 99% do T4 e do T3 circulantes na corrente sanguínea estão ligados a uma proteína chamada TBG (globulina ligadora de tiroxina, sigla em inglês). Estes hormônios ligados à TBG são inócuos, não podendo ser utilizados pelos órgãos e tecidos. Portanto, apenas uma ínfima fração, chamada T4 livre e T3 livre são quimicamente ativas e podem modular o metabolismo do corpo. Apenas o T4 livre é capaz de ser transformado em T3 nos órgãos e tecidos.

Resumindo:
1- Quem efetivamente age nas células do corpo modulando o metabolismo é o hormônio T3.
2- Grande parte do T3 ativo é derivado da conversão de T4 nos tecidos periféricos.
3- Como mais de 99% do T4 está ligado à TBG, no final das contas, apenas uma ínfima parcela de menos de 1% de T4 livre é efetivamente quem fornece T3 para os órgãos e tecidos do corpo usarem em suas células.

Concluindo, a dosagem do T4 livre sanguíneo é o exame que nos dá realmente a noção de quanto hormônio tireoidiano potencialmente útil há na circulação. Se houver muito T4 livre circulante, haverá muita produção de T3 nos órgãos, levando ao hipertireoidismo. Se houver pouco T4 livre circulante, haverá falta de T3 para os tecidos, provocando o hipotireoidismo.

Na prática clínica, a dosagem de T4 livre acaba sendo, na maioria dos casos, mais útil que a dosagem de T3 ou T3 livre.

Papel do TSH


A quantidade de T3 e T4 produzidas pela glândula tireoide é cuidadosamente controlada pelo sistema nervoso central, mais especificamente pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro. Em pessoas com a tireoide sadia, a quantidade de hormônios tireoidianos livres no sangue é mantida sempre de forma a não haver nem excessos nem insuficiência. Se há T4 livre a mais no sangue, a tireoide reduz a sua produção de T3 e T4. Por outro lado, se há sinais de que os níveis de T4 livre começam a ser insuficientes, a tireoide rapidamente começa a produzir mais T3 e T4, de forma a não deixar o metabolismo corporal desacelerar.

Hipotireoidismo - Funcionamento da tireóide
Funcionamento da tireoide
A ordem para a tireoide aumentar ou reduzir a sua produção de T3 e T4 vem da hipófise, através de um hormônio chamado TSH (hormônio estimulador da tireoide, sigla em inglês).

Veja  figura ao lado e acompanhe o raciocínio. Quando existe pouco hormônio tireoidiano circulante, a hipófise sente essa deficiência e aumenta a secreção de TSH, dando ordem para que haja uma maior produção de T3 e T4 pela tireoide. Quando os níveis de T3 e T4 voltam a ficar satisfatórios, a hipófise sente esta normalização e automaticamente reduz a produção de TSH, reduzindo, consequentemente, o estímulo sobre a tireoide, evitando que esta passe a produzir hormônios em excesso.

O balanço entre os níveis de TSH e T4 livre é muito delicado. A hipófise precisa manter sempre uma concentração de TSH ideal, de modo que ao mesmo tempo impeça a tireoide de produzir poucos hormônios, mas também não a estimule a produzi-los demais.

Valores normais de TSH e T4 livre


Na imensa maioria dos casos, bastam as dosagens de TSH e T4 livre para podermos avaliar como anda o funcionamento da tireoide. Antes de explicarmos como interpretar os resultados destes dois hormônios, é preciso saber quais são os seus valores de referência (estes valores podem mudar discretamente de um laboratório para outro).

Valores normais de TSH: 0,4 to 4,5 mU/L.
Valores normais de T4 livre: 0.7–1.8 ng/dl.

A atual técnica de detecção do TSH é chamada de TSH ultra sensível, pois ao contrário das primeiras gerações deste exame, o método ultra sensível consegue detectar níveis tão baixos de TSH quanto 0,1 mU/L.

O que significa um TSH elevado?


Os níveis de TSH se elevam sempre que a glândula hipófise sente que há uma queda nos níveis de hormônio tireoidiano na circulação. Nos pacientes com hipotireoidismo, a hipófise precisa manter níveis de TSH mais elevados que o normal (acima de 4,5 ou 5 mU/L), de forma estimular constantemente a tireoide a aumentar a sua produção de T3 e T4. A partir deste ponto, podemos ter 3 situações distintas:

1. Hipotireoidismo subclínico

Se a doença da tireoide ainda for branda e a elevação do TSH conseguir estimular a produção dos hormônios tireoidianos de forma a mantê-los em níveis adequados, o paciente não apresentará sintoma algum, já que os sintomas do hipotireoidismo só surgem quando os níveis de T4 livres estão baixos. Este é o caso do hipotireoidismo subclínico, que é uma forma inicial de hipotireoidismo.

Os pacientes com hipotireoidismo subclínico costumam ter TSH um pouco elevado, entre 5,0 e 10,0 mU/L, e um T4 livre normal, entre 0.7–1.8 ng/dl.

2. Hipotireoidismo clínico

Se a doença da tireoide for mais severa, por mais que a hipófise aumente a produção de TSH, a tireoide do paciente será incapaz de produzir hormônios tireoidianos de forma a normalizar os níveis sanguíneos. Nestes casos, o paciente tem TSH elevado, geralmente acima de 10 mU/L e níveis baixos de T4 livre. Como o seu T4 livre está baixo, o paciente costuma ter os sintomas típicos do hipotireoidismo.

Pacientes com hipotireoidismo não tratado podem ter níveis muito elevados de TSH, às vezes, acima de 100 mU/L.

3. Hipertireoidismo central

Uma situação completamente diferente ocorre quando o paciente tem níveis elevados de TSH, mas também de T4 livre. Neste caso, o problema não está na tireoide, que responde adequadamente ao estímulo do TSH. O problema está na hipófise, que mantém uma produção elevada de TSH apesar do paciente já ter níveis elevados de hormônio tireoidianos na circulação. Como há excesso de T4 livre, o paciente apresenta sintomas de hipertireoidismo. Esta forma de hipertireoidismo, causada por disfunção da hipófise, é mais rara que o hipertireoidismo provocado por doença da tireoide.

O que significa um TSH baixo?


O raciocínio em cima do TSH baixo é o mesmo para o TSH elevado. Se há muita circulação de hormônio tireoidiano no sangue, a hipófise reduz a sua liberação de TSH, diminuindo o estímulo sobre a tireoide. Do mesmo modo, podemos ter 3 situações distintas:

1. Hipertireoidismo subclínico

Se a tireoide anda muito funcionante, os níveis de TSH desabam, de forma a cessar o estímulo sobre a mesma. No hipertireoidismo subclínico, o TSH está muito baixo, abaixo de 0,4 mU/L, mas os níveis de T4 livre encontram-se normais. O paciente, portanto, não apresenta sintomas.

2. Hipertireoidismo clínico

Algumas doenças fazem com que a tireoide fique excessivamente ativa e passe a funcionar de forma independente da hipófise, produzindo hormônios mesmo que não haja estímulo pelo TSH. A hipófise encontra-se parada, com níveis de TSH de 0,1 mU/L (o nível mais baixo que conseguimos dosar), mas o T4 livre encontra-se muito elevado. Estes são os casos de hipertireoidismo clínico.

3. Hipotireoidismo central

Se o TSH estiver muito baixo, mas o T4 livre também, estamos diante de uma tireoide sadia, que responde adequadamente à falta de TSH. O problema mais uma vez será da hipófise, que diante de um nível baixo de T4 livre mostra-se incapaz de aumentar a liberação de TSH, de forma a estimular a tireoide a produzir mais hormônios e impedir que o paciente tenha hipotireoidismo. Esta forma de hipotireoidismo, originada na hipófise, é mais rara que o hipotireoidismo originado por problemas na tireoide.

Conclusão


O diagnóstico de hipotireoidismo e hipertireoidismo, sejam eles clínicos ou subclínicos, é feito na maioria dos casos apenas com dosagem dos níveis de TSH e T4 livre. Eventualmente, os níveis de T3 livre podem ser solicitados em casos mais complexos, que não cabem ser explicados aqui.

A dosagem de anticorpos contra a tireoide, como o Anti-TPO, anti-tireoglobulina e TRAb serão abordados em um artigo à parte que será escrito brevemente.

NOVAS DIRETRIZES CANADENSES PARA O TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA


Novas Diretrizes canadenses para o tratamento da fibromialgia

06 de maio de 2013 - Os médicos do Centro de Saúde da Universidade McGill (MUHC) e da Universidade de Calgary publicaram um artigo de revisão no CMAJ ( Canadian Medical Association Journal ) para ajudar a família médicos a diagnosticar e tratar a fibromialgia. O artigo representa a primeira vez que pesquisadores publicaram diretrizes canadenses para ajudar a controlar a doença.
Fibromialgia é uma condição crônica que afeta o sistema nervoso central, causando dor por todo o corpo. Muitas vezes, é acompanhada de fadiga, depressão e problemas de sono. Ela afeta principalmente as mulheres e seus múltiplos sintomas muitas vezes passam anos sem um diagnóstico e tratamento adequado.
"Um milhão de canadenses têm fibromialgia e chegou a hora de tomar o seu sofrimento a sério. Esta é uma condição real que afeta muito os pacientes e suas famílias. Finalmente, existem diretrizes nacionais para ajudar a diagnosticar e tratar essa síndrome," diz o Dr. João Pereira, um estudo co-autor da Universidade da Faculdade de Medicina e um médico do Centro de Dor Crônica Calgary Calgary.
A fibromialgia é geralmente diagnosticada por reumatologistas, mas devido à alta prevalência da doença, muitos pacientes não são capazes de procurar o conselho de um especialista. Por isso, os médicos de cuidados primários estão melhor posicionados para assumir esse papel, como recomendado pelas Diretrizes 2012 da fibromialgia canadenses. Na revisão, os autores fornecem ferramentas baseadas em evidências para médicos de atenção primária para fazer o diagnóstico e controlar a condição de longo prazo.
"Somos os primeiros a desenvolver diretrizes que olham para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento da fibromialgia", diz Mary-Ann Fitzcharles, autor correspondente do Instituto do MUHC e reumatologista do MUHC Research."Atualmente, não há cura para a fibromialgia, mas as orientações definidas a estratégia de gestão mais adequado."
Autores recomendam intervenções não-farmacêuticas, tais como o exercício físico, técnicas de relaxamento, terapia cognitivo-comportamental, bem como medicamentos sob medida para cada paciente. O principal objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida, aliviando o sintoma mais incômodo (s), com dor reconhecida como a mais comum e grave.
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Notícia:
A história acima é reproduzida a partir de materiaisfornecidos pelo Centro de Saúde da Universidade McGill .
Nota: Os materiais podem ser editadas para o conteúdo e extensão. Para mais informações, entre em contato com a fonte citada acima.

Jornal de referência :
  1. Mary-Ann Fitzcharles, Peter A. Ste-Marie, John X. Pereira, e Karl Iglar. Fibromialgia: conceitos em evolução ao longo das últimas duas décadas . CMAJ de 2013 DOI:10.1503/cmaj.121414
 APA

 MLA
Centro de Saúde da McGill University (2013, 06 de maio). Novas diretrizes canadenses para o tratamento da fibromialgia. ScienceDaily .Consultado em 7 de maio de 2013, a partir de
Nota: Se nenhum autor é dado, a fonte é citada em seu lugar.
Disclaimer : Este artigo não pretende fornecer aconselhamento médico, diagnóstico ou tratamento. Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as do ScienceDaily ou seus funcionários.

O QUE É RUIM PARA O CORAÇÃO, TAMBÉM É RUIM PARA O CÉREBRO


'O que é ruim para o coração também ruim para o cérebro'

Tabagismo, diabetes, outras coisas que prejudicam a saúde física ligada a função mental mais pobre, diz estudo
Por Robert Preidt
Quinta-feira, 2 de maio, 2013
Image notícia HealthDay
Quinta-feira, 2 de maio (HealthDay News) - Coração fatores de risco da doença pode levar a uma diminuição da função cerebral em adultos jovens e idosos, relatam pesquisadores holandeses.
O novo estudo incluiu cerca de 3.800 pessoas, com idades entre 35-82, que foram verificados para riscos de doenças cardíacas, tais como o tabagismo, diabetes e altos níveis de colesterol "ruim", e dada a testes para avaliar sua memória e habilidades mentais, como a capacidade de plano e da razão e para começar e alternar tarefas.
Aqueles com maior risco de doença cardíaca fez 50 por cento pior nos testes mentais do que aqueles com o menor risco. Dois fatores de risco de doença cardíaca - tabagismo e diabetes - foram especialmente associada a uma pior função do cérebro, segundo o estudo publicado na edição de 02 de maio da revista curso .
A ligação entre a riscos de doenças cardíacas e da função cerebral reduzida foi observada em todas as faixas etárias, os investigadores notaram.
"Os jovens podem pensar que as conseqüências de fumar ou excesso de peso são anos de estrada, mas não são", o autor do estudo Dr. Hanneke Joosten, um companheiro de nefrologia no Centro Médico da Universidade de Groningen, na Holanda, disse em um jornal comunicado à imprensa.
"A maioria das pessoas conhece os efeitos negativos de fatores de risco cardíacos, tais como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e [rins] impairment, mas eles não percebem isso afeta cognitivo [mentais] saúde. Que é ruim para o coração também é ruim para o cérebro", Joosten adicionado.
Ela disse que os médicos precisam estar cientes desta ligação entre os fatores de risco de doença cardíaca e diminuição da função cerebral, e é necessária uma ação mais pública para reduzir riscos de doenças cardíacas.
"Os programas de cessação do tabagismo pode não só prevenir o câncer, acidente vascular cerebral e eventos cardiovasculares, mas também cognitivo [mentais] danos", disse Joosten.
A associação entre fatores de risco cardíacos e pior função do cérebro visto no estudo não prova uma relação de causa-e-efeito.
FONTE: Curso , comunicado à imprensa, 02 de maio de 2013
HealthDay
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