segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SINDROME DE SJÖGREN

Posted: 15 Feb 2013 07:58 PM PST
A síndrome de Sjögren é uma doença de origem autoimune, que ataca glândulas e órgãos do nosso corpo. A síndrome de Sjögren acomete preferencialmente mulheres; a cada 10 pacientes com esta doença, 9 são do sexo feminino.

Neste artigo vamos abordar os seguintes pontos sobre a síndrome de Sjögren:
  • O que é a síndrome de Sjögren.
  • Causas e fatores de risco para a síndrome de Sjögren.
  • Sintomas da síndrome de Sjögren. 
  • Diagnóstico da síndrome de Sjögren.
  • Tratamento da síndrome de Sjögren.

O que é a síndrome de Sjögren


A síndrome de Sjögren é uma doença de origem autoimune, ou seja, é uma doença na qual o sistema imunológico equivocadamente passa a atacar células e tecidos do nosso próprio corpo, como se estes fossem agentes invasores perigosos para a nossa saúde. O sistema imune produz autoanticorpos e estimula células de defesas, como os linfócitos, a atacar e destruir partes do nosso próprio organismo (leia: DOENÇA AUTOIMUNE).

No caso específico da síndrome de Sjögren, os alvos principais são as glândulas lacrimais e salivares, provocando sintomas como olhos e boca seca. Todavia, a doença pode não se restringir a essas glândulas, sendo possível também o acometimento de outros órgãos, como articulações, rins, pulmão, nervos, pele, fígado, pâncreas, etc.

Causas e fatores de risco para a síndrome de Sjögren


Assim como em quase todas as doenças de origem autoimune, não sabemos exatamente por que o sistema imunológico destes pacientes subitamente passa a agir de forma equivocada, atacando tecidos e órgãos do próprio organismo. 

Sabemos, entretanto, que há um forte componente genético na sua gênese, pois os pacientes com síndrome de Sjögren apresentam alguns genes em comum. Porém, para que a síndrome de Sjögren apareça, não basta a herança genética, alguns outros fatores ambientais ainda não esclarecidos, como infecções por certos vírus ou bactérias, parecem ser necessários para que o sistema imunológico dos pacientes geneticamente susceptíveis passe a agir de forma perigosa.

Cerca de metade dos pacientes com síndrome de Sjögren apresenta também outra doença autoimune associada, como lúpus (leia: SINTOMAS DO LÚPUS), artrite reumatoide (leia: ARTRITE REUMATOIDE | Sintomas e tratamento), esclerodermia ou tireoidite de Hashimoto (leia:HIPOTIREOIDISMO | Tireoidite de Hashimoto). Portanto, ter uma doença autoimune é um fator de risco para ter síndrome de Sjögren, assim como ter síndrome de Sjögren é um fator de risco para ter outras doenças autoimunes.

Classificamos como síndrome de Sjögren primária os casos no qual não há outra doença autoimune associada. Já os pacientes que possuem síndrome de Sjögren além de outra doença autoimune, como lúpus ou artrite reumatoide, são considerados como portadores de síndrome de Sjögren secundária.

Outros fatores de risco importantes para a síndrome de Sjögren são o sexo feminino, já que mais de 90% dos casos ocorrem em mulheres, e a idade, pois, apesar da doença poder surgir em qualquer faixa etária, ela é mais comum em pessoas acima dos 40 anos.

Sintomas da síndrome de Sjögren


A xeroftalmia (olhos secos) e a xerostomia (boca seca) são os sintomas mais típicos da síndrome de Sjögren. Porém, a doença costuma ser insidiosa, com progressão lenta e com sintomas inespecíficos, comuns a várias outras doenças reumatológicas, principalmente nos primeiros anos, fazendo com que o diagnóstico correto, muitas vezes, só seja feito após anos de investigação.

síndrome de Sjögren - olho seco
A inflamação das glândulas lacrimais reduz a produção de lágrima e interfere na lubrificação dos olhos, levando a sintomas, como olhos vermelhos, olhos ressecados, ardência ou sensação de corpo estranho, coceira ou visão borrada. A falta de lubrificação dos olhos aumenta o risco de infecção ocular e lesões da córnea (leia: OLHO SECO E FALTA DE LÁGRIMAS). 

A inflamação das glândulas salivares provoca redução da produção de saliva, levando à boca seca, garganta seca, dificuldades para engolir, alterações no paladar, rouquidão, aumento da incidência de cáries, e lesões nos dentes, gengivas, língua e lábios. Nas crianças, a inflamação e inchaço da glândula parótida é muito comum, podendo o quadro ser confundido com caxumba (leia: CAXUMBA | Sintomas e complicações).

Além das glândulas lacrimais e salivares, outras áreas do corpo podem também ser atacadas. Exemplos são as vias áreas, onde é possível haver tosse seca (leia: TOSSE | Causas e tratamento), sinusite (leia: SINUSITE | Sintomas e tratamento) e rinite (leia: RINITE ALÉRGICA | Sintomas e tratamento), além do aumento da incidência de infecções pulmonares. A inflamação das glândulas vaginais, responsáveis pela lubrificação da vagina também é comum, levando à secura vaginal, dor durante o ato sexual e aumento da frequência de infecções ginecológicas, principalmente candidíase (leia: CANDIDÍASE | Sintomas e tratamento). Cansaço e alterações menstruais também são relativamente comuns.

Sintomas menos comuns da síndrome de Sjögren incluem atrite, fenômeno de Raynaud, aumento de linfonodos, lesões dos rins, lesões dos nervos e músculos. Uma complicação rara é a inflamação dos vasos sanguíneos, chamada vasculite, que pode danificar os tecidos do corpo que são nutridos por estes vasos inflamados (leia: VASCULITE | Causas e sintomas).

Cerca de 5% dos pacientes com síndrome de Sjögren desenvolvem linfoma não-Hodgkin (leia:LINFOMA HODGKIN e LINFOMA NÃO-HODGKIN). Esta complicação surge, geralmente, 7 a 10 anos após o diagnóstico da síndrome de Sjögren.

Diagnóstico da síndrome de Sjögren


A síndrome de Sjögren é muitas vezes uma doença difícil de diagnosticar, pois os sinais e sintomas variam de pessoa para pessoa e podem, inicialmente, ser semelhantes aos causados ​​por outras doenças, como artrite reumatoide, lúpus, sarcoidose, amiloidose, fibromialgia (leia: O QUE É FIBROMIALGIA?), etc. Além disso, os clássicos sintomas de olhos e boca seca ocorrem em várias outras doenças, podendo também ser um efeitos colateral de uma série de medicamentos. Não é incomum, portanto, o paciente só receber o diagnóstico correto da síndrome de Sjögren vários anos após o aparecimento dos primeiros sintomas.

O especialista mais indicado para conduzir a investigação de quadros sugestivos de Sjögren é o reumatologista. Não existe um exame único que consiga definir com certeza o diagnóstico. Este normalmente é feito através da avaliação conjunta dos sinais e sintomas com exames laboratoriais.

A pesquisa de autoanticorpos, como o FAN (ANA) (leia: EXAME FAN (FATOR ANTINUCLEAR)), o fator reumatoide, anti-SSA/Ro e anti-SSB/La podem auxiliar no diagnóstico. Porém, estes autoanticorpos possuem elevada taxa de falso positivo e falso negativo, não sendo suficientes para o diagnóstico sem outros dados clínicos e laboratoriais.

A biópsia de glândula salivar pode ser recomendada para auxiliar no diagnóstico. O procedimento é feito através da remoção de um pequeno pedaço de tecido a partir da porção interna do lábio inferior. Uma glândula cheia de linfócitos sugere que a mesma está sendo atacada pelo sistema imune, o que fala fortemente a favor da síndrome de Sjögren.

Exames oftalmológicos para determinar se a produção de lágrimas está normal também são úteis: 

Teste de Schirmer: neste teste, um pequeno e fino pedaço de papel filtro é inserido suavemente entre a pálpebra e o canto interno do olho. O papel é removido depois de vários minutos, e a umidade no mesmo é medida. A diminuição da quantidade de umidade é característica da síndrome de Sjögren, embora a produção de lágrima reduzida possa também ocorrer com outras condições.

Teste de Rosa Bengala: este teste detecta lesões nos olhos, principalmente na conjuntiva e na córnea, causadas pela secura crônica do mesmo. É um exame dos olhos feito após pingar um colírio com um corante específico, chamado rosa bengala. Com uma luz especial, o oftalmologista consegue detectar lesões nos olhos.

Tratamento da síndrome de Sjögren


Atualmente, não há cura para a síndrome de Sjögren. No entanto, os tratamentos podem melhorar os sintomas e prevenir as várias complicações da doença.

O tratamento visa reduzir os sintomas mais incômodos. Os olhos secos são tratados com lágrimas artificiais aplicadas regularmente durante o dia ou com gel aplicado à noite. Colírios que reduzem a inflamação nas glândulas lacrimais, tais como a ciclosporina (Restasis®), podem ser utilizados para aumentar a produção de lágrima. 

Para aumentar a salivação, o uso de balas ou goma de mascar sem açúcar são úteis. Beber ou apenas molhar a boca com goles de água durante o dia também é importante para mantê-la bem hidratada. Alguns pacientes se beneficiam do uso de medicamentos que estimulam o fluxo de saliva, como a pilocarpina (Salagen®) ou cevimuline (Evoxac®).

Como as cáries são muito comuns, deve-se escovar os dentes após qualquer refeição. Já existem no mercado pastas de dente voltadas para pacientes com boca seca. Uma visita ao dentista deve ser feita 2 vezes por ano.

A hidroxicloroquina é um medicamento muito usado no lúpus e na artrite reumatoide, podendo ser útil em alguns pacientes com síndrome de Sjögren e dor articular, muscular e/ou lesões dermatológicas. Nos pacientes com doença sistêmica, acometendo vários órgãos, o uso de drogas imunossupressoras, como corticoides (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | efeitos colaterais), azatioprina, metotrexato, rituximab e ciclofosfamida pode ser necessário.

TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ

De: MD.Saúde (blogmdsaude@gmail.com) Este remetente está na lista de confiança.
Enviada: segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013 05:07:48
Para: jmarcos1944@hotmail.com

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TOXOPLASMOSE NA GRAVIDEZ
Posted: 16 Feb 2013 05:44 PM PST
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii. É uma doença que costuma passar despercebida em pessoas sadias, mas é grave em pacientes imunossuprimidos e nas grávidas.

Neste artigo vamos abordar a toxoplasmose nas gestantes e no recém-nascido, esta última chamada toxoplasmose congênita.

Para um entendimento mais amplo do assunto, sugiro antes a leitura do texto sobre toxoplasmose em pacientes sadios e imunodeprimidos: TOXOPLASMOSE | Sintomas, IgG e tratamento, onde explicamos em detalhes como é feita a transmissão do parasita e quais são os seus sintomas. Alguns dos conhecimentos fornecidos são importantes para este texto.

Antes de abordamos a toxoplasmose na gravidez, vale a pena uma revisão de como é feito o diagnóstico sorológico da doença.

Diagnóstico da toxoplasmose no pré-natal: IgM e IgG


Durante o pré-natal, o obstetra solicita algumas sorologias (exame de sangue que mostra quais são as principais infecções que a gestante já teve) para avaliar o estado imunológico da grávida. Cinco infecções são de elevada importância na gravidez devido ao risco de transmissão para o feto:

- Toxoplasmose.
- Sífilis (leia: SÍFILIS | SINTOMAS E TRATAMENTO).
- Rubéola (leia: RUBÉOLA | SINTOMAS E VACINA).
- Citomegalovirose.
- Herpes Simples (leia: HERPES GENITAL | Sintomas e tratamento).

O grande risco para o feto ocorre quando uma mãe sem anticorpos para a toxoplasmose adquire a doença durante a gestação. Para saber quais são as mulheres susceptíveis à infecção durante a gravidez, solicitamos em todo pré-natal uma sorologia para toxoplasmose.

A sorologia é basicamente uma dosagem de anticorpos específicos. Uma sorologia para toxoplasmose é aquela que pesquisa anticorpos contra o Toxoplasma gondii, parasita que causa a doença. O raciocínio é o seguinte: o nosso corpo só cria anticorpos contra um determinado agente infeccioso se formos expostos ao mesmo. Portanto, ter anticorpos contra toxoplasmose significa já ter sido contaminado pelo parasita em algum momento da vida.

Para resumir um processo extremamente complexo, podemos dizer que nosso corpo trabalha basicamente com dois anticorpos, chamados IgM (imunoglobulina M) e IgG (imunoglobulina G). Assim que um germe novo entra em nosso corpo, nosso sistema imune começa a produzir o anticorpo IgM, que é chamado de anticorpo de fase aguda. O IgM é um anticorpo menos específico, mas que consegue ser produzido em poucos dias. Na toxoplasmose é possível identificar IgM circulante 5 a 7 dias após a contaminação.

Depois de mais ou menos 4 semanas, quando o nosso sistema imune já conheceu bem o agente invasor, o corpo substitui o anticorpo IgM pelo anticorpo IgG, que é mais forte e mais específico contra a toxoplasmose. Portanto, depois de 4 semanas, o paciente deixa de ter IgM positivo e passa a ter apenas IgG positivo para toxoplasmose. Esta IgG para toxoplasmose ficará positiva pelo resto da vida e impedirá que o parasita se multiplique dentro do nosso corpo.

Resumindo, um paciente com toxoplasmose aguda tem IgM positivo, enquanto que um paciente que já teve toxoplasmose e possui o parasita inativo no corpo apresentará IgG positivo. Quem nunca foi exposto ao Toxoplasma tem IgM e IgG negativos.

Como a toxoplasmose não causa doença em 90% das pessoas, o único modo de saber se o paciente já foi exposto ao Toxoplasma é através da dosagem do IgG para toxoplasmose. Para ler sobre os sintomas da toxoplasmose: SINTOMAS DA TOXOPLASMOSE.

Toxoplasmose na gravidez


É importante frisar que o problema não está naquelas mães que adquiriram toxoplasmose antes de estarem grávidas. As mulheres que já apresentavam IgG positivo para toxoplasmose antes de estarem grávidas não correm risco de transmiti-la para seus fetos. Nestes casos, o Toxoplasma encontra-se adormecido nos tecidos musculares e o sistema imune da mãe encarrega-se de mantê-lo longe do feto. A única exceção ocorre em casos de imunossupressão da mãe, como nas gestantes com SIDA (AIDS), por exemplo. Nestes casos, como o sistema imunológico está fraco, o Toxoplasma adquirido anos antes pode voltar a ficar ativo e infectar o feto durante a gestação.

O risco da toxoplasmose na gravidez ocorre naquelas mães que nunca tiveram contato prévio com o parasita, possuindo sorologia negativa, isto é, IgM e IgG negativos para toxoplasmose. Estas são as gestantes sob risco, pois a toxoplasmose congênita ocorre quando mulheres adquirem o Toxoplasma durante a gravidez.

Portanto, se durante o exame pré-natal a futura mãe já tiver um IgG positivo para toxoplasmose, ela pode ficar tranquila, pois não corre risco de passar a doença para o feto. Se, entretanto, ficar constatado que a mãe é IgG negativo, alguns cuidados devem ser tomados para minimizar o risco de contaminação durante a gestação:

- Evitar consumir carnes mal passadas, principalmente de porco.
- Lavar bem as frutas e vegetais antes de comê-los.
- Lavar bem facas e pratos que tiveram contato com carne crua.
- Congelar a carne por uma semana antes de consumi-la ajuda a matar os parasitas.
- Não consuma carne de procedência não confiável.
- Evite beber água não engarrafada.
- Não pratique jardinagem.
- Evitar contato prolongado com gatos.

Grávidas e gatos


Os gatos são os únicos animais que, se contaminados com o Toxoplasma, passam a eliminá-los na fezes, servindo como fonte para contaminação do meio e de pessoas. Nos outros animais, o parasita fica alojado e adormecido nos músculos, motivo pelo qual a ingestão de carnes cruas é atualmente o principal fator de risco para contaminação pela toxoplasmose.

Portanto, grávidas susceptíveis à toxoplasmose (IgG negativo) devem evitar carnes cruas e contato próximo com gatos.

Mas eu sou uma gestante com IgG negativo e tenho um gato de estimação. Preciso me livrar dele?

Não, não precisa. Mas alguns cuidados devem ser tomados:

- Leve-o ao veterinário para saber seu estado imunológico.
- Peça alguém para limpar diariamente a caixinha de areia com fezes do gato. Tente não entrar em contato com as fezes do felino.
- Alimente-o apenas com rações; nunca deixe-o comer carne crua.
- Evite deixar o gato sair de casa, para que ele não corra o risco de contrair o parasita.
- Evite insetos em casa, principalmente moscas e baratas, que podem carrear o parasita e serem comidos pelo animal.

Se o seu gato é bem cuidado, alimenta-se corretamente e não costuma andar livremente pela rua, a chance dele ter toxoplasmose é muito pequena.

Quando as grávidas tomam os devidos cuidados, a taxa de contaminação é baixa. Atualmente, menos de 8 em cada 1000 (isto é, 0,8%) gestantes com sorologia negativa para toxoplasmose acabam por se infectar durante a gravidez

Assim como em qualquer outro paciente com sistema imunológico intacto, a toxoplasmose na gravidez não costuma provocar sintomas. Nos raros casos onde há sintomas, os mesmos costumam ser leves e inespecíficos, como febre baixa, cansaço e dor muscular. Portanto, nas mulheres com IgG negativo, a sorologia deve ser repetida seriadamente durante toda a gravidez para que tenhamos certeza que não surgiu um IgM positivo indicativo de infecção recente. Não dá para confiar somente nos sintomas para dizer se alguém foi ou não infectado pelo Toxoplasma recentemente.

Toxoplasmose congênita


Como já explicado exaustivamente, a toxoplasmose congênita ocorre quando mães com sorologia negativa para toxoplasmose (IgG negativo) entram em contato com o parasita durante a gravidez.

Mulheres que pretendem engravidar, mas que acabaram de se contaminar com a toxoplasmose devem respeitar um intervalo mínimo de 6 meses entre a cura e a gravidez para não haver risco de transmissão do parasita para o feto.

Quanto maior for a idade gestacional no momento da infecção, maior será o risco de transmissão do parasita para o feto. Toxoplasmose adquirida na 13ª semana, 26ªsemana ou na 36ª semana apresentam, respectivamente, um risco de 15%, 44% e 71%  de transmissão para o feto.

Sintomas da toxoplasmose congênita


A maioria dos recém-nascidos com toxoplasmoses são assintomáticos imediatamente ao nascer. Menos de 30% já nascem com sintomas da toxoplasmose congênita, como coriorretinite (para ler sobre lesões oculares da toxoplasmose com mais detalhes, visite o texto: Toxoplasmose Ocular do blog http://www.medicodeolhos.com.br/), calcificações intracranianas, hidrocefalia (acúmulo de líquido cefalorraquidiano no interior do crânio), lesões dermatológicas e linfadenopatia generalizada (linfonodos aumentados por todo o corpo).
 
Toxoplasmose congênita - Hidrocefalia
Hidrocefalia - Toxoplasmose congênita
Clique para ampliar (atenção: a foto acima pode ser considerada chocante para algumas pessoas.).

Aqueles que nascem sem sintomas, porém, se não diagnosticados e devidamente tratados, apresentam elevado risco de desenvolver posteriormente sintomas da toxoplasmose congênita. Além de lesões oculares graves, estas crianças podem apresentar surdez, atraso do desenvolvimento mental e epilepsia (leia: EPILEPSIA | CRISE CONVULSIVA). Casos mais graves podem evoluir para o óbito.

A ultrassonografia fetal é capaz de detectar aqueles 30% de casos de mal formações do feto causadas pela toxoplasmose ainda dentro do útero. Nos países que permitem aborto, a interrupção da gravidez pode ser indicada, pois estes bebês já apresentam graves sequelas neurológicas e elevada mortalidade nos primeiros dias de vida.

Como prevenir a toxoplasmose congênita?


Mães que desenvolvam toxoplasmose durante a gravidez, independente da idade gestacional, devem ser tratadas até o fim da gestação com um coquetel de antibióticos composto por Pirimetamina, Sulfadiazina e Espiramicina.

Se a despeito do tratamento, a criança nascer com toxoplasmose, sintomática ou não, esta também deve ser tratada. O esquema indicado é Pirimetamina + Sulfadiazina. O tratamento dura 12 meses.