segunda-feira, 15 de abril de 2013

METODOS ANTICONCEPCIONAIS / PARTE 1 = MÉTODOS DE BARREIRA

Posted: 13 Apr 2013 06:38 PM PDT
Existem atualmente mais de uma dezena de métodos anticoncepcionais diferentes, boa parte deles com boa taxa de sucesso na prevenção da gravidez. Alguns anticoncepcionais servem não só como método de controle de natalidade, mas também como forma de evitar doenças sexualmente transmissíveis, como é o caso dos preservativos. Dentre tantas opções, decidir qual é o método mais indicado para cada indivíduo pode ser difícil, já que há muitas questões a considerar, incluindo custos, planos de gestações futuras, os efeitos colaterais, contraindicações, etc.

Este artigo está dividido em 3 partes e abordará de forma sucinta os principais métodos anticoncepcionais, incluindo:

PARTE 1: Métodos concepcionais de Barreira:
  • Preservativo masculino (camisinha).
  • Preservativo feminino.
  • Diafragma.
  • Esponja contraceptiva.
PARTE 2: Métodos concepcionais hormonais:
  • Pílula anticoncepcional.
  • Injeção anticoncepcional
  • Implante contraceptivo.
  • Adesivo Contraceptivo.
  • Anel vaginal. 
  • Pílula do dia seguinte.
PARTE 3: Outros Métodos concepcionais:
  • Dispositivo intrauterino (DIU).
  • Sistema intrauterino (SIU).
  • Tabelinha.
  • Espermicidas.
  • Coito interrompido.
  • Vasectomia.
  • Ligadura de trompas.

Preservativo masculino (camisinha)


O preservativo masculino, conhecido popularmente como camisinha, é um dos métodos anticoncepcionais mais populares, pois confere concomitantemente proteção contra gravidez e contra doenças sexualmente transmissíveis (leia: O QUE É DST?).

A camisinha, se usada de forma correta, apresenta uma elevada taxa de proteção contra gravidez, na ordem de 98% de sucesso. Todavia, na vida real, as pessoas frequentemente comentem erros na forma de usar o preservativo. Entre os equívocos mais comuns estão a colocação errada da camisinha, o uso de preservativos com data de validade expirada ou armazenados de forma errada, uso da mesma camisinha em mais de um coito ou iniciar o ato sexual sem camisinha e só colocá-la próximo ao momento da ejaculação. Se usada de forma pouco cuidadosa, a taxa de sucesso como controle de natalidade da camisinha cai de 98% para apenas 82%. Quanto mais desleixado for o seu uso, menor é a sua eficácia.

O mesmo raciocínio vale para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Se usada de forma correta, a camisinha é altamente eficaz na prevenção de DST transmitidas pelo contato com secreções da uretra masculina, como gonorreia, HIV, clamídia, tricomoníase e hepatite B. Estima-se uma redução de 85% no risco de transmissão quando se usa camisinha.

Leia:
GONORREIA | Sintomas e tratamento
TRANSMISSÃO DO HIV | Como se pega AIDS?
CLAMÍDIA | Sintomas e tratamento
TRICOMONÍASE | Sintomas e tratamento
HEPATITE B | Sintomas e vacina

Em relação às DST que não são necessariamente transmitidas por secreções da uretra e que podem apresentar feridas contagiosas em áreas não cobertas pelo preservativo, como região púbica e virilhas, a eficácia da camisinha é mais baixa, chegando a apenas 50% em alguns casos. Podemos dar como exemplos: herpes genital, sífilis, cancro mole e HPV.

Leia:
HERPES GENITAL | Sintomas e tratamento
SÍFILIS | Sintomas e tratamento
CANCRO MOLE | Haemophilus ducreyi
HPV | CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

A camisinha não é um método infalível, mas é atualmente a melhor combinação quando se pensa em reduzir riscos de gravidez e DST ao mesmo tempo. Mesmo não sendo 100% eficaz, principalmente contra algumas DST, o uso frequentemente da camisinha reduz significantemente o risco de contágio e transmissão. É muito mais seguro usar camisinha do que não usar nada.

Para saber mais detalhes sobre o preservativo masculino, leia: CAMISINHA | Eficácia e instruções de uso

Preservativo feminino


Preservativo feminino
Preservativo feminino
O preservativo feminino, como o próprio nome diz, é a versão feminina da camisinha. A camisinha feminina também é um método de barreira, servindo como proteção contra DST e gravidez. A camisinha feminina é atualmente feita de borracha nitrílica (antigamente era poliuretano) e cobre toda a mucosa e a entrada da vagina.

Se usada corretamente, o preservativo feminino tem 95% de eficácia contra gravidez. Porém, assim como acontece com o preservativo masculino, devido a erros na hora de usá-la, a eficácia real da camisinha feminina cai para apenas 79%.

Como o preservativo feminino é um método relativamente novo e não muito difundido, ainda não há estudos confiáveis sobre a sua eficácia real contra as doenças sexualmente transmissíveis. Sabemos que a camisinha feminina é impermeável a vírus e bactérias, como sífilis, gonorreia e HIV, porém, grandes estudos com resultados estatísticos ainda não estão disponíveis, apesar de trabalhos preliminares apontarem para uma segurança semelhante a da camisinha masculina.

O preservativo feminino é descartável. A cada nova relação, deve-se utilizar uma camisinha nova.

A camisinha feminina não foi concebida para o uso no sexo anal.

Falaremos mais sobre o preservativo feminino em um artigo específico, que será escritos brevemente.

Diafragma


O diafragma é um dispositivo contraceptivo feminino de barreira, mas que tem apenas ação anticoncepcional, não atuando sobre a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis.

O diafragma consiste em uma cúpula flexível, com um lado côncavo e outro convexo. Os diafragmas mais atuais são feitos de silicone, mas existem também diafragmas feitos de látex.

Antes do ato sexual, o lado côncavo da cúpula deve ser parcialmente preenchido com um creme ou gel espermicida. Em seguida, o diafragma é inserido na vagina e posicionado de modo a se encaixar sobre o colo do útero. Existem diafragmas de vários tamanhos e cada mulher tem um tamanho que se adéqua melhor a sua vagina/colo do útero. Se a mulher emagrecer ou engordar muito, o tamanho do seu diafragma provavelmente terá que ser mudado.

Se usado de forma correta, a eficácia contraceptiva do diafragma é de 94%. Na vida real, entretanto, dado erros na forma de utilizá-lo, a eficácia geral do diafragma é de apenas 84%.

A quantidade de mulheres utilizando diafragma tem caído ao longo dos anos. Esta diminuição deve-se provavelmente à maior eficácia contraceptiva dos anticoncepcionais orais e à maior facilidade de uso dos preservativos. O diafragma é mais difícil de ser colocado que a camisinha feminina e não protege contra DST, por isso, muitas mulheres que optam por métodos de barreira dão preferência atualmente ao preservativo feminino. Outra desvantagem do diafragma é um maior risco de desenvolvimento de infecções urinárias, principalmente cistites (leia: CISTITE | Sintomas e tratamento).

O diafragma não é descartável e deve ser propriamente lavado e conservado após o seu uso. Uma má conservação pode criar rachaduras e furos, comprometendo a eficácia do método.

Esponja contraceptiva


A esponja contraceptiva é um tipo de controle de natalidade de barreira semelhante ao diafragma, impedindo a gravidez, mas sem ação sobre as doenças sexualmente transmissíveis. A esponja contraceptiva é um dispositivo macio, em forma de disco, feito de espuma de poliuretano e com uma alça para facilitar a sua remoção. A esponja contém espermicidas e deve ser molhada antes de ser inserida na vagina, onde irá cobrir o colo do útero, impedindo a passagem dos espermatozoides.

Se usada de forma correta, a eficácia contraceptiva da esponja é de 91%. Na vida real, a eficácia geral do diafragma é de 87%, uma diferença pequena que reflete a maior facilidade de usá-la em relação a outros métodos de barreira feminino.

Outra vantagem da esponja é fato dela poder ser usada sem trocas em mais de uma relação sexual, contanto que as mesmas ocorram dentro de um intervalo de 24 horas. A esponja só deve ser retirada 6 horas após a última relação. Não se deve usar a mesma esponja por mais de 30 horas seguidas.

O uso da esponja aumenta as chances de infecções urinárias e candidíase vaginal (leia: CANDIDÍASE | Sintomas e tratamento). Se esquecida por mais de 30 horas, a esponja pode provocar um grave quadro de infecção, chamado síndrome do choque tóxico, que pode levar a paciente à morte. Devido ao maior risco de efeitos secundários, a esponja é atualmente o método de barreira menos prescrito pelos ginecologistas.