quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ESPANHA INICIA ENSAIO CLINICO PARA A PRODUÇÃO DE CÓRNEAS ARTIFICIAIS


Espanha inicia ensaio clínico
para produção de córneas artificiais

Testes serão realizados no Hospital San Cecilio e outros cinco centros médicos de Andaluzia

2013-02-26
Equipa de investigadores envolvida nos ensaios clínicos
Equipa de investigadores envolvida nos ensaios clínicos
Investigadores do Hospital San Cecilio de Granada anunciaram o início de um ensaio clínico para a produção implantação de córneas artificiais em pacientes que apresentem opacidade ou úlceras graves neste tecido. Há décadas que os oftalmologistas esperam o desenvolvimento de córneas artificiais que possam ser aplicadas através de procedimentos pouco invasivos e sem provocarem problemas de compatibilidade.
O ensaio agora anunciado será feito em cinco centros médicos da comunidade autónoma de Andaluzia, além do hospital já referido, e conta com a participação de 20 pacientes. A córnea é a estrutura transparente que se encontra no exterior do olho. Além de proteger a íris, tem também a função de focar as imagens na retina. Se apresentar alterações na sua estrutura há imediatas consequências na qualidade da visão.
O trabalho de investigação começa com a fabricação de córneas artificiais. Para isso, é necessário obter-se células estaminais de uma córnea extraída de um doador falecido, mais propriamente células do epitélio e do estroma.
As células cultivam-se com uma matriz de biomaterial concebida pelo grupo de engenharia de tecidos da Universidade de Granada para ser possível gerar uma córnea igual à do olho humano.
É o tecido criado em laboratório que se coloca, como uma gaze, tapando o olho doente do paciente, para favorecer regeneração de todo o tecido danificado, explica José Luis Garcia, director da unidade de gestão clínica de oftalmologia do Hospital San Cecilio.
Em casos muito graves, as terapias actuais são os transplantes de córnea de cadáveres ou o implante de acrílico. Em Espanha fazem-se, por ano, mais de 3200 transplantes de córnea, sendo um dos mais comuns. No entanto, apresenta alguns problemas, entre os quais o risco de rejeição.
Uma das principais vantagens da técnica agora desenvolvida é a possibiliadade de criar 20 córneas artificiais a partir de apenas uma doada.
Além disso, o risco de rejeição é muitíssimo inferior. Isto porque as córneas criadas em laboratório não têm células endoteliais (uma das três camadas da córnea), que são as que provocam 99 por cento das rejeições.

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