sexta-feira, 7 de junho de 2013

NOVA TERAPIA EM DESENVOLVIMENTO PODERÁ TRAVAR ESCLEROSE MÚLTIPLA

Nova terapia em desenvolvimento
poderá travar esclerose múltipla

Investigação é esta semana apresentada na «Science Translational Medicine»

2013-06-06
Stephen Miller, da Universidade de Northwestern
Stephen Miller, da Universidade de Northwestern
Uma investigação levada a cabo por vários centros europeus e pela Universidade de Northwestern (Chicago) revela uma possível nova terapia para doentes com esclerose múltipla. Os cientistas desenvolveram uma espécie de "vacina" que consegue enganar o sistema imunitário e travar a deterioração da mielina, a substância que cobre os nervos e que possibilita a condução de impulsos nervosos.
É devido à desmielinização que se desenvolvem os sintomas que caracterizam a doença, como espasmos musculares, problemas na coordenação, tremuras, entre outros.

A esclerose múltipla é uma doença crónica sem cura. Os tratamentos existentes servem apenas para diminuir os sintomas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A terapia apresentada esta semana na «Science Translational Medicine» está ainda numa fase muito inicial, tendo sido a sua segurança comprovada em nove pacientes.
Consiste na transfusão de glóbulos brancos linfócitos do próprio doente, previamente extraídos para lhes serem acrescentados fragmentos de mielina. Estes fragmentos são precisamente os alvos para os quais se dirigem as células do sistema imunitário que não as reconhece como algo próprio, pelo que as destrói.
Esta “receita” irá habituar o organismo do doente à presença destes fragmentos de mielina. “A terapia trava as respostas auto-imunes e previne a activação de novas células auto-imunes. Além disso, esta abordagem deixa intacta a função normal do sistema imunitário”, explica Stephen Miller, professor de microbiologia e imunologia na Universidade Northwestern, que dirigiu o estudo.
Apesar da terapia ter reduzido a reacção do sistema imunitário à mielina – entre 50 a 65 por cento – o reduzido número de pacientes testados não permite falar da eficácia ou capacidade para prevenir a progressão da esclerose múltipla.

Os investigadores podem apenas afirmar que a terapia não tem efeitos secundários, que foi bem tolerada e que aqueles que receberam as doses mais altas de linfócitos modificados tiveram a maior redução no ataque das células contra a mielina.

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