quinta-feira, 17 de julho de 2014

COLITE PSEUDOMEMBRANOSA | CLOSTRIDIUM DIFFICILE

COLITE PSEUDOMEMBRANOSA | CLOSTRIDIUM DIFFICILE

O sistema digestivo humano abriga mais de 1000 espécies de microrganismos. A nossa flora gastrointestinal natural é inofensiva e muitas vezes benéfica em condições normais, pois auxilia na digestão de alimentos e dificulta a proliferação de bactérias virulentas vindas do exterior. Porém, quando o equilíbrio entre as centenas de microrganismos naturais é rompido, aumenta-se o risco de crescimento descontrolado de micróbios patogênicos, ou seja, capazes de provocar infecção intestinal.
Um dos germes com maior potencial de provocar infecções, em caso de proliferação acima do normal, é a bactéria Clostridium difficile, um organismo capaz de provocar quadros de intensa colite (inflamação da parede do cólon) e diarreia.
Neste artigo vamos falar sobre a infecção pela bactéria Clostridium difficile e a colite pseudomembranosa, uma forma grave de infecção intestinal.
Se você quiser ler sobre outras causas de diarreia infecciosa, acesse os links abaixo:

O QUE É O CLOSTRIDIUM DIFFICILE

Clostridium difficile é uma bactéria produtora de toxinas, que costuma estar presente em cerca de 3% dos adultos saudáveis e em até 20% dos pacientes hospitalizados, principalmente naqueles sob tratamento com antibióticos. Nos idosos internados em centros de cuidados prolongados, a taxa de contaminação chega a ser de 50%.
Clostridium difficile
O Clostridium difficile costuma ser inofensivo em pessoas saudáveis, pois a sua proliferação é controlada pelas centenas de outras espécies de bactérias, fungos e protozoários que habitam nosso trato intestinal. Porém, em pessoas que fazem uso repetido ou prolongado de antibióticos, a flora intestinal natural pode sofrer uma grave alteração, favorecendo a proliferação de cepas causadoras de doenças.
O Clostridium difficile não é uma bactéria que ataca diretamente o cólon. O seu problema reside no fato dela ser uma produtora de toxinas irritantes à parede do intestino. Quando a bactéria consegue se multiplicar descontroladamente, uma grande quantidade de toxinas são produzidas, levando à colite (inflamação do cólon) e diarreia profusa.
Pacientes portadores da bactéria C. difficile  eliminam a mesma nas fezes sob a forma de esporos, podendo contaminar o ambiente (roupas, objetos, roupa de cama, toalhas…) e pessoas ao redor. Para indivíduos saudáveis, como os familiares, essa contaminação é pouco relevante, pois o sistema imunológico e a flora intestinal são capazes de controlar a infecção. Porém, em um ambiente hospitalar, onde existem muitos idosos debilitados e pessoas com sistema imunológico comprometido, isso pode gerar surtos de colite em vários pacientes internados. Por isso, qualquer paciente identificado como portador  de <em>Clostridium difficile</em> deve ser colocado em isolamento de contato até que a bactéria seja erradicada.

SINTOMAS DA COLITE POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE

A infecção pelo C. difficile pode provocar 4 apresentações clínicas distintas:
1- Portador assintomático: pacientes hospitalizados frequentemente sofrem mudanças na sua flora intestinal e podem passar a ser portadores da bactériaClostridium difficile. São chamados de carreadores assintomáticos aqueles que possuem a bactéria, eliminam a mesma nas fezes, podendo contaminar o ambiente e outros pacientes, mas não apresentam quaisquer sintomas. Esses pacientes são habitualmente pessoas com sistema imunológico forte, que se curam sozinhos semanas depois de terem retornado para a sua casa.
2- Diarreia por Clostridium difficile: nos pacientes que desenvolvem sintomas, a diarreia é a manifestação clínica mais comum. A colite provocada pelo C. difficilecostuma causar uma diarréia aquosa intensa, que pode levar o paciente a ter várias evacuações por dia. Cólicas abdominais, febre baixa e leucocitose (aumento do número de leucócitos no hemograma) são outras manifestações comuns. Febre acima de 38,5ºC é um sinal de gravidade.
A colite por C. difficile costuma estar relacionada à administração recente de antibióticos. O quadro pode iniciar-se ainda durante o tratamento ou até 5 a 10 dias após o fim do(s) antibiótico(s). Em casos raros, a colite por Clostridium difficile pode aparecer somente semanas depois do fim do tratamento.
Os antibióticos mais frequentemente implicados com a proliferação do C. difficile são as fluoroquinolonas (ex: ciprofloxacino, levofloxacino e norfloxacino), clindamicina, cefalosporinas e penicilinas. Porém, praticamente todos os antibióticos, incluindo metronidazol e a vancomicina, que são habitualmente usados no tratamento daClostridium difficile, podem facilitar o aparecimento desta colite.
3- Colite pseudomembranosa: é um quadro de colite um pouco mais grave que o anterior, com diarreia que pode chegar a 15 evacuações diárias, dores abdominais mais intensas e presença de sangue e pus nas fezes. A sua principal característica é a presença de uma pseudomembrana ao redor da parede do cólon, achado que costuma ser identificado através da colonoscopia (leia: EXAME COLONOSCOPIA).
4- Colite fulminante: uma forma mais grave e, felizmente, mais rara, é a colite fulminante, um quadro de intensa inflamação, com dilatação do cólon e grande risco de perfuração do mesmo.

FATORES DE RISCO PARA INFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE

O uso recente de antibióticos é o mais importante fator de risco para a multiplicação do C. difficile. Quanto maior for o espectro de ação, ou seja, quanto maior for a capacidade do antibiótico de atingir diferentes tipos de bactérias, e quanto mais prolongado for o tempo de tratamento, maior será o risco de colite por C. difficile. Pacientes idosos, hospitalizados ou institucionalizados também apresentam elevado risco de infecção por esta bactéria. Uso crônico de medicamentos que suprimem a acidez gástrica, como omeprazol, pantoprazol e similares, também parece aumentar o risco de contaminação pela bactéria.
É importante destacar que existem outras causas de diarreia causada por antibiótico que não têm relação com o C. difficile. Na verdade, a maioria das pessoas jovens e não hospitalizadas que desenvolvem diarreia após o uso de um determinado antibiótico não tem colite por Clostridium difficile.

DIAGNÓSTICO DA COLITE POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE

O diagnóstico da colite por C. difficile deve ser investigado em todo paciente hospitalizado, ou que tenha recebido alta hospitalar recentemente, que desenvolva quadro de diarreia intensa. O uso recente de antibióticos é uma dica importante. Pacientes não hospitalizados que tenham feito uso recente de múltiplos antibióticos também podem desenvolver a infecção.
O diagnóstico é habitualmente feito através da pesquisa de toxinas do C. difficile nas fezes. A presença de toxinas em um paciente com diarreia persistente é suficiente para o diagnóstico.
Nos casos em que a pesquisa de toxinas do C. difficile é negativa, mas a suspeita clínica é muito alta, uma colonoscopia pode ser realizada para investigar a presença de pseudomembranas, achado típico na colite pseudomembranosa.

TRATAMENTO DA COLITE POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE

Ironicamente, o tratamento da infecção pelo Clostridium difficile é feito com antibióticos. Para casos leves a moderados, o metronidazol é o antibiótico de escolha. Nos casos mais graves, a vancomicina, por via oral, deve ser a escolha.
No casos de colite fulminante, com rompimento iminente ou já estabelecido do cólon, o tratamento deve ser cirúrgico, com ressecção da região afetada.
Nos pacientes com infecção recorrente por C. difficile, apesar do tratamento adequado com metronidazol ou vancomicina, algumas alternativas podem ser tentadas. O transplante de fezes é uma técnica nova que consiste na administração de fezes de um doador diretamente para o trato gastrointestinal do paciente, através do colonoscopia ou por uma sonda gastrointestinal. O objetivo desse tratamento é restabelecer a flora intestinal natural, impedindo que o C. difficile volte a se multiplicar.
Seguindo o mesmo raciocínio, uma outra opção é a administração de probióticos, que é um medicamento que contém bactéria se fungos naturais da flora intestinal. Apesar de ser mais simples, os probióticos têm resultados inferiores ao transplante de fezes, principalmente nos casos de colite moderada a grave.
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RESPOSTA IMUNE À DOENÇA INFECCIOSA: NOVAS DESCOBERTAS SOBRE PROPERDINA

A resposta imune à doença infecciosa: Novas descobertas sobre properdina

Data:
16 de julho de 2014
Fonte:
Universidade de Leicester
Resumo:
Conhecimento em imunologia tem sido avançado por pesquisas recentes. Um novo trabalho apresenta novas descobertas significativas sobre a properdina proteína - uma parte importante do sistema imunológico. É um regulador positivo na via alternativa de ativação do complemento - o que significa que ela desempenha um papel fundamental em um dos principais técnicas do corpo para combater infecções e corpos estranhos, conhecidos como antígenos.

Universidade de Leicester pesquisadores - incluindo três doutorados - contribuir de forma significativa para o conhecimento na área de imunologia
Pesquisadores da Universidade de Leicester lançaram prova sustentando um duplo papel inesperado de um importante componente do sistema imunológico.
Descobertas por pesquisadores do Departamento de Infecção da Universidade, Imunidade e Inflamação - incluindo três doutorados - são publicados em um artigo para a revista "Medical Microbiology and Immunology.
O trabalho apresenta novas descobertas significativas sobre a properdina proteína - uma parte importante do sistema imunológico. É um regulador positivo na via alternativa de ativação do complemento - o que significa que ela desempenha um papel fundamental em um dos principais técnicas do corpo para combater infecções e corpos estranhos, conhecidos como antígenos.
As novas descobertas mostram que, em algumas situações, a falta de properdina pode realmente ter grandes benefícios - enquanto em outros, pode ser uma grande desvantagem.
Utilizando modelos de rato, os autores investigaram as diferenças nas respostas imunológicas entre os indivíduos com deficiência em properdina e aqueles com quantidades normais de proteína.
Quando os indivíduos foram infectados com Streptococcus pneumoniae - bactérias que podem causar sepse e pneumonia em humanos - aqueles deficientes em properdina tinham taxas de sobrevivência mais elevadas do que aqueles com níveis normais.
Mas quando os indivíduos foram infectados com Listeria monocytogenes - que causam uma infecção chamada listeriose em humanos - aqueles deficientes em properdina tinham níveis mais baixos de sobrevivência.
Cellular análise pelos pesquisadores sugere que a deficiência de properdina é susceptível de induzir o corpo a usar mais de um tipo de glóbulo branco conhecido como macrófagos M2 - envolvidos na reparação dos tecidos - em vez de macrófagos M1, cujo papel principal é matar agentes patogênicos .
Isto permitiu que os investigadores a concluir que a properdina controla a força da resposta imune do corpo ao afectar a função dos macrófagos durante a infecção e inflamação.
Investigador principal e autor correspondente, Dr Cordula Stover, professor titular de Imunologia do Departamento de Infecção, Imunidade e Inflamação da Universidade, disse: "Os projetos dos doutorados em conjunto elucidar um papel extremamente instrutivo de uma proteína imune inato, complementam properdina, na formação a resposta inflamatória.
"O trabalho é a primeira a mostrar que a properdina complemento controla a força da resposta imune humoral, afectando assim como fenótipos celulares durante infecção bacteriana aguda e consequente inflamação."
Dr. Stover também salienta que a utilização de modelos de mouse pode ser muito útil para a compreensão dos mecanismos da doença -, mas existem limitações com o valor de modelos de ratos.
Ela disse: "Nós estamos pedindo ratos para reagir a patógenos humanos ou doenças de importância para o homem, não rato ratos são geneticamente homogêneo, ao contrário do homem, e ter comparável, não idênticos, o escopo das células e anticorpos..
"Para ser significativa, os conceitos de doença precisa ser testada em amostras de pacientes, a fim de ter aplicação direta da pesquisa."

Notícia:
A história acima é baseada em materiais fornecidos pela Universidade de LeicesterNota: Materiais podem ser editadas para o conteúdo e extensão.

Jornal de referência :
  1. Aline Dupont, Fatima Mohamed, Nur'Ain Salehen, Sarah Glenn, Lorenza Francescut, Rozita Adib, Simon Byrne, Hannah Brewin, Irina Elliott, Luke Richards, Petya Dimitrova, Wilhelm Schwaeble, Nina Ivanovska, Aras Kadioglu, Lee R. Machado, Peter . W. Andrew, Cordula Stover modelos Septicemia usando Streptococcus pneumoniae e Listeria monocytogenes: a compreensão do papel do complemento properdina . Medical Microbiology and Immunology , 2014; DOI: 10.1007/s00430-013-0324-z

Cite esta página :
Universidade de Leicester. "A resposta imune à doença infecciosa: Novas descobertas sobre properdina." ScienceDaily. ScienceDaily, 16 de julho de 2014. <www.sciencedaily.com/releases/2014/07/140716090739.htm>.