sexta-feira, 5 de outubro de 2012

DEPRESSÃO E ANSIEDADE PODEM ATINGIR QUEM TEM ARTRITE REUMATOIDE


"Deu na Mídia" - Artigo.

Depressão e Ansiedade Podem Atingir Quem Tem Artrite Reumatoide

Autoria: LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA
18/07/2012 
Reportagem do jornal Folha de Londrina enfoca a artrite reumatoide e salienta que um em cada três pacientes que sofrem com a doença são atingidos por depressão e ansiedade. Segundo o texto, um artigo recente, publicado no Arthritis Care & Research, diz que 1/3 dos adultos americanos com artrite, com mais de 45 anos de idade, relata ter ansiedade ou depressão. O trabalho destaca que a ansiedade é quase duas vezes mais comum que a depressão entre os pacientes artríticos.

Antes de falar especificamente sobre o tema, é interessante esclarecer o que é artrite reumatoide e as diferenças em relação à osteoartrite. Quem explica é a coordenadora da Comissão de Artrite Reumatoide da SBR, a reumatologista Licia Maria Henrique da Mota. Segundo ela, artrite, ou  artrite reumatoide (AR) é uma doença crônica, inflamatória, cuja principal característica é a inflamação das articulações (juntas), embora outros órgãos também possam estar comprometidos. “A AR é uma doença auto-imune, ou seja, é uma condição em que o sistema imunológico, que normalmente defende o nosso corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a atacar próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como sinóvia)”, explica Licia, ressaltando que a inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar à destruição das juntas, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades da vida diária. “O tratamento adequado e precoce pode prevenir a ocorrência de deformidades e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença”, diz Licia.

Já a osteoartrite, esclarece a reumatologista, também chamada de artrose ou osteoartrose, é uma doença que se caracteriza principalmente pela degeneração (desgaste) das cartilagens que protegem os ossos, embora também exista um componente de inflamação. “É uma doença osteoarticular muito comum, e sua frequência aumenta com o envelhecimento da população.”

Referindo-se especificamente à presença de ansiedade e depressão em quem sofre de AR, Licia explica que isso acontece porque se trata de uma doença que leva a vários graus de incapacidade e tem um profundo impacto sobre os aspectos sociais, econômicos e psicológicos da vida do paciente. “Pacientes com AR apresentam uma prevalência de transtornos depressivos e ansiosos acima da média habitualmente encontrada na população em geral, variando de 13% a 47%, segundo diversos estudos”, diz Licia, explicando que essa grande diferença provavelmente se deve à variedade das populações estudadas e também ao uso de questionários diferentes para determinação da presença de sintomas depressivos.

“Na Universidade de Brasília, nós temos um ambulatório específico de acompanhamento de pacientes com AR em sua fase inicial (menos de um ano de doenças), a Coorte Brasília de AR inicial”, diz Licia, e o estudo do comportamento desses pacientes gera uma série de informações inéditas sobre a doença no Brasil e assim se conseguiu observar, por exemplo, que 13,8% dos pacientes do ambulatório apresentam diagnóstico de depressão e cerca de 15% de transtorno de ansiedade. “O motivo exato dessa associação não é conhecido, mas é possível que o medo, a angústia do diagnóstico e a limitação ocasionadas pela doença possam influenciar profundamente a presença de sintomas de tristeza e desmotivação”, diz Licia.

Tratamento das Questões Emocionais 

Diante disso, a reumatologista salienta que a assistência adequada a pacientes com AR inclui, necessariamente, a avaliação de aspectos outros que não simplesmente a avaliaçaõ da dor e da limitação física: “O reumatologista, em sua avaliação e proposta de tratamento do paciente, deve sempre considerar, além dos problemas físicos, as questões emocionais, o impacto da dor crônica, da baixa autoestima, da fadiga  e da disfunção sexual que a doença pode causar”. Para tanto, o tratamento dessas condições deve incluir a boa relação médico-paciente, a orientação adequada quanto ao tratamento da doença, o estímulo à prática de atividade física, e, quando necessário, o uso de medicações antidepressivas e ansiolíticas (para reduzir a ansiedade). O apoio de um psicólogo ou psiquiatra algumas vezes também se faz necessário, salienta Licia.

Segundo ela, é importante ainda ressaltar que, tendo em vista que a presença de depressão e/ou ansiedade é determinante de redução de qualidade de vida, questões que abordam estes aspectos merecem estar entre os parâmetros que avaliam o curso da artrite.  “Há necessidade de mais estudos que avaliem a extensão da depressão e ansiedade, para que possam ser oferecidas alternativas terapêuticas que melhorem não somente a saúde física, mas também a qualidade de vida do paciente”, salienta.

Quanto ao estudo publicado no Arthritis Care & Research, Licia diz que, embora seja muito importante pela informação que traz, não é o primeiro a avaliar depressão e ansiedade em pacientes com AR: “Em nossa Coorte Brasília de AR inicial, encontramos sintomas depressivos e/ou quadro compatível com ansiedade em até 15% dos pacientes, o que gera considerável redução na qualidade de vida, além de repercussão no manejo da AR”, ressalta.

Licia cita ainda um estudo de Scott com outros autores, que sugeriu que, pelo menos em parte, a dor dos pacientes com AR inicial esteja relacionada à depressão. Outro estudo, de autoria de Sharpe e mais pesquisadores, investigou essa relação em 22 pacientes com AR inicial e encontrou que a dor estava associada com a depressão, além do nível de incapacidade na avaliação inicial, crenças sobre a conseqüência da artrite, além de estratégias de manejo da dor. “Os pacientes do estudo de Sharpe evoluíram com piora significativa da depressão ao longo do tempo. Na avaliação inicial, apenas 15% preencheu critérios de ‘possível depressão’ e, após 15 meses de acompanhamento, 40% dos casos foram classificados como deprimidos, caindo para 35% após 21 meses”.
No estudo feito na Universidade de Brasília, diz Licia, foi feita a pesquisa sistemática sobre a presença de sintomas depressivos apenas na avaliação inicial, “de forma que não pudemos avaliar a evolução dos sintomas depressivos, ou suas possíveis correlações, ao longo do tempo”.

Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

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AO CONSTATAR QUALQUER DOS  SINTOMAS RELACIONADOS PROCURE SEMPRE UM MÉDICO, SOMENTE ELE É CAPAZ DE DAR UM DIAGNOSTICO E PRESCREVER O MEDICAMENTO CORRETO.

NUNCA SE AUTOMEDIQUE, TOMAR MEDICAMENTO SEM PRESCRIÇÃO MÉDICA  PODE OCORRER RISCO DE MORTE.

VITAMINA D E CÁLCIO JUNTOS REDUZEM MORTALIDADE DE IDOSOS


"Deu na Mídia" - Artigo.

Vitamina D e Cálcio Juntos Reduzem Mortalidade de Idosos

Autoria: ROSA MARIA RODRIGUES PEREIRA
18/07/2012 
Um estudo realizado na Dinamarca que envolveu pesquisar uso de vitamina D e cálcio conjuntamente demonstrou que essa associação pode reduzir a taxa de mortalidade entre idosos e foi tema de reportagem publicada no jornal Estado de S. Paulo. Segundo o texto da reportagem, Os pesquisadores descobriram que os idosos que tomaram os suplementos tiveram uma chance 9% menor de morrer que os que não tomaram, considerado um período de três anos. Mas o consumo somente das pílulas de vitamina D, sem o cálcio, porém, não mostrou nenhum efeito nesse sentido.

Comentando o estudo, a coordenadora da Comissão de Doenças Osteometabólicas e Osteoporose da SBR, a reumatologista Rosa Maria Pereira, explica que se trata de um trabalho que avaliou outros oitos realizados anteriormente com o mesmo foco. Segundo ela, o trabalho mostra que a associação de vitamina D e cálcio é de fato benéfica para idosos,  mas aí há uma ressalva importante a fazer, diz Rosa: “É preciso citar outro estudo realizado, que incluiu mais 23 mil pessoas, portanto de larga abrangência, que demonstrou que o cálcio em forma de comprimido aumenta o risco de o idoso ter um infarto do miocárdio. Tal risco seria menor se o cálcio fosse consumido com base em dieta alimentar”.

Em relação a vitamina D, explica, o ideal é usar suplementos ou tomar sol  uma vez que a quantidade de vitamina D na dieta habitual é pequena.  A vitamina D pode ser obtida em peixes como sardinha, salmão e atum, que normalmente não são consumidos no dia a dia.

Rosa explica ainda que nos últimos anos surgiram estudos demonstrando que o uso de cálcio em forma de comprimido  poderia causar problemas cardíacos em idosos, o que levou à recomendação de que o cálcio deva ser mesmo consumido pela dieta, ou seja, com alimentos (leite, queijo e iogurte, por exemplo).

Então, voltando ao estudo realizado na Dinamarca, Rosa salienta novamente o benefício de usar vitamina D e cálcio juntos, mas este último de preferência na forma de dieta.


Juntos, vitamina D e cálcio estendem expectativa de vida


Estudo aponta que combinação ajudou a reduzir taxa de mortalidade entre idosos

15 de junho de 2012 | 18h 39

Adultos em idade avançada que tomam suplementos de vitamina D e cálcio vivem mais que os que não consomem essas doses adicionais, aponta um estudo de pesquisadores dinamarqueses.

Os pesquisadores descobriram que os idosos que tomaram os suplementos tiveram uma chance 9% menor de morrer que os que não tomaram, considerado um período de três anos. Mas o consumo somente das pílulas de vitamina D, sem o cálcio, porém, não mostrou nenhum efeito nesse sentido.

As conclusões têm como base dados de oito estudos clínicos anteriores, nos quais os participantes tomaram suplementos de vitamina D (com ou sem cálcio) ou placebos para efeito de comparação. Esse tipo de pesquisa dá as mais fortes evidências sobre os eventuais efeitos dessas doses adicionais, afirma Lars Rejnmark, que lidera a pesquisa.

A redução de 9% na taxa de mortalidade em um período de três anos após o consumo dos suplementos parece pouco. A equipe de Rejnmark estima que, para prevenir apenas uma morte dentro desse curto tempo, mais de 150 idosos teriam de tomar as doses adicionais durante 36 meses.

Rejnmark também diz que as descobertas atestam os benefícios de tomar os suplementos, mas alerta para os riscos de doses extras dessas substâncias. Ele lembra que cálcio em exagero pode levar a enfartes, embora não se saiba se os suplementos em si sejam os problemas.

Sobre os efeitos colaterais, ele recorda o risco de pedras nos rins, que aumenta com altos níveis de cálcio no corpo. Exageros em vitamina D, por sua vez, levam a náuseas, vômitos, pouco apetite e gripe.

Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

VITAMINA D EM DOSE MAIOR QUE A RECOMENDADA REDUZ RISCO DE FRATURAS


"Deu na Mídia" - Artigo.

Vitamina D em Dose Maior que a Recomendada Reduz Risco de Fraturas

Autoria: VERA LUCIA SZEJNFELD
06/08/2012 
Doses de vitamina D (benéfica à estrutura óssea) maiores do que a recomendada internacionalmente. Eis o que recomenda um estudo realizado em Zurique, na Suíça, que foi tema de notícia veiculada pela revista Veja. Conforme a reportagem, os resultados do estudo mostraram que consumir mais de 20µg (microgramas) ao dia reduz em até 30% o risco de fraturas. Importante ressaltar que a dose recomendada por autoridades de saúde no mundo, inclusive no Brasil, é de 10 µg a 20 µg ao dia. Além disso, o estudo demonstra que o risco não se altera com uma quantidade menor do que essa.

Foram testadas nesse trabalho cerca de 31 mil pessoas, das quais 91% eram mulheres. A média de idade dos indivíduos era de 76 anos.

Comentando esse estudo, a reumatologista e membro da Comissão de Doenças Osteometabólicas e Osteoporose da SBR, Vera Lucia Szejnfeld, diz que se trata de mais um trabalho que vem confirmar o que já se sabia: a dose recomendada de vitamina D em torno de 20 µg ao dia não é suficiente para reduzir o risco de fratura, principalmente, em idosos.

Vera explica que 10 µg a 20 µg correspondem a 400 UI (Unidade Internacional) a 800 UI por dia. “Atualmente, tem-se recomendado doses maiores diárias, em torno de 1000 a 2000 UI, principalmente nos idosos”, diz Vera, explicando que pessoas com mais de 60 anos têm menor concentração sérica  de vitamina D, pois, além de apresentarem baixa exposição solar, a pele já não sintetiza a vitamina D de forma eficiente, sendo necessária a suplementação.

A reumatologista diz ainda que a questão do nível diário de vitamina D necessária tornou-se menos clara desde que, há cerca de seis meses, a Associação Americana de Médicos, dos EUA, anunciou que a dose até 20 µg ao dia seria suficiente. A entidade disse que o nível de vitamina D no sangue deve girar em torno de 20 ng/ml (nanogramas), mas Vera salienta que, há cerca de três anos, tem sido recomendada uma presença maior da vitamina no sangue: em torno de 30 ng/ml, o que obriga a um consumo além de 20 µg por dia.

Aumentar essa dose, diz Vera, foi recentemente recomendado pela Sociedade Americana de Estudos do Metabolismo Ósseo (ASBMR), nos Estados Unidos.

Vera ainda ressalta que doses maiores de vitamina D parecem proteger também contra doenças cardiovasculares.


Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

ARTRITE REUMATOIDE PODE CAUSAR DOENÇAS PARALELAS


"Deu na Mídia" - Artigo.

Artrite Reumatoide Pode Causar Doenças Paralelas

Autoria: LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA
19/07/2012 
Pacientes que sofrem de artrite reumatoide (AR), que limita ou até cessa a funcionalidade de partes do corpo, correm risco de serem atingidos por outras doenças, como infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Esse foi o foco de uma reportagem publicada pelo Correio Brasiliense, que chama a atenção para o benefício de diagnóstico o mais precoce possível da AR para aumentar as chances de controlar seu avanço.

A coordenadora da Comissão de Artrite Reumatoide da SBR, a reumatologista Licia Maria Henrique da Mota, dá esclarecimentos sobre o tema, iniciando com detalhes sobre o que é a AR: “Trata-se de uma doença inflamatória e é  importante que todos os pacientes saibam que, além de terem artrite, existe a possibilidade do aparecimento de outras doenças concomitantes, o que se chama de comorbidades ou patologias associadas”, salienta Licia.

Ela explica que, em primeiro lugar, se deve considerar que, como a artrite reumatoide é uma doença autoimune, outras doenças desencadeadas pelo mesmo mecanismo autoimune são mais frequentes nestes pacientes quando comparados com quem não tem a doença. “Assim, não é muito raro o indivíduo poder ter artrite reumatoide e tireoidite de Hashimoto ou doença celíaca associada”, diz Licia, adicionando que outros exemplos de doenças autoimunes são diabetes melitos tipo 1, vitiligo, esclerose múltipla e hepatite autoimune.

Quanto a problemas cardiovasculares, Licia diz que a inflamação poderia, por diversos mecanismos, gerar aumento desse risco . Licia explica que, mais frequente que as doenças autoimunes em pacientes com artrite reumatoide, são as que estão relacionadas à deposição de placas de aterosclerose (gordura) nos vasos sanguíneos. “Assim, devemos lembrar que doença coronariana, aterosclerose nas artérias carótidas, doença vascular periférica e acidente vascular cerebral (AVC), em especial o tipo isquêmico, podem ocorrer”.

Outras condições mais frequentes em quem tem artrite reumatóide, segundo Licia, são insuficiência cardíaca congestiva, diabetes melitos tipo 2, osteoporose e distúrbio dos lipídios (colesterol, HDL e triglicerídeos). 

A reumatologista salienta que a presença de comorbidades nos pacientes com artrite reumatoide é importante diante desse risco maior de infarto do miocárdio e mesmo mortalidade de causa cardiovascular, caso estas doenças concomitantes  não sejam reconhecidas e tratadas de forma adequada.

Subgrupos Mais Graves 

Licia explica que, ainda que todos os pacientes com artrite reumatoide devam ser avaliados quanto à presença de patologias associadas, é preciso lembrar que o subgrupo dos pacientes mais graves , com doença ativa por muito tempo, principalmente aqueles que têm exames positivos para o  fator reumatoide em valores muito altos e/ou anticorpo anti-CCP positivos, tem mais risco de virem a desenvolver algumas doenças concomitantes e problemas cardiovasculares.

Em relação aos lipídios, as famosas gorduras circulantes prejudiciais à saúde, a reumatologista explica que pacientes com artrite reumatoide têm maior probabilidade de terem o HDL que é protetor em níveis reduzidos, o que traz maior risco a eles.  “Portanto, esses indivíduos devem ser orientados a fazer atividade física e terem uma dieta adequada, com pouca quantidade de gorduras saturadas, açúcar e massas”, ressalta Licia.

Outro aspecto importante, segundo ela, é que com frequência pacientes artrite reumatoide apresentam hipertensão arterial sistêmica e esta condição deve ser prontamente diagnosticada e tratada, considerando que a hipertensão também contribui para maior risco de evento cardiovascular. “A utilização de doses elevadas de glicocorticoides e algumas drogas utilizadas no tratamento da artrite reumatoide podem contribuir para o aparecimento da hipertensão arterial, como o uso de  leflunomida ou ciclosporina”, explica Licia.

Ela explica que a utilização de antiinflamatórios não-hormonais em pacientes com artrite reumatoide pode reduzir o  efeito anti-hipertensivo de medicações como diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores do receptor de angiotensina. “Assim eventualmente ajustes no tratamento antirreumático ou na escolha ou dose dos anti-hipertensivos pode ser necessário.”

Tratamento da AR

Nos últimos anos, diz Licia, novos conhecimentos sobre a patogênese da artrite reumatoide e o reconhecimento de novos alvos terapêuticos permitiram a inserção de novas drogas biológicas modificadoras do curso da doença (DMCD). “Outro dado importante acerca do tratamento, foi que novas estratégias de manejo da AR foram sugeridas, com a utilização de DMCD em fase mais inicial, avaliações mais frequentes dos pacientes, mudanças ou ajustes da terapêutica baseados em escores objetivos de avaliação da atividade da AR e busca de remissão clínica ou, quando não possível, baixa atividade de doença”, explica Licia, salientando que essas mudanças de conduta ocasionaram melhor prognóstico para os pacientes com diagnóstico de AR.

Entretanto, salienta Licia, apesar das marcantes conquistas do tratamento da AR, a mortalidade entre pacientes com esta doença continua superior à da população geral, e não houve mudanças significativas nos últimos anos.

Doenças Cardiovasculares 

O reconhecimento da importância das doenças cardiovasculares como causa de mortalidade entre os pacientes com AR vem acontecendo nos últimos anos, segundo Licia, e, entre as recomendações de tratamento desses pacientes, estão inseridos diagnóstico, prevenção e tratamento precoce das doenças como hipertensão, diabetes e aterosclerose, que aumentam o risco cardiovascular.

Licia salienta que o acompanhamento e tratamento dessas condições pode ser feito pelo médico responsável pelo paciente, inclusive por seu reumatologista, mas, em algumas situações, o co-acompanhamento com o especialista em cardiologia faz-se necessário.

O texto da reportagem do Correio Brasiliziense fala ainda em um  “arsenal de cuidados”  para combater o avanço da artrite reumatoide. E Licia explica que esse “arsenal” inclui diagnóstico precoce; tratamento de forma intensiva, com DMCD sintéticas e, quando necessário, biológicas; monitorização da atividade da doença; acompanhamento frequente e tratamento de toda e qualquer comorbidade que possa influenciar na evolução da AR. “Com vistas à prevenção de danos, além do tratamento habitual, é muito importante a orientação de manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, cessação de tabagismo e atividade física regular, indicada pelo médico.”

Quanto ao benefício de um diagnóstico precoce, Licia explica que a AR é considerada inicial nos seus 12 primeiros meses de evolução, que constituem a chamada “janela de oportunidade terapêutica”. “Diagnosticar e tratar precocemente a doença nessa fase, em especial nas 12 primeiras semanas após o início dos sintomas, pode mudar completamente a evolução da doença”, salienta Licia, citando que na Universidade de Brasília, há um ambulatório específico de acompanhamento de pacientes com AR em sua fase inicial (menos de um ano de doenças), a Coorte Brasília de AR inicial. O estudo do comportamento desses pacientes gera uma série de informações inéditas sobre a doença no Brasil.

Sintomas 

Em relação aos sintomas da AR, Licia explica que os principais que devem ser observados são dor e edema (inchaço) das articulações, em especial das pequenas (mãos, punhos e pés). “Muitas vezes, a dor é acompanhada por uma rigidez, sensação de ‘endurecimento’ das articulações, que é pior pela manhã ou após um período de repouso durante o dia. Essa rigidez pode demorar mais de uma hora, o que é um sinal de alerta”, explica Licia, adicionando que dor e inchaço nas articulações são sintomas de risco para a artrite, e o paciente deve imediatamente procurar o médico. “Quanto mais precoce o diagnóstico e o início do tratamento, maiores são as chances de controle da doença”, ressalta.

Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

NOVO ANTI-INFLAMATÓRIO EM TESTES COMBATE DORES DE DIFICIL CONTROLE


Deu na Mídia" - Artigo.

Novo Anti-Inflamatório em Testes Combate Dores de Difícil Controle

Autoria: ROBERTO EZEQUIEL HEYMANN
13/08/2012 
Um tipo de anti-inflamatório anunciado como potente está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan, em São Paulo, segundo reportagem veiculada no jornal Gazeta do Povo, do Paraná.

Destinado a aliviar dores de difícil controle, o anti-inflamatório foi testado em animais e os resultados comprovaram a eficiência do medicamento, que usa uma proteína presente no sangue, chamada ligante de cálcio S100A9. Segundo os pesquisadores, além de sua alta potência, pode ser administrado oralmente.

Comentando o medicamento em teste, o coordenador da Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas das Partes Moles, o reumatologista Roberto Heymann, explica que  ele envolve uma proteína muito estudada nos últimos anos, que é associada a doenças inflamatórias agudas e crônicas e com vários tipos de câncer. “Embora haja pesquisas intensas, entretanto, as funções desta proteína permanecem enigmáticas”, salienta Heymann.

Para ele, os resultados até agora divulgados no teste do instituto são bem interessantes: “Abrem uma nova linha de pesquisa, na qual, se houver sucesso, surgirão anti-inflamatórios com outros mecanismos de ação diferentes dos atuais, e quem sabe com menos efeitos colaterais e com no mínimo a mesma eficácia”, ressalta.

Na reportagem do Gazeta do Povo, o pesquisador explica que o tratamento de dores crônicas, de lesão de nervos, é difícil, pois algumas drogas, como morfina, perdem a efetividade com o tempo. Quanto a esse aspecto, Heymann explica que algumas medicações apresentam o fenômeno da tolerância, “ou seja, em certas circunstancias há necessidade de doses crescentes da medicação ao longo do tempo para  obter o mesmo efeito terapêutico”, diz o reumatologista, salientando que, no caso da morfina, isto pode ocorrer.

Considerando especificamente a fibromialgia (doença que se manifesta por dor no corpo todo, principalmente nos músculos), Heymann diz que por enquanto ainda é difícil responder se o medicamento que está em teste pode trazer benefícios: “Como na fibromialgia não há inflamação, em teoria, não seria eficaz. Mas como os mecanismos envolvidos na dor são complexos nem sempre a teoria é confirmada na prática”. No tratamento ministrado para pacientes que sofrem de fibromialgia, não há presença de anti-inflamatórios, diz Heymann, justamente porque as dores não são decorrentes de um processo inflamatório.

Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

NOVO ANTI-INFLAMATÓRIO EM TESTES COMBATE DORES DE DIFICIL CONTROLE


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Novo Anti-Inflamatório em Testes Combate Dores de Difícil Controle

Autoria: ROBERTO EZEQUIEL HEYMANN
13/08/2012 
Um tipo de anti-inflamatório anunciado como potente está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan, em São Paulo, segundo reportagem veiculada no jornal Gazeta do Povo, do Paraná.

Destinado a aliviar dores de difícil controle, o anti-inflamatório foi testado em animais e os resultados comprovaram a eficiência do medicamento, que usa uma proteína presente no sangue, chamada ligante de cálcio S100A9. Segundo os pesquisadores, além de sua alta potência, pode ser administrado oralmente.

Comentando o medicamento em teste, o coordenador da Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas das Partes Moles, o reumatologista Roberto Heymann, explica que  ele envolve uma proteína muito estudada nos últimos anos, que é associada a doenças inflamatórias agudas e crônicas e com vários tipos de câncer. “Embora haja pesquisas intensas, entretanto, as funções desta proteína permanecem enigmáticas”, salienta Heymann.

Para ele, os resultados até agora divulgados no teste do instituto são bem interessantes: “Abrem uma nova linha de pesquisa, na qual, se houver sucesso, surgirão anti-inflamatórios com outros mecanismos de ação diferentes dos atuais, e quem sabe com menos efeitos colaterais e com no mínimo a mesma eficácia”, ressalta.

Na reportagem do Gazeta do Povo, o pesquisador explica que o tratamento de dores crônicas, de lesão de nervos, é difícil, pois algumas drogas, como morfina, perdem a efetividade com o tempo. Quanto a esse aspecto, Heymann explica que algumas medicações apresentam o fenômeno da tolerância, “ou seja, em certas circunstancias há necessidade de doses crescentes da medicação ao longo do tempo para  obter o mesmo efeito terapêutico”, diz o reumatologista, salientando que, no caso da morfina, isto pode ocorrer.

Considerando especificamente a fibromialgia (doença que se manifesta por dor no corpo todo, principalmente nos músculos), Heymann diz que por enquanto ainda é difícil responder se o medicamento que está em teste pode trazer benefícios: “Como na fibromialgia não há inflamação, em teoria, não seria eficaz. Mas como os mecanismos envolvidos na dor são complexos nem sempre a teoria é confirmada na prática”. No tratamento ministrado para pacientes que sofrem de fibromialgia, não há presença de anti-inflamatórios, diz Heymann, justamente porque as dores não são decorrentes de um processo inflamatório.

Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

FICAR MUITO TEMPO SENTADO PREJUDICA DE FATO OS JOELHOS?


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Ficar muito tempo sentado prejudica de fato os joelhos?

Autoria: FRANCISCO AIRTON CASTRO DA ROCHA
29/08/2012 
Uma reportagem publicada no jornal Zero Hora traz entrevista de um ortopedista mencionando que ficar muito tempo sentado causa nos joelhos um problema chamado condropatia, que, segundo o texto, seria um mal que atinge a cartilagem da patela ou da tróclea, região do fêmur onde a patela se articula.

Entretanto, segundo o coordenador da Comissão de Osteoartrite da SBR, o reumatologista Francisco Airton Castro da Rocha, o texto da reportagem necessita de alguns comentários.

Para começar, explicando o que seria condropatia, Rocha explica que esse é um termo vago, que poderia significar problema, doença do condrócito (célula presente na cartilagem) ou da cartilagem como um todo. “Acho que o autor quis dizer condromalacia, que ao pé da letra significa amolecimento ou degeneração da cartilagem”, salienta Rocha.

Quanto à afirmação de que sentar por muito tempo causa condropatia, Rocha diz que não há nenhum dado científico para provar isso: “Um movimento considerado ruim para o joelho seria a hiperflexão, como nos agachamentos. Os movimentos de subir e descer escadas são conhecidos por piorar sintomas em pacientes com problemas nos joelhos. Mas isso não quer dizer que sejam causa de condropatia”, diz ele, que faz questão de acrescentar que esse termo, condropatia,  inexiste tecnicamente.

Para outra afirmação da reportagem, de que a condropatia é irreversível, novamente Rocha salienta que o termo não existe: “Acho que o autor quis dizer condromalacia. Se for o caso, não há estudo conclusivo, mas pode-se dizer que a cartilagem, uma vez danificada em certo grau, não se regenera completa e adequadamente”.

Mas o que seria muito tempo sentado? Quantas horas nessa posição seriam prejudiciais ao joelho? Nesse caso, Rocha explica que essa resposta simplesmente não existe, pois vários fatores teriam de ser levados em consideração, como a altura do assento, o tamanho da pessoa, peso, a presença de repouso para os pés. “Não há estudos, ao meu conhecimento, que tenham documentado. Como regra geral, longos períodos, por exemplo mais que duas horas, que pode até ser considerado um tempo arbitrário, dificultam o retorno do sangue pelas veias, podendo provocar sintomas de cansaço nas pernas e sinais como inchaço”. Entretanto, quanto ao joelho, Rocha reafirma que não há nenhum dado nesse sentido.

Ainda segundo o texto do Zero Hora, um joelho acometido pela condropatia (ressaltando novamente que o termo tecnicamente não existe) acabaria tendo efeitos negativos no outro joelho. Aqui Rocha é taxativo: “Lamentavelmente se trata de uma afirmação muito infeliz, pois não há qualquer dado para comprovar tal fato. Como parece óbvia, a tendência é que as pessoas acreditem. Mas isso não quer dizer que haja verdade científica”, salienta. E quanto à dúvida eventual de que idade influencia na ocorrência de problemas nos joelhos, Rocha nega, dizendo que algum mal pode surgir em jovens, que muitas vezes não são sequer obesos.

Rocha enfatiza por fim que o maior problema por ficar muito tempo sentado ou de pé é o circulatório. “Mas as doenças articulares que acometem os joelhos, qualquer delas, como a osteoartrite ou a artrite reumatoide, provocam desconforto quando os pacientes fazem uso dessa junta ou seja, ficam de pé, sentados, ou andam bastante.

Assim, nos cuidados de prevenção, Rocha inclui exercícios de extensão e alongamento, bem como de fortalecimento dos músculos, são benéficos sempre, desde que orientados. Independentemente de a pessoa ter problema, perceberá benefícios.

Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

"Deu na Mídia" - Artigo.

Trabalho Relaciona Artrite Reumatoide a Inflamação Periodontal

Autoria: LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA
29/08/2012 
Foi publicado este mês pelo BMJ Journals, periódico britânico, um  trabalho que relaciona a doença periodontal – mal infecto-inflamatório que acomete os tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (cemento , ligamento periodontal e osso) dos dentes – com atrite reumatoide, que causa inflamação das articulações.
Trata-se de uma pesquisa feita pelo médico Gumdal Narsimulu, do Departamento de Reumatologia do Nizam Institute of Medical Sciences, da Índia.

Segundo a coordenadora da Comissão de Artrite Reumatoide da SBR, Licia Maria Henrique da Mota, esse trabalho é de grande interesse, uma vez que tem sido bastante estudada a participação de potenciais agentes infecciosos do ambiente (como as bactérias causadoras das gengivites) no desencadeamento e na manutenção de determinação da gravidade da artrite reumatoide.

Licia explica que existem outros trabalhos semelhantes realizados, com resultados parecidos. “Entretanto, no momento, não sabemos exatamente qual o papel das infecções periodontais na manifestação da artrite reumatóide”, enfatiza Licia, mas, segundo ela, a recomendação geral é manter bons hábitos de higiene bucal, com escovação e uso de fio dental após as refeições, além de avaliações regulares pelo dentista.

“Temos que levar em consideração que os pacientes com artrite reumatoide muitas vezes estão em uso de imunossupressores, e que, por isso, qualquer tipo de infecção, inclusive as periodontais, podem ser de maior gravidade”, enfatiza Licia.


Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

Trabalhador que levanta peso pode ter problemas de coluna

Autoria: MILTON HELFENSTEIN JUNIOR
29/08/2012 
Levantar peso na maior parte do dia de trabalho é o tema de reportagem publicada pelo jornal O Dia, do Rio, cujo texto enfoca os problemas advindos, particularmente na coluna. Diz o jornal que problemas desse tipo representam uma das principais causas de licença médica.

O texto afirma ainda que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece que o trabalhador pode carregar até 60 kg, mas no âmbito internacional a NIOSH (National Institute for Ocupational Safety and Health), órgão internacional que fixa normas para a questão, determina o limite de 25 kg no exercício das tarefas laborais. E esse é o critério seguido nos países europeus. Diz a reportagem que há um Projeto de Lei (PL 5.746/05) já aprovado no Senado e encaminhado para a Câmara dos Deputados que reduz de 60 kg para 30 kg a carga máxima que um trabalhador pode carregar individualmente, alterando o Artigo 198 da CLT que trata desse limite.

Comentando esse item da legislação, particularmente, o coordenador da Comissão de Reumatologia Ocupacional, o reumatologista  Milton Helfenstein Júnior, desconhece o motivo da diferença de peso máximo estabelecido no Brasil para o trabalhador carregar, de 60 kg, com a carga internacionalmente estipulada, que é de 25 kg.

Ele explica que no artigo 198 da CLT há um parágrafo único definindo que: “Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar limites diversos, que evitem que sejam exigidos do empregado serviços superiores às suas forças”. Segundo Helfenstein Júnior, até hoje não existe uma norma mundial que regulamente o transporte e o manuseio de cargas. “Existem convênios que fixam o peso limite, que varia de 20 kg até 100 kg ou mais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) recomenda que, nas atividades em que o peso excede a 55 Kg, devem ser tomadas medidas o mais rapidamente para reduzi-lo.”

Em relação ao levantamento de carga, o reumatologista explica que no Brasil a legislação não é muito específica neste ponto. Segundo ele, a lei estipula em 60 kg o peso máximo que um trabalhador deve manusear, numa atividade laboral (Brasil, 1994). “Mas, apesar disto, este valor não pode ser referenciado para uma atividade que seja realizada durante toda uma jornada de trabalho”, salienta, apontando que, desta forma, alguns trabalhadores, acostumados a levantar cargas que variam de 10 kg a 15 kg podem apresentar hérnia de disco ou outras lesões na coluna ou membros, “o que nos leva a questionar não só a legislação, como também os métodos utilizados para obter estas referências limites”.

O critério mais utilizado atualmente, segundo o reumatologista,  foi estabelecido pelo NIOSH em 1981 e revisto em 1992 (Watters, 1993), segundo o qual o limite de peso que o trabalhador é capaz de levantar com segurança é de até 23 kg (e 25 kg segundo a Comunidade Europeia).

Critérios

Helfenstein concorda com o projeto de lei que objetiva reduzir a carga máxima para o trabalhador brasileiro carregar. Mas salienta que isso só se considerarmos uma rotina. Apenas a questão do peso não é suficiente para considerar. Ele cita uma tabela incluída no Manual de Utilização da NR 17, do Ministério do Trabalho, que define:
                                             CARGAS PARA LEVANTAMENTO (em Kg)
 ADULTOS
JOVENS
ADOLESCENTES 
APRENDIZES
 HomemMulherHomemMulher
Raramente50202015
Frequentemente181211-167-11


Quanto aos eventuais riscos para a coluna, Helfenstein explica que os fatores que devem ser analisados para avaliar as condições são: “carga próxima do corpo; carga a ser pega elevada – cerca de 75 cm de altura do piso; carga a ser pega simetricamente; com boa pega que permita segurá-la em preensão da mão; levantamento de uma pequena distância entre a origem e o destino; frequência de levantamento não maior que uma vez a cada 5 minutos”. O reumatologista salienta ainda que devem ser levados em consideração os fatores epidemiológicos, psicológicos, biomecânicos e fisiológicos.

Quanto aos cuidados para diminuir os riscos particularmente à coluna, ele cita: “respeitar a técnica de elevar e carregar pesos, evitando a flexão da coluna lombar e respeitando sua condição física, além dos aspectos abordados acima”.


Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

"Deu na Mídia" - Artigo.

Saiba o que é escoliose e como tratar

Autoria: MARCOS RENATO DE ASSIS
03/09/2012 
O jornal Zero Hora publicou reportagem tratando de uma deformidade chamada escoliose, que causa desvios na coluna vertebral. O texto aborda a ocorrência particularmente na adolescência, levantando a possibilidade de professores conseguirem visualmente perceber que há algo diferente na postura do aluno.

Conforme o coordenador da comissão de Coluna Vertebral da SBR, o reumatologista Marcos Renato de Assis,  explica que se trata de uma deformidade determinada por desvios em rotação de vértebras que implicam desvios nos três planos, mas que habitualmente se observa por um desvio no plano frontal (olhando a radiografia da pessoa de frente) maior que 10º. “O termo idiopática significa de causa desconhecida, o que representa a maioria dos casos”, diz Assis, referindo-se ao termo citado no texto do jornal.

É possível nascer com desvios da coluna decorrentes de mal-formações, continua Assis, mas é mais comum que esses desvios se desenvolvam posteriormente. “Na primeira infância, pode surgir em decorrência de alterações neuromusculares, por exemplo, mas é raro, enquanto que na idade escolar até 2% das crianças apresentam escoliose”, explica, ressaltando que, com o passar dos anos, a incidência aumenta devido às alterações provenientes da osteoartrite, chegando próximo a 10% em adultos e em até mais da metade dos idosos.

A maioria dos casos surge entre infância e adolescência, diz o reumatologista, mas existem aqueles que aparecem na idade adulta ou em idosos, sendo que neste caso às vezes é difícil distinguir quem aparece com um desvio da coluna novo de quem agrava um desvio prévio. “De fato, a importância dos estirões de crescimento na escoliose idiopática é grande, o que justifica a classificação baseada em faixas etárias: infantil de 3 anos de idade abaixo; juvenil de 4 a 10 anos; e adolescente entre 11 e 18”, explica, salientando que há quem use o termo escoliose de novo para aquela do adulto ou idoso pois tem mecanismo diferentes para seu aparecimento.

Meninos e meninas

Com relação à ocorrência entre meninos e meninas, Assis explica que na escoliose infantil ambos os grupos têm incidência semelhante, mas a partir da pré-adolescência o sexo feminino é mais acometido que o masculino. “A gravidade da escoliose (medida da curvatura em graus) também difere entre os sexos e, embora a ocorrência leve seja semelhante a partir dessa idade, a frequência entre as meninas é progressivamente maior quanto mais acentuada a curvatura.”

Sobre a indagação de possibilidade de haver dor, Assis diz que a escoliose em si não dói, mas pode levar a sobrecarga de estruturas aumentando o risco de herniação discal, por exemplo. “Os indivíduos parecem ter maior frequência de dor leve nas costas, o que é uma ocorrência muito comum na população em geral (sem escoliose), mas isso não implica impacto funcional ou piora da qualidade de vida”, diz Assis, salientando que, com o passar dos anos, os processos degenerativos também tendem a se intensificar e eventualmente podem gerar dor. “A dor, portanto, não costuma ser um problema e se for intensa devem-se investigar outras causas. É mais fácil uma criança ou adolescente com escoliose mais evidente sofrer de baixa auto-estima ou comentários de terceiros a respeito de sua deformidade do que de dor.”

Referindo-se à sugestão da reportagem do jornal, de que professores podem ajudar a reconhecer que há algum problema, Assis explica que visualmente deve-se reparar se há diferença na altura dos ombros ou desnivelamento do quadril, sinais que são comumente os que mais chamam atenção, embora a observação da giba (corcunda) quando a pessoa se inclina para a frente seja mais fidedigno. “Alguns casos ainda são notados por assimetria no tórax ou na curvatura sobre a cintura ou no espaço entre o tronco e o membro superior”, salienta.

Tratamento

O tratamento da escoliose, segundo Assis, varia com a gravidade da curvatura, idade do paciente e o estágio de maturação óssea (fase do crescimento). “O paciente deve ser observado quanto ao grau da escoliose e sua eventual progressão; caso seja pequeno pode não haver necessidade de intervenção”. diz ele.

A escoliose infantil, explica, por exemplo, resolve-se espontaneamente em 80% dos casos, mas quanto maior a curvatura, maior o risco de progressão, principalmente em fases mais iniciais da maturação do esqueleto. “À medida em que progride a curvatura, e conforme características principalmente de idade e doenças subjacentes, podem ser utilizadas órteses ou cirurgias.” As órteses são dispositivos externos, como coletes e cintas, que limitam a evolução do problema e são utilizados de modo geral com curvaturas acima de 20º e abaixo de 45º. As cirurgias habitualmente são indicadas em curvaturas a partir de 45º ou na falha do tratamento clínico, visando a limitar a progressão ou mesmo reverter parcialmente a deformidade.

Conforme Assis, existem várias técnicas com diferentes complexidades, acessos e instrumentais. Grande parte das intervenções são de grande porte, procedimentos irreversíveis, que podem limitar a mobilidade da coluna, mas que apresentam resultados mais significativos e mais bem documentados. “Como não se pode prevenir a escoliose idiopática, é importante fazer o diagnóstico e o acompanhamento desde cedo para que se evite a progressão com tratamento adequado”, salienta. E caso a escoliose progrida para uma grande angulação ocorre deformidade da caixa torácica que pode limitar a capacidade respiratória e facilitar a ocorrência de infecções respiratórias.


Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques

ADEUS A REGINA PRADO


Adeus a Regina Prado

Autoria: SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA
05/09/2012 
D.Regina cumpriu sua missão entre nós e nos deixou um exemplo a seguir.

Como mulher, mãe de família e principalmente como uma grande vencedora na luta contra a artrite reumatóide. Isso mesmo, uma vencedora! Uma pessoa que foi surpreendida, ainda jovem, pela artrite rapidamente progressiva, em uma época que não havia praticamente nenhum tratamento satisfatório, buscou todas as formas de recursos no Brasil e no exterior. Soube enfrentar com dignidade todos os obstáculos que a doença impôs sendo resiliente e assertiva quando necessário.

Na sua luta contra a doença encontrou forças e para fundar GRUPARJ – Grupo de Pacientes Artríticos do Rio de Janeiro. Envolveu-se pessoalmente e com o apoio irrestrito da sua família conseguiu desenvolver um trabalho pioneiro de agregação de pacientes que serviu de exemplo para a criação de outros núcleos no Rio de Janeiro e o GRUPASP – Grupo de Pacientes de São Paulo.

Trabalhou ao lado da SBR e SRRJ para que os portadores de doenças reumáticas pudessem expressar suas necessidades, melhorando o acolhimento de cada um. Aos poucos, com o avanço da artrite e outras complicações diminuiu sua atividade filantrópica porem nunca deixou de apoiar quem seguiu seu caminho. Realizou o I Congresso Nacional para portadores de doenças reumáticas em São Paulo e em 2011 foi homenageada pelo seu pioneirismo durante o II Congresso Nacional realizado em Petrópolis - RJ.

Nós, do GRUPARJ PETRÓPOLIS, fundado com o seu apoio e incentivo em 2001, estamos profundamente tocados com o seu falecimento porque temos certeza que muito do que somos hoje devemos a Regina Prado.

Já não há mais luta nem dor, nem preocupação. Só fica o seu exemplo e a sua experiência.

O som mais doce é o som do silêncio.

Nossos agradecimentos D. Regina.

GRUPARJ PETRÓPOLIS

NOVOS REMÉDIOS PARA ARTRITE SERÃO OFERTADOS PELO SUS


Novos remédios contra artrite serão ofertados pelo SUS

Autoria: LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA
17/09/2012 
Uma providência importante tomada pelo Ministério da Saúde vai beneficiar, e muito, pacientes com artrite reumatoide  (doença que causa inflamação das articulações). A informação, veiculada pelo jornal Zero Hora, é de que o órgão federal vai incorporar ao Sistema Único da Saúde (SUS) cinco novos medicamentos para tratar a doença. Com a novidade, diz o jornal, os pacientes terão acesso a todos os medicamentos biológicos para tratar a artrite reumatoide disponíveis no mercado e registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os novos medicamentos que passam a ser oferecidos no SUS são: abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe.

Conforme a coordenadora da Comissão de Artrite Reumatóide da SBR, a reumatologista Licia Maria Henrique da Mota, trata-se de uma providência muito importante que precisa ser divulgada amplamente. Segundo ela, o acréscimo dessas novas medicações aumenta a disponibilidade de opções terapêuticas para os pacientes com artrite. “Ou seja, se um paciente não apresentar resposta às opções anteriormente existentes no SUS, o médico poderá optar por uma dessas outras drogas”, salienta, ressaltando que é uma medida significativa, pois amplia em muito o leque de oportunidade de tratamento para os pacientes com artrite reumatoide moderada a severa, que não responderam a outras opções de tratamento.

Licia explica que os pacientes terão acesso às medicações assim que os protocolos de tratamento das secretarias sejam atualizados, e as medicações sejam adquiridas pelo governo.

Biológicos 

Atualmente, o SUS oferece dez medicamentos para o tratamento da doença, em 15 diferentes apresentações. Destes, três são biológicos (adalimumabe, etanercepte, infliximabe), e os demais, drogas convencionais (hidroxicloroquina, metotrexato, leflunomida, ciclosporina e sulfassalazina, por exemplo). “Portanto, o SUS já oferecia três diferentes opções de biológicos para os pacientes com artrite reumatoide. Esse leque se amplia consideravelmente com a entrada das novas medicações”, salienta Licia.

Falando sobre os remédios biológicos, Licia explica que são  aqueles produzidos a partir de células vivas que atuam como uma fábrica. “É um processo complexo, e as células precisam permanecer sob condições de temperatura específicas e com alimentação na hora e quantidade certa durante semanas ou meses”, diz Licia. Este processo, salienta, é bastante diferente do empregado na produção química convencional, as chamadas medicações sintéticas.

 A reumatologista diz ainda que as diferenças entre os medicamentos biológicos e os sintéticos ou convencionais nem sempre são bem compreendidas por médicos, demais profissionais de saúde, imprensa, autoridades de saúde e associações de pacientes, “mas a legislação brasileira é uma das mais avançadas do mundo neste aspecto”.


Jornalista Responsável: Maria Teresa Marques