Cancro do fígado sob nova perspectiva
Estudo revela ligação entre proteína LKB1 e grau de malignidade do hepatocarcinoma
2012-11-19
Uma equipa de investigadores do Centro de Investigação Cooperativa em Biociências -- CIC bioGUNE (Bizkaia, Espanha) acaba de publicar um estudo que poderá alterar o diagnóstico e as terapias do cancro do fígado.
O trabalho, publicado na revista «Gastroenterology», revela a estreita ligação entre a proteína quinase hepática B1 (LKB1) e o grau de malignidade do hepatocarcinoma (CHC). Este tipo de tumor representa já mais de 90 por cento dos cancros do fígado, e está a crescer a um ritmo de 750 mil novos casos anuais em todo o mundo.
“Os altos índices de LKB1 no fígado determinam um prognóstico mau, enquanto níveis mais baixos indicam um melhor prognóstico, e, portanto, maior possibilidade de sobrevivência”, explica María Luz Martínez Chantar, chefe da Unidade Metabolómica do CIC BioGUNE, citada pelo jornal espanhol «Publico».
A Associação Espanhola contra o Cancro indica que em mais de 70 por cento dos casos, o hepatocarcinoma diagnostica-se como doença em estado avançado e portanto com um prognóstico pouco positivo, sendo a sobrevivência de um ano em 29 por cento dos casos e dois em 16 por cento.
A proteína LKB1 é bastante conhecida no âmbito da oncologia. Em alguns tipos de tumores, como os da mama, pulmão e próstata, demonstrou-se que induzir esta enzima no organismo contribui para a redução do tumor.
Ao contrario daqueles casos, induzir esta proteína no cancro do fígado tem um efeito contrário, sendo mesmo indutor do tumor, dado que activa a RAS, proteína cuja função e induzir a proliferação anómala de células de um tecido.
O próximo passo será desenvolver terapias dirigidas aos pacientes com melhor prognóstico, ou seja, com níveis de LKB1 mais baixos.
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