O que é a vertigem
2014-05-06
Por Leonel Luís *
* Otorrino
O equilíbrio é a função que nos permite mexer a cabeça para olhar para os objectos que nos rodeiam mantendo-os imóveis e “nítidos” no nosso campo de visão, permanecer em pé “estáveis” e deslocarmo-nos sem cair.
Resulta da organização harmoniosa das informações:
• Vestibular, que são sensores da posição e da velocidade do movimento da cabeça, localizados no ouvido interno;
• Visual, que detecta a configuração do meio ambiente, com a forma e a distância dos objectos circundantes;
• Proprioceptiva, que são sensores da sensibilidade que se encontram nos ossos, articulações e músculos e na planta dos pés, que fornecem a posição e o movimento realizado pelos membros e a forma/orientação da superfície de apoio, bem como são responsáveis pela estratégias de equilíbrio para manter a estabilidade do corpo e da cabeça na posição de pé e evitar quedas).
Independentemente da sua proveniência, estas informações sensoriais recolhidas pelos vários sistemas são integradas em estruturas do sistema nervoso central e vão exercer a sua ação, visando dois objectivos fundamentais:
• estabilizar a visão, sobretudo quando realizamos movimento com a cabeça;
• estabilizar a postura, por acção dos músculos anti-gravitacionais (musculatura cervical, lombar e dos membros inferiores), que se opõem à acção da gravidade e assim evitar quedas.
Em cada actividade do nosso dia-a-dia, estes processos estão a ocorrer permanentemente, e as diferentes informações sensoriais são descodificadas, comparadas (entre si e com experiências anteriores) e hierarquizadas ao nível do Sistema Nervoso Central, de forma a ser processada a ordem motora, que é posteriormente enviada aos músculos anti-gravitacionais para manter o controlo de equilíbrio nessa situação particular.
Assim, todas as lesões dos receptores periféricos do ouvido interno, das vias que transmitem a informação sensorial até aos órgãos do sistema nervoso central, destes últimos que as “tratam” ou dos músculos que executam os ajustamentos posturais, originam:
• vertigem rotatória ou não rotatória;
• instabilidade visual (sensação de visão “turva”);
• e/ou instabilidade postural (sensação de movimento do corpo quando o indivíduo está parado) ou desequilíbrio que aparece quando são realizados movimentos com a cabeça, na marcha (com se estivesse embriagado, com tendência a desviar para um dos lados, …), no escuro, em locais com muito movimento, etc.
De salientar ainda as situações de Conflitos sensoriais em que, mesmo na ausência de uma lesão em qualquer uma das estruturas referidas, pode ocorrer uma incorrecta hierarquização das várias informações sensoriais ao nível do Sistema Nervoso Central, com privilégio de um tipo de informação sensorial em detrimento de outra, o que leva o indivíduo a experienciar uma incorrecta orientação espacial, como acontece quando ocorre um deslocamento dos outros veículos quando estamos parados nas filas de trânsito, parece-nos que é o nosso veículo que estar a descair. A justificação desta ilusão de movimento ou conflito sensorial prende-se com o facto da informação visualprevalecer, com “menosprezo” da informação vestibular.
O doente com patologia vestibular apresenta queixas de vertigem e/ou desequilíbrio que são desencadeadas pelos movimentos da cabeça e, assim, manifesta insegurança e ansiedade, com tendência para a imobilidade e isolamento social. Evita actividades e/ou posições que lhe desencadeiem os sintomas, o que limita a sua vida diária e implica consequências sócio-económicas.
A Reeducação Vestibular é um método de tratamento do desequilíbrio e vertigem de causa vestibular, realizado por equipas multidisciplinares, constituídas por médicos otorrinolaringologistas e fisioterapeutas, e que consiste em exercícios adaptados a cada uma dessas causas, personalizados e dirigidos aos défices e dificuldades de cada doente no seu dia-a-dia, com protocolos adaptados a cada tipo e fase da patologia.
De salientar que a motivação, a mobilização e a persistência na realização dos exercícios por parte do doente tem absolutamente um papel decisivo para uma melhor recuperação.
Resulta da organização harmoniosa das informações:
• Vestibular, que são sensores da posição e da velocidade do movimento da cabeça, localizados no ouvido interno;
• Visual, que detecta a configuração do meio ambiente, com a forma e a distância dos objectos circundantes;
• Proprioceptiva, que são sensores da sensibilidade que se encontram nos ossos, articulações e músculos e na planta dos pés, que fornecem a posição e o movimento realizado pelos membros e a forma/orientação da superfície de apoio, bem como são responsáveis pela estratégias de equilíbrio para manter a estabilidade do corpo e da cabeça na posição de pé e evitar quedas).
Independentemente da sua proveniência, estas informações sensoriais recolhidas pelos vários sistemas são integradas em estruturas do sistema nervoso central e vão exercer a sua ação, visando dois objectivos fundamentais:
• estabilizar a visão, sobretudo quando realizamos movimento com a cabeça;
• estabilizar a postura, por acção dos músculos anti-gravitacionais (musculatura cervical, lombar e dos membros inferiores), que se opõem à acção da gravidade e assim evitar quedas.
Assim, todas as lesões dos receptores periféricos do ouvido interno, das vias que transmitem a informação sensorial até aos órgãos do sistema nervoso central, destes últimos que as “tratam” ou dos músculos que executam os ajustamentos posturais, originam:
• vertigem rotatória ou não rotatória;
• instabilidade visual (sensação de visão “turva”);
• e/ou instabilidade postural (sensação de movimento do corpo quando o indivíduo está parado) ou desequilíbrio que aparece quando são realizados movimentos com a cabeça, na marcha (com se estivesse embriagado, com tendência a desviar para um dos lados, …), no escuro, em locais com muito movimento, etc.
De salientar ainda as situações de Conflitos sensoriais em que, mesmo na ausência de uma lesão em qualquer uma das estruturas referidas, pode ocorrer uma incorrecta hierarquização das várias informações sensoriais ao nível do Sistema Nervoso Central, com privilégio de um tipo de informação sensorial em detrimento de outra, o que leva o indivíduo a experienciar uma incorrecta orientação espacial, como acontece quando ocorre um deslocamento dos outros veículos quando estamos parados nas filas de trânsito, parece-nos que é o nosso veículo que estar a descair. A justificação desta ilusão de movimento ou conflito sensorial prende-se com o facto da informação visualprevalecer, com “menosprezo” da informação vestibular.
O doente com patologia vestibular apresenta queixas de vertigem e/ou desequilíbrio que são desencadeadas pelos movimentos da cabeça e, assim, manifesta insegurança e ansiedade, com tendência para a imobilidade e isolamento social. Evita actividades e/ou posições que lhe desencadeiem os sintomas, o que limita a sua vida diária e implica consequências sócio-económicas.
A Reeducação Vestibular é um método de tratamento do desequilíbrio e vertigem de causa vestibular, realizado por equipas multidisciplinares, constituídas por médicos otorrinolaringologistas e fisioterapeutas, e que consiste em exercícios adaptados a cada uma dessas causas, personalizados e dirigidos aos défices e dificuldades de cada doente no seu dia-a-dia, com protocolos adaptados a cada tipo e fase da patologia.
De salientar que a motivação, a mobilização e a persistência na realização dos exercícios por parte do doente tem absolutamente um papel decisivo para uma melhor recuperação.
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