quinta-feira, 5 de maio de 2016

POR QUE O DR. GOOGLE NÃO É UM BOM MÉDICO? (NEM CHEGARÁ A SER).

5 DE MAIO DE 2016 / 0 COMMENTS

DRVONMUHLEN

POR QUE O DR. GOOGLE NÃO É UM BOM MÉDICO? (NEM CHEGARÁ A SER).

Público alvo: leigo.

Muitos pacientes me perguntam porque não há um programa para diagnóstico médico no computador. Bastaria colocar os sintomas, uma cólica na barriga, uma dor de cabeça atrás do ouvido, estrelinhas nos olhos… e a tecnologia faria o resto: diagnóstico e tratamento na tela em um átimo de tempo.
Quando a Sra. Maria D’Ávila saiu do médico com indicação de uma cirurgia para seu mioma que sangrava e lhe trazia anemia, entrou na Internet e foi direto ao Google.
Em verdade isto não é algo novo, adeptos já consultavam a Internet para saber de sua saúde e de seus sintomas nos anos 80, muito antes de existir o Dr. Google.
Atualmente a maioria dos pacientes em clínica privada utiliza a web, e pelo menos ¾ deles checam informações de saúde online. Ainda, 75% deles disseram numa pesquisa recente que “sua última pesquisa de saúde na Internet afetou diretamente como decidiram tratar sua doença”.
A Internet é deveras tão onipresente que os pesquisadores não tiveram dúvida em afirmar que “o Google foi de fato a segunda opinião” para pacientes que queriam mais informações após um diagnóstico.
Porém, chamar apenas o Dr. Google pode fazer com que as pessoas percam um cabedal de informações. Às vezes a adição de uma palavra faz toda a diferença. Por exemplo, digitar o nome de um reumatismo, como lupus, traz uma lista de sítios com informações sobre a doença. Adicionando a palavra comunidade faz com que um mundo totalmente novo se abra, com várias páginas de chats e troca de experiências entre pessoas com a doença. Assim, os pacientes não estão apenas aprendendo sobre sítios na Internet, eles estão aprendendo com outros pacientes – a própria democratização do cuidado à saúde.
Há locais da Internet que permitem o acesso à troca de informações de casos muito específicos, e mesmo raros, o que antes era impossível. Por exemplo, um homem com artrite reumatóide e feridas na perna, com 60 anos de idade, pode encontrar outros indivíduos com sintomas similares e tomando a mesma combinação de remédios.
SITES MÉDICOS
O número de sítios com informações médicas vem aumentando dramaticamente dentro de 5 categorias. Embora a maioria ainda apenas em inglês, os sites em português, brasileiros, vêm aumentando em número e qualidade.
2) Pesquisas médicas, principalmente sítios em inglês como o PubMed e o Cochrane Library, mas também o Scielo com várias publicações brasileiras para pesquisadores e médicos: ncbi.nlm.nih.gov/pubmedapa.org/psycinfoscielo.br, cochrane.org.
3) Grupos de pacientes, como o do GRUPAL, Associação de Pacientes com Esclerodermia e outros: grupal.org.br, anapar.org.br, grupasp.org.br.
4) Doenças específicas, em sites como o da Sociedade Brasileira de Reumatologia: reumatologia.com.brreumatoguia.com.br, abcdasaude.com.br,msdonline.com.brasclero.org.br (esclerodermia).
5) Ferramentas de apoio: patientslikeme.com, shef.ac.uk/FRAX (osteoporose), índice BASDAI para espondilíticos (http://www.basdai.com/BASDAI.php#result)
Mas a informação é confiável?
Os sítios com fóruns de pacientes devem ser olhados com cuidado, eis que existe muita hipocondria, oferta de remédios miraculosos, interesses comerciais excusos, e muita desinformação. As informações online são confiáveis?
Recentemente uma publicação da revista científica Cancer olhou 343 páginas da web sobre dada doença. Os pesquisadores encontraram 41 citações equivocadas em 18sites, uma taxa de erro de 5,2%. Já sites que promovem medicina alternativa tinham taxa de erro 15 vezes maior, vários com interesses comerciais.
Mas uma boa nova: o site de inovação médica Health 2.0 diz que as informações médicas na Internet podem se corrigir automaticamente com o tempo. “Ao final, quanto mais pessoas entram em uma conversação pela Internet, melhores e mais corretas informações suplantam aquelas de má fé ou simplesmente equivocadas”, diz o mentor do site.

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