Exercício físico e estimulação cognitiva
podem reverter Alzheimer
A conclusão é de um estudo espanhol que teve
a participação de uma cientista portuguesa
2013-02-18
Por Sara Pelicano
“A doença de Alzheimer esta associada a uma degeneração das funções do hipocampo, sendo o hipocampo uma estrutura do cérebro importantíssima para a formação de memórias. O hipocampo tem várias sub-regiões todas elas envolvidas no processamento de memórias. O giro dentado hipocampo, constituído por células granulares, é uma dessas regiões. É no giro dentado que nascem novos neurónios durante toda a vida. Ao contrário do que se pensava antigamente, nascem novos neurónios no cérebro adulto”, explica Cátia Teixeira.
No laboratório, foram usados ratos transgénicos que viviam dentro de jaulas em grupos de dez animais. Estas jaulas tinham, por exemplo, dois andares conectados por umas escadas, rodas para eles correrem, e um conjunto de brinquedos que eram substituídos a cada dois dias por brinquedos diferentes. A este processo de estimulação chama-se “enriquecimento ambiental”.
Cátia Teixeira explica que “neste estudo usámos ratos mutantes que sobre-expressam uma proteína chamada GSK3-β. Esta proteína é sabido estar envolvida em Alzheimer e anteriormente tinha sido demonstrado que a sua sobre-expressão leva a deficits comportamentais”.
Os investigadores pretendiam visualizar e datar os neurónios que nasciam no giro dentado destes animais por isso “injectámos nesta região vírus modificado para expressar uma proteína verde fluorescente, desenhada para só marcar neurónios que nasçam na altura da injecção. Fizemos esta marcação em três grupos de animais, animais wild-type (não mutantes), animais que sobre-expressam GSK3 e animais que sobre-expressam GSK3 mas que foram colocados em condições de enriquecimento ambiental quatro semanas depois da marcação dos neurónios”.
Paralelamente à análise dos ratos, foram realizadas análises morfológicas de neurónios do giro dentado de amostras de cérebro de humanos com Alzheimer e sem Alzheimer.
A conclusão retirada é “em primeiro lugar que a sobre-expressão de GSK3 leva a deformações neuronais semelhantes às observadas em Alzheimer e em segundo lugar verificámos que essas deformações não estavam presentes em ratos que mesmo sobre-expressando GSK3 foram mantidos num ambiente mais estimulante”, explica Cátia Teixeira.
A principal conclusão a retirar é então que o enriquecimento ambiental, ou seja interacção social, exercício e estimulação cognitiva, permitiam que os neurónios se desenvolvessem normalmente mesmo sobre-expressando GSK3.
A investigadora sublinha que “estudos em humanos têm também sugerido que um ambiente cognitivamente estimulante pode pelo menos atrasar a deterioração cognitiva que ocorre naturalmente com a idade e a progressão do Alzheimer. E isto são medidas que podem ser tomadas por todos, já”.
Cátia Teixeira, na altura do estudo, era investigadora do Departamento de Biologia Molecular da Universidade de Barcelona, um laboratório membro do CSIC. Actualmente, a cientista portuguesa está a trabalhar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos da América.
Cátia Teixeira explica que “neste estudo usámos ratos mutantes que sobre-expressam uma proteína chamada GSK3-β. Esta proteína é sabido estar envolvida em Alzheimer e anteriormente tinha sido demonstrado que a sua sobre-expressão leva a deficits comportamentais”.
Paralelamente à análise dos ratos, foram realizadas análises morfológicas de neurónios do giro dentado de amostras de cérebro de humanos com Alzheimer e sem Alzheimer.
A conclusão retirada é “em primeiro lugar que a sobre-expressão de GSK3 leva a deformações neuronais semelhantes às observadas em Alzheimer e em segundo lugar verificámos que essas deformações não estavam presentes em ratos que mesmo sobre-expressando GSK3 foram mantidos num ambiente mais estimulante”, explica Cátia Teixeira.
A principal conclusão a retirar é então que o enriquecimento ambiental, ou seja interacção social, exercício e estimulação cognitiva, permitiam que os neurónios se desenvolvessem normalmente mesmo sobre-expressando GSK3.
A investigadora sublinha que “estudos em humanos têm também sugerido que um ambiente cognitivamente estimulante pode pelo menos atrasar a deterioração cognitiva que ocorre naturalmente com a idade e a progressão do Alzheimer. E isto são medidas que podem ser tomadas por todos, já”.
Cátia Teixeira, na altura do estudo, era investigadora do Departamento de Biologia Molecular da Universidade de Barcelona, um laboratório membro do CSIC. Actualmente, a cientista portuguesa está a trabalhar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos da América.
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