sexta-feira, 10 de maio de 2013

SINTOMAS DA TPM/ TENSÃO PRÉ MENSTRUAL

Posted: 09 May 2013 04:43 PM PDT
A famosa TPM, também conhecida como síndrome da tensão pré-menstrual, é um termo que se refere a um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem de modo cíclico durante a segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, entre o período que compreende a ovulação e a menstruação.

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a tensão pré-menstrual:
  • O que é TPM.
  • Causas da tensão pré-menstrual.
  • Diagnóstico da TPM.
  • Tratamento da tensão pré-menstrual.

O que é TPM?


A síndrome da tensão pré-menstrual é um conjunto de sinais e sintomas, tanto de ordem física como psicológica, que surgem na fase final do ciclo menstrual, ou seja, dias antes da descida da menstruação. Cerca de 70% a 80% das mulheres são acometidas por alguma mudança de humor no período pré-menstrual.

A mulher com TPM pode apresentar desde leves alterações do humor, até sintomas comportamentais graves, com grande impacto na qualidade de vida e prejuízos na vida social.

A TPM apresenta um pico de incidência entre os 25 e 35 anos de idade. A forma mais grave ocorre em até 8-10% dos casos e é chamada de transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).

O que causa a TPM?


Ainda não há uma explicação completa do porquê ocorre a TPM. Os atuais estudos sugerem uma interação dos hormônios produzidos pelos ovários na segunda metade do ciclo menstrual com alguns neurotransmissores do sistema nervoso central, como a serotonina e a endorfina, associados ao controle do humor.

Tensão pré-menstrual
TPM
Não se sabe exatamente por que algumas mulheres tem síndrome de tensão pré-menstrual muito sintomática e outras não apresentam sintoma algum. Já é comprovado que não há diferenças entre os níveis de estrogênios e progesterona entre mulheres com e sem TPM. Imagina-se que algumas mulheres sejam mais sensíveis às flutuações dos neurotransmissores cerebrais causados pelas alterações hormonais fisiológicas do ciclo menstrual (leia: CICLO MENSTRUAL | PERÍODO FÉRTIL).

Também ainda não se conseguiu comprovar qualquer relação entre os diferentes tipos de personalidade com a ocorrência ou não de TPM. Do mesmo modo, fatores de estresse parecem não ter um papel tão importante no aparecimento da TPM como se pensava. Na verdade, é muito mais comum que a tensão pré-menstrual cause estresse do que o contrário.

A interferência da alimentação nos sintomas também é controversa. Excesso de sal, álcool e cafeína podem causar alterações nos níveis de neurotransmissores, porém, ainda não se conseguiu comprovar uma relação inequívoca entre dieta e TPM.

Alguns trabalhos mostraram relação entre o baixo consumo de vitaminas e sais minerais com a TPM, mas nada prova que a simples reposição destes melhora os sintomas de todas as mulheres com tensão pré-menstrual.

Sintomas da TPM (síndrome da tensão pré-menstrual)


Os sintomas mais comuns da TPM, em ordem decrescente de frequência, são:

Fadiga - 92%
Irritabilidade - 91%
Empanzinamento - 90%
Ansiedade - 89%
Sensibilidade nas mamas - 85%
Alterações de humor - 81%
Depressão - 80%
Desejos alimentares - 78%
Acne - 71%
Aumento do apetite - 70%
Hipersensibilidade - 69%
Inchaço - 67%
Raiva e nervosismo - 67%
Choro fácil - 65%
Sensação de isolamento - 65%
Dor de cabeça - 60%
Memória fraca, esquecimentos - 56%
Sintomas gastrointestinais - 48%
Falta de concentração - 47%
Ondas de calor - 18%
Palpitações - 14%
Tonturas - 14%

Os sintomas da TPM e da TDPM podem ser confundidos com os de doenças psiquiátricas, como depressão (leia: O QUE É DEPRESSÃO?) e transtornos da ansiedade. Pacientes com depressão podem apresentar piora dos sintomas no período pré-menstrual e melhora após a menstruação. Porém, eles nunca ficam completamente livre dos sintomas. Na síndrome de tensão pré-menstrual, os sintomas desaparecem por completo após a menstruação.

A estreita relação temporal de piora dos sintomas na segunda metade do ciclo menstrual e resolução completa dos mesmos após a menstruação é a base para o diagnóstico da TPM.

Diagnóstico da TPM


Diagnóstico da TPM
Diagnóstico TPM
Não existe um teste ou exame definitivo para o diagnóstico da TPM. O diagnóstico é dado após uma cuidadosa obtenção da história clínica e do exame físico da paciente. Análises de sangue são completamente normais na TPM, mas são solicitadas para se descartar outras causas para os sintomas, como, por exemplo, alterações da tireoide (leia: DOENÇAS E SINTOMAS DA TIREOIDE).

A TDPM é uma TPM grave. Normalmente, a paciente apresenta sintomas mais intensos, como explosões de raiva e crises de ansiedade. A paciente com transtorno disfórico pré-menstrual, ao contrário da TPM simples, apresenta problemas de relacionamento interpessoal e frequentemente entra em conflitos no trabalho, o que pode gerar prejuízos na vida íntima e profissional.

Para auxiliar no diagnóstico, o médico pode lançar mão de questionários, como o exemplificado acima (em inglês - clique para ampliar), para serem preenchidos pela paciente, relatando seus sintomas durante todos os dias do ciclo menstrual.

Tratamento da TPM


Uma série de medicamento podem ser úteis para controlar a TPM. Porém, muitas mulheres conseguem controlar seus sintomas apenas com mudanças de estilo de vida.

A prática de exercícios físicos regulares e uma alimentação balanceada, rica em frutas e verduras, e pobre em sal pode ajudar mais do que se imagina. Técnicas de relaxamento também ajudam. Em alguns casos, a suplementação de vitaminas pode ser indicada pelo seu médico.

Nos casos mais sintomáticos ou naquelas com diagnóstico de TDPM a terapia medicamentosa deve ser utilizada.

Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina são os medicamentos de primeira linha. As drogas mais conhecidas desta classe são a Sertralina (Dieloft TPM), Fluoxetina, Paroxetina e Citalopram (leia: ANTIDEPRESSIVOS: Escitalopram, Citalopram, Fluoxetina, Sertralina e Paroxetina).

O uso de anticoncepcionais apresenta efeitos divergentes. Algumas mulheres referem grande melhora do quadro, porém, outras queixam-se de piora. A Yaz® é uma pílula aprovada especificamente para o controle da TPM e apresenta eficácia em mais de 60% do casos, o que a torna o anticoncepcional com os melhores resultados (leia: COMO TOMAR O ANTICONCEPCIONAL).

Nos casos graves refratários ao tratamento convencional, pode-se lançar mão de drogas que inibam a produção de estrogênio e progesterona pelo ovário, chamadas agonistas do GnRH (Leuprolide). Essas drogas causam uma menopausa medicamentosa, por isso, para serem usadas de forma prolongada, o seu médico terá que fazer reposições de estrogênio e progesterona.

A grande maioria das mulheres consegue um bom controle da TPM com o tratamento, porém, em casos mais graves de TDPM, quando todos os tratamentos falham, a cirurgia para remoção dos ovários é uma opção que deve ser proposta para as mulheres que não desejam mais ter filhos.

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