Opinião
Rastreio do cancro do cólon e recto: porque fazer e como fazer
Em Portugal, todos os dias são diagnosticados 20 casos
2014-03-24
Por Ricardo Rio Tinto *
Perante uma doença frequente e fatal como o CCR, surgem-nos imediatamente algumas perguntas: Vale a pena fazer o rastreio do CCR? É possível prevenir o CCR? Que exame escolher?
Em Portugal, todos os dias são diagnosticados 20 casos de CCR e todos os dias morrem dez doentes por CCR, o que faz desta doença um dos dois tumores malignos mais frequentes e aquele que causa mais mortes.
* Gastrenterelogista
O facto de esta ser uma doença com mortalidade elevada, que se desenvolve de forma muito lenta, para a qual há tratamentos curativos se diagnosticada nas fases iniciais existindo vários testes que permitem a sua detecção precoce, faz do CCR uma doença ideal para o rastreio.
Quando este tumor é detectado numa fase sintomática (perda de sangue, dor abdominal, falta de apetite, ou perda de peso) a probabilidade de cura não ultrapassa 50%. Mas se o CCR é detectado em programas de rastreio, frequentemente em fases mais precoces, a mortalidade é muitíssimo menor.
Por isso, vale a pena fazer o rastreio do CCR!
O CCR tem ainda uma característica que faz dele uma doença única, uma vez que surge quase invariavelmente a partir de pólipos, lesões pré-malignas que precedem em vários anos o aparecimento do cancro. Quer isto dizer que se fosse possível identificar e remover todos os pólipos do cólon daqui resultaria o (quase) completo desaparecimento de casos de cancro do cólon. Infelizmente, noutros tipos de tumores frequentes (mama, pulmão, ou próstata) não é possível pesquisar e tratar lesões tão precoces.
Como vê, é possível prevenir o CCR!
Por fim: Que exame escolher? Os exames usados para o rastreio do CCR são de dois tipos: aqueles que detectam tumores malignos e que por isso reduzem apenas a mortalidade (mas não a frequência do CCR) e outros, ditos estruturais, que identificam as lesões pré-malignas (os pólipos) permitindo a sua remoção. Estes últimos não só reduzem a mortalidade mas também a frequência dos casos de CCR. No primeiro grupo de testes está a pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF), no segundo grupo, a colonografia (dita colonoscopia virtual) e a colonoscopia.
Todos os testes são bons se utilizados de forma correcta. A PSOF é um teste fácil, a colonografia é um teste cómodo, e a colonoscopia permite num só tempo a identificação e remoção dos pólipos. Todos os testes são seguros e a colonoscopia pode ser realizada com sedação, evitando o desconforto causado por exames mais laboriosos ou prolongados.
O CCR é uma doença terrível, mas o seu desenvolvimento lento é uma vantagem a favor dos doentes e dos médicos que não deve ser desperdiçada. Esta é uma doença que pode ser prevenida e curada. É um daqueles casos em que não vale a pena “meter a cabeça debaixo da areia”.
Todos devemos fazer o rastreio do CCR a partir dos 50 anos, ou antes disso quando existem casos na família. Aconselhe-se com o seu médico e escolha o teste mais adequado para si.
Quando este tumor é detectado numa fase sintomática (perda de sangue, dor abdominal, falta de apetite, ou perda de peso) a probabilidade de cura não ultrapassa 50%. Mas se o CCR é detectado em programas de rastreio, frequentemente em fases mais precoces, a mortalidade é muitíssimo menor.
Por isso, vale a pena fazer o rastreio do CCR!
O CCR tem ainda uma característica que faz dele uma doença única, uma vez que surge quase invariavelmente a partir de pólipos, lesões pré-malignas que precedem em vários anos o aparecimento do cancro. Quer isto dizer que se fosse possível identificar e remover todos os pólipos do cólon daqui resultaria o (quase) completo desaparecimento de casos de cancro do cólon. Infelizmente, noutros tipos de tumores frequentes (mama, pulmão, ou próstata) não é possível pesquisar e tratar lesões tão precoces.
Como vê, é possível prevenir o CCR!
Por fim: Que exame escolher? Os exames usados para o rastreio do CCR são de dois tipos: aqueles que detectam tumores malignos e que por isso reduzem apenas a mortalidade (mas não a frequência do CCR) e outros, ditos estruturais, que identificam as lesões pré-malignas (os pólipos) permitindo a sua remoção. Estes últimos não só reduzem a mortalidade mas também a frequência dos casos de CCR. No primeiro grupo de testes está a pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF), no segundo grupo, a colonografia (dita colonoscopia virtual) e a colonoscopia.
Todos os testes são bons se utilizados de forma correcta. A PSOF é um teste fácil, a colonografia é um teste cómodo, e a colonoscopia permite num só tempo a identificação e remoção dos pólipos. Todos os testes são seguros e a colonoscopia pode ser realizada com sedação, evitando o desconforto causado por exames mais laboriosos ou prolongados.
O CCR é uma doença terrível, mas o seu desenvolvimento lento é uma vantagem a favor dos doentes e dos médicos que não deve ser desperdiçada. Esta é uma doença que pode ser prevenida e curada. É um daqueles casos em que não vale a pena “meter a cabeça debaixo da areia”.
Todos devemos fazer o rastreio do CCR a partir dos 50 anos, ou antes disso quando existem casos na família. Aconselhe-se com o seu médico e escolha o teste mais adequado para si.
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