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DEPRESSÃO E ANSIEDADE SÃO SINTOMAS QUE PIORAM A ARTRITE REUMATÓIDE?
Público alvo: técnico e leigo.
Depressão
e ansiedade são sintomas altamente prevalentes em artrite reumatóide. Trabalhos
científicos sérios dão conta que 15% dos pacientes artríticos apresentamdepressão. Um número muito maior que os 5% da população
em geral.
Sintomas
de ansiedade são também frequentes na artrite
reumatóide, um estudo mostrando prevalência de 25% após aplicação do GAD-7,
questionário validado para o sintoma (“Generalised Anxiety Disorder – 7”).
As implicações da artrite reumatóide
para a qualidade de vida são imensas. Sintomas psicológicos mais intensos estão
associados a maior dor, piora de fadiga, uso de serviços médicos e maior risco
de mortalidade prematura.
As relações entre saúde física e
mental são bidirecionais. Maior estresse psicológico infla os relatos subjetivos
de dor e impacta comportamentos de saúde, como má adesão aos medicamentos e
volta ao hábito do fumo. Afora isto, desordens mentais comuns estão associadas
à desregulação imune.
Estudos recentes mostram relação
longitudinal, prospectiva, entre depressão e sintomas da artrite reumatóide:
estados de depressão pioram a dor e a atividade da doença, reduzindo então a
eficácia dos tratamentos. Estresse psicológico prediz maior atividade da doença
por instrumentos de uso comum como o DAS28, também reduzindo a chance de
atingir remissão clínica – pelo menos após 2 anos de follow-up. Mas os estudos
são esparsos e nem sempre da melhor qualidade técnica.
Pesquisa publicada há poucos dias
tenta jogar maior clareza nas equações descritas. A contribuição dos autores
está na conclusão: índice DAS28 inflado, na presença de marcadores
laboratoriais normais, pode estar refletindo problema psicológico subjacente,
com aumento de dor articular não-inflamatória, não refletindo assim atividade
real da artrite. As implicações para a correta conduta médica nestas situações
são claras.
Abaixo o resumo do artigo.
Are depression and anxiety associated with disease activity in
rheumatoid arthritis? A prospective study.
Matcham
F, Ali S, Irving K et al. BMC Musculoskeletal
Disorders BMC series – open, inclusive and trusted 201617:155 DOI: 10.1186/s12891-016-1011-1
Background
This
study aimed to investigate the impact of depression and anxiety scores on
disease activity at 1-year follow-up in people with Rheumatoid Arthritis (RA).
Methods
The
Hospital Anxiety Depression Scale (HADS) was used to measure depression and
anxiety in a cross-section of RA patients. The primary outcome of interest was
disease activity (DAS28), measured one-year after baseline assessment.
Secondary outcomes were: tender joint count, swollen joint count, erythrocyte
sedimentation rate and patient global assessment, also measured one-year after
baseline assessment. We also examined the impact of baseline depression and
anxiety on odds of reaching clinical remission at 1-year follow-up.
Results
In
total, 56 RA patients were eligible for inclusion in this analysis. Before
adjusting for key demographic and disease variables, increased baseline
depression and anxiety were associated with increased disease activity at one-year
follow-up, although this was not sustained after adjusting for baseline disease
activity. There was a strong association between depression and anxiety and the
subjective components of the DAS28 at 12-month follow-up: tender joint count
and patient global assessment. After adjusting for age, gender, disease
duration and baseline tender joint count and patient global assessment
respectively, higher levels of depression and anxiety at baseline were
associated with increased tender joint count and patient global assessment
scores at 1-year follow-up.
Conclusions
Symptoms
of depression and anxiety have implications for disease activity, as measured
via the DAS28, primarily due to their influence on tender joints and patient
global assessment. These findings have implications for treatment
decision-making as inflated DAS28 despite well controlled inflammatory disease
markers may indicate significant psychological morbidity and related
non-inflammatory pain, rather than true disease activity.
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